Lua olhou para trás e então concordou saindo do trailer com a mais velha, Kara ficou admirada do quanto aquela criança parecia ser tão precoce. As duas foram até uma mesinha de bar de montar que ficavam entre os trailers e sentaram nas cadeiras
Kara inspirou mais uma vez profundamente – Eu realmente gosto da sua mãe, sabe? Você entende quando eu digo isso? Muito mais do que uma amiga, ou uma irmã.
- Você quer namorar com a minha mãe?!
- Eu gostaria muito, eu sei que vocês não vão ficar aqui para sempre, mas quando chagar a hora eu vou pedir sua mãe em namoro e ver como vamos fazer para a nossa relação dar certo. Pelo menos é o que eu pretendo.
- Você e a Lauren podiam mudar para o circo! – Pela primeira vez ela parecia ter esquecido a raiva.
- Vamos ver.
A menor murchou mais uma vez – Vocês não vão mudar para o circo, você só quer fazer que nem o meu pai, que só fez a minha mãe chorar! EU ODEIO ELE – Ela estava pra levantar e fugir, mas Kara segurou sua mão delicadamente.
- Hey, não diga isso pequena, sua mãe só tem você graças ao seu pai e eu tenho certeza que ela passaria por tudo de novo se fosse preciso para que você estivesse por aqui.
- Mas eu não quero ver ela chorar.
- Meu bem, não são só crianças que choram. Os adultos também choram, as vezes é de tristeza, ou de mágoa, as vezes de frustração... Muitas vezes é de emoção ou até mesmo de alegria – A pequena estava olhando para a outra de modo curioso – Naquela noite, sua mãe e eu... Ahn, nós...
- Vocês estavam namorando no banheiro, eu já entendo que adultos fazem essas coisas.
A loira abriu a boca e ficou sem saber como reagir, mas então chacoalhou a cabeça antes de voltar a falar, ela que não perguntaria o que a menor entendia como namorar – Sim, bem, é isso... Depois eu acabei falando uma coisa que deixou sua mãe magoada, foi uma brincadeira, mas ela não interpretou assim no momento, então ela me colocou pra fora da casa de vocês.
- O que você falou?
- Coisa de adulto.
- Por que vocês sempre fazem isso? Querem me explicar algo, mas sempre saem com esse história de coisa de adulto?
- Porque tem coisas que você ainda não entende, são assuntos avançados demais. Um dia você vai entender.
- Não vejo a hora que isso aconteça.
- Não faça isso, pode ter certeza, é mais uma daquelas coisas que depois que começar você não tem mais volta.
- Você só fala isso porque já é adulta e pode fazer o que quiser.
- Bom, sim. Mas eu tenho um pouco de saudades da sua época. Por exemplo, eu só estudava e não precisava trabalhar pra sustentar uma filha e principalmente, quando eu falava alguma besteira as pessoas relevavam por que eu era criança e não me ignoravam por semanas.
- Você pediu desculpas para a mamãe?
- Sim.
- E ela te perdoou?
- Sim.
- Tá bom, mas não faça mais isso, por favor.
- Eu não posso prometer que nunca mais vou fazer sua mãe chorar, casais brigam, mas tá tudo bem se o motivo não for mesquinho e se quem faça besteira se arrependa e peça perdão depois.
- Desculpa tia Kara. Eu fui má com você e com a Lauren, eu também queria brincar, mas não queria deixar você e a mamãe sozinhas.
- Você realmente se arrependeu?
- Sim titia, eu juro...
- Então está tudo bem, vocês duas vão ter oportunidade de conversar e brincar bastante no brinquedão semana que vem, o que você me diz?
- Siiiiiiiiiiiiiiim, eu quero muito.
Neste instante Lena, que estava observando da janela, abriu a porta e foi caminhando na direção delas.
- Ótimo então, antes de entrar, eu só queria deixar uma coisa clara. Você ainda se incomoda de sua mãe e eu ficarmos sozinhas?
A pequena negou em tempo de cair em uma gargalhada com a mãe fazendo cosquinhas nela – Ora, vejam só... O que vocês duas estavam conversando tanto e por que aqui fora?
- Era uma conversa particular mamãe, agora eu e a tia Kara somos amigas de novo.
- É a Tia Kara e eu que se fala mocinha.
- A tia Kara e eu.
- Ótimo, agora vai pegar seu pijama que você fugiu do banho, então vai se arrumar pra dormir na casa dos seus avós.
Rapidamente a menina foi e voltou, Lena também foi até o trailer para pegar sua bolsa e foi andando em direção das duas mais novas. Ela estava usando uma calça e uma jaqueta de couro juntamente a uma camiseta que deixava parte da barriga aparecendo, todo visual em preto, a maquiagem bem marcada e um batom vermelho deixavam o visual ainda melhor.
Kara a olhou sorrindo então se abaixou e “sussurrou” para Lua, não foi bem um sussurro, já que ela falou alto suficiente para que a mais velha ouvisse – Ela não é a mulher mais linda do mundo?
- Sim – A pequena levou o dedo até a boca e sorriu envergonhada para as mais velhas e então saiu correndo na frente em direção da avó.
Lena deu um sorrisinho de lado – Então, estou devidamente vestida?
- Ahn sim, você está, e como...
As duas sorriram de modo mais tímido e foram caminhando de mãos dadas – Chegaram em tempo de ver Lilian com a neta do colo sorrindo enquanto a pequena falava algo em seu ouvido, ela cumprimentou as duas recém chegadas antes de se voltar para a neta – Vamos manter isso como um segredo nosso, tudo bem?
- Do que vocês duas estão falando? Eu acho que por ser a mãe dela não deveriam haver segredos entre nós.
- Ahn é mesmo – Lilian falou – Então você gostaria de deixar esse encontro de vocês pra outra hora e então poderíamos nos três sentar e conversar sobre coisas secretas?
Lena arqueou a sobrancelha enquanto a loira engolia em seco, a ilusionista pegou a mão da policial e foi saindo – Boa noite pra quem fica.
Já estavam dentro do carro quando a morena notou que a outra não tinha dito nada há um tempinho – Ahn, relaxa, minha mãe só estava brincando, ela deve estar aprontando alguma coisa com a Lua e sabia que com esse argumento eu não poderia sondar.
- Tá tudo bem, eu gosto do fato da sua mãe aparentemente gostar de nós duas juntas, eu fico muito feliz que ela te apoie nas suas decisões.
- Não é assim com você?
- Não, eu realmente não me lembro da última vez que eu tenha feito algo que a minha mãe tenha me dado os parabéns sem dizer que não era nada além da minha obrigação, ou que seria esperado de alguém no meu lugar, ou até que a Alex teria feito melhor... Essas coisas.
- Foi assim com a Lauren também?
Kara se mexeu desconfortável – Ela quase surtou quando descobriu que eu ia ter um filho, ela já estava pronta para o escândalo.
- E como é a relação delas?
- A Lauren gosta muito dela, mas é engraçado, sabe, parece que ela tem um pé atrás com a avó, como se de uma forma inconsciente ela soubesse que não deveria confiar totalmente. Ela dificilmente opta em ficar com os meus pais sem mim se tiver qualquer outra opção, inclusive a escola. Então hoje ela está na casa da Alex, se perguntassem ela diria que é por causa da prima? Com certeza, mas eu sei que não é só por isso.
- Caramba, isso parece tão surreal pra mim. Meus pais são meus alicerces, eu sempre pude contar com eles pra tudo, nossa relação é maravilhosa. Eles quiseram me matar quando descobriram que eu estava grávida, mas depois de dois minutos já estávamos os três abraçados e chorando de felicidade. A Lua é simplesmente louca por eles.
Kara sorriu apertando a mão esquerda da mais velha com a sua, depois plantou um beijo na região e continuou dirigindo. Rapidamente chegaram em frente ao restaurante.
Um manobrista ofereceu para estacionar o carro, Kara deu a volta, se aproximando da outra, então levou a mão até a base da coluna da mais velha e foi a conduzindo para dentro do restaurante.
A morena se virou levemente e deu um sorriso lateral – Você está sendo uma perfeita cavalheira ou só queria tirar uma casquinha e tocar na minha pele sem nenhuma cobertura?
- Não poderia ser um pouco das duas coisas? – As duas sorriram enquanto eram levadas para uma mesa em um canto, o restaurante estava bem cheio, pelo jeito elas tiveram sorte.
A mais velha olhou em volta aprovando o lugar – Aqui é bem legal, não tão chique mas consegue ter um ar de romantismo.
- Sim, tem mesmo. Eu nunca tinha vindo.
- Sério? E por quê?
- Porque eu não tinha ninguém para vir comigo, mas aqui foi muito bem recomendado pelos meus amigos.
Lena mordeu o lábio inferior gostando bastante da fala da outra – Bom, podemos continuar de onde paramos, ou você prefere tocar em outros assuntos?
- Hum, vamos ver... – A loira levou a mão até a nuca coçando a região por alguns instantes enquanto fazia uma careta divertida – Bom, melhor voltar ao começo. Eu cresci sem saber que era diferente, meus pais nunca me deixaram ficar nua ou mesmo ver outras pessoas nuas. Imagine o choque quando eu comecei a ter aulas sobre o corpo humano?
- Deus...
- É... Eu imediatamente passei a odiar o meu corpo ainda mais com os primeiros sintomas da adolescência. Por um longo tempo eu não sabia nem o que eu era... Por sorte meu pai acabou me colocando na terapia e isso me ajudou demais. Demais mesmo.
- Eu imagino que sim.
- Pois é, eu me relacionei com pouquíssimas pessoas a minha vida inteira, possivelmente daria para contar nos dedos. Não que eu fosse puritana, longe disso. Já adolescente eu fingia que ia dormir na casa da Nia ou da Maggie e nós íamos para a balada e enchíamos a cara, fumávamos, essas idiotices que adolescentes que se acham rebeldes fazem.
- Mas ainda assim você não transava?
- Muito raramente, eu ficava bastante, mas dificilmente ia até o fim.
Neste momento o garçom chegou e as duas pediram o especial da casa e uma garrafa de vinho para acompanhar. A loira suspirou a voltou a falar – Quando eu entrei na faculdade as coisas continuaram no mesmo esquema, com a diferença que a Nia fez um ano sabático de mochileira na Europa e então nós perdemos um pouco do contato, depois que ela voltou começou a andar com o pessoal do curso dela e acabamos nos afastando um pouco.
- Então era só você e a Maggie?
- Não, na verdade nós formamos um quarteto logo no começo do curso, a Maggie, o Winn, eu e a Siobhan...
- Siobhan?
- Sim – O vinho chegou e as duas começaram a tomar de suas taças – Bom, nós éramos livres e solteiros e saímos sempre que podíamos, fizemos várias provas virados e com maquiagem na cara. No final do penúltimo ano a Maggie decidiu que estava apaixonada pela minha irmã e começou a investir nela, então perdemos um soldado.
As duas deram risadas da frase – Depois o Winn também acabou se apaixonando e nos abandonando sozinhas. E festas iam e viam, até que um dia, bem bêbadas, a Siobhan e eu acabamos na cama e a química foi tão boa que resolvemos ver até onde aquilo iria dar.
Lena encarava a outra curiosa, o que fez a loira inspirar profundamente e voltar a falar – Bom, ela disse que tomava anticoncepcional, mas da mesma forma que eu não me importava em usar preservativos em todas as relações, ela também provavelmente devia pular alguns dias.
- Imagino.
- Resumo da opera, um dia ela pediu pra conversar – Kara suspirou mais uma vez – A Siobhan veio me dizer que estava grávida e que iria fazer um aborto. Eu entrei em desespero no mesmo instante e pedi pra ela não tomar nenhuma decisão precipitada, então fui falar com os meus pais, e a minha mãe disse que a garota estava certa, um filho naquele momento só nos prejudicaria.
- Kara...
- É... Aquilo doeu mais do que um tapa, eu simplesmente sai e demorei um bom tempo até voltar a pisar naquela casa a Alex que fez as minhas malas. Eu juntei todas as minhas economias, vendi meu carro e fui atrás da Siobhan, eu implorei para que ela não abortasse, que ela deixasse meu bebê nascer, ela nem precisaria registrar se não quisesse.
- Por tudo quanto é mais sagrado, me diga que essa criança é a Lauren...
A policial deu um sorriso amarelo e confirmou – Nós moramos juntas, ela vem de uma família vem mais rica do que a minha, então tivemos até um certo conforto. Eu consegui um trabalho de meio período e o namoro voltou a engrenar. Eu quase sonhei que ela tinha desistido de abrir mão do bebê, quase... – A mais nova fez uma pausa para que o garçom servisse o prato delas, inspirou profundamente antes de voltar a falar – Mas então a Lau nasceu e a Siobhan não quis nem pegar ela no colo, no dia seguinte saiu de alta do hospital. Eu fiquei com a minha filha até que ela pudesse fazer o teste do pezinho. Quando cheguei no apartamento ela tinha ido embora e levado todas as coisas dela.
- Porra!
- É, eu ainda fiquei uns dois meses, mas eu não consegui nos manter sozinha, tinha acabado de me formar e precisava estudar para o exame da ordem e para o concurso da Polícia. Então eu fui atrás dos meus pais e implorei por ajuda e dessa forma eu estou até hoje morando com eles.
- Você deveria sair de lá.
- Eu nem ao menos deveria ter ido pra lá, meus amigos ofereceram ajuda, minha irmã, mas eu muito orgulhosa achei que aceitar dos meus pais seria abusar menos.
- Eu imagino que sim... Porra, você deixou minha história bem infantil e confortável...
- Não foi com esse intuito.
- Eu sei... Depois disso você encontrou a Siobhan?
- Ahn sim, ela é promotora, então acabamos nos encontrando com certa frequência. Ela já encontrou a Lauren, mas nem ao menos se aproximou para ver a filha de perto.
- A Lauren não é filha dela. Ela pode até mesmo ser a genitora, mas nunca será a mãe _ Kane falou inconformada.
- Você tem razão... Mas mudando um pouco de ares, me fale sobre você.
- Bom, eu fui fazer faculdade em Metrópoles, engenharia mecânica.
- Não brinca que você é engenheira...
- Sim, nós geralmente estudamos coisas que possam ajudar a comunidade, então eu sou engenheira, meu irmão e a Eve são professores... Quando eu voltei ainda não tinha um número para mim, o ilusionista era um velhinho que se perdia todo nos truques, eu percebi que poderia ser útil ali e comecei a ajudá-lo até que ele se aposentasse e decidisse ficar morando em definitivo em uma praia em Miami Beach.
- E então você virou a Zatanna?
Lena deu uma risada sem graça – De pouco em pouco, demorou mais de um ano até meu pai me deixar realmente assumir um número, nunca mais parei depois disso.
- O pai da Lua, o Jack, surgiu em um dia junto de um amigo, o Jason, os dois eram completamente errantes e amigos de infância. Mas o Jason se apaixonou por uma de nós e fixou morada conosco.
- E o Jack ficou junto também?
- Por um tempo, nós engatamos um rolo e eu acabei grávida, também era descabeçada demais e não me prevenida. Quando eu contei pra ele... – Lena inspirou profundamente e então mordeu o lábio inferior – Bom, ele disse que já tinha planos de ir embora quando chegássemos na costa leste, ele iria pegar um navio e partir para Europa.
- Foi o que ele fez?
- Sim, sem nem ao menos olhar para trás. Ele só foi conhecer a filha quando ela tinha dois anos. O Jack voltou dizendo que ficaria desta vez, e eu me iludi novamente, deixei que ele entrasse na nossa vida. Ele ficou um pouco mais de um ano e depois sumiu novamente.
- Mas que filho da puta.
- Ele apareceu mais duas vezes, na primeira, uns seis meses depois de ir, a Lua reconheceu ele de cara e ficou morrendo de felicidade, mais uma vez ele partiu e mais um vez ele surgiu. Da última vez ele ficou novamente uns seis meses.
- E vocês ficaram juntos todas essas vezes?
- Quando ele foi embora deixando a Lua neném ainda e voltou e foi ficando eu acabei cedendo, ela queria tanto que nós dois déssemos certo e eu pensei que talvez ela tivesse razão.
- Mas ele foi embora novamente!!
- Sim, ele sempre vai... Da última vez fazem uns cinco meses mais ou menos. Desta vez ela não chorou, mas eu me acabei, principalmente por ver a frieza com que a Lua encarou a situação, eu tive tanto medo de que aquilo pudesse gerar algum trauma nela que eu até proibi que ele voltasse, mas eu tenho certeza que isso não vai ser definitivo.
- Você ainda gosta dele?
- Será que algum dia eu gostei? Ele é muito bonito, charmoso, tem uma lábia desgraçada, mas amor... Eu nem ao menos acho que ele seja capaz de dar isso para alguém. E eu possivelmente só achei que cada vez seria diferente da anterior e fui deixando ele entrar cada vez mais na nossa vida.
Kara piscou algumas vezes enquanto encarava a mais velha, Lena estava parada olhando o tempo, até que voltou a falar – Eu só sei que se ele resolver aparecer novamente vai passar bem longe do meu trailer.
Kara abriu um sorriso enorme – Fico bem feliz eu ouvir isso.
- Fica, é?
- É claro...
Logo em seguida o papo começou a fluir para conversas mais tranquilas, elas contaram sobre preferências e histórias engraçadas. Depois de um bom tempo Kara fez questão de pagar a conta e elas saíram.
Já dentro do carro a loira deu um sorriso – Podemos estender um pouco mais esse encontro?
- É claro.
- Ótimo – A mais nova saiu dirigindo até parar em frente a uma cafeteria, sorriu mais uma vez – Já volto.
- Onde... – A loira não deixou que a outra terminasse de falar e saiu do carro rapidamente, a mais velha ficou aguardando e arqueou a sobrancelha ao ver a policial voltando com dois copos grandes nas mãos – Você está louca? Nós acabamos de comer.
- É chocolate quente, nós vamos precisar.
- Precisar pra quê?
- Pra nos esquentar.
Lena abriu e fechou a boca algumas vezes, mas desistiu de perguntar imaginando que não conseguiria mais nada além de respostas vagas da outra, ela então ficou segurando a bandeja com os copos com a mão direita e esticou a esquerda a colocando sobre o joelho alheio, elas sorriram e permaneceram em silêncio o restante do caminho.
Depois de dirigir por muito tempo, a mais nova pegou uma estrada de terra e começou a subir um morro.
- Se você for me matar e roubar meus órgãos, por favor diga aos meus pais e a minha filha que eu os amo.
Kara deu uma risada divertida – Calma, já estamos chegando, só mais duas curvas...
E assim como ela havia dito elas finalmente chegar a ao destino, Lena teve que descer para olhar melhor – O mirante de Hollywood! Eu nunca estive aqui.
- Fico feliz por ser a sua primeira – Kara pegou uma manta e um travesseiro e jogou sobre o capô do carro, subiu e esticou a mão para ajudar a outra a se sentar ao seu lado.
- Isso foi premeditado?
- Não, é só que eu costumo vir aqui com um pouco de frequência.
- Com quem?
- As vezes sozinhas, as vezes com a Lauren, mas na maioria das vezes eu venho com a Maggie, principalmente depois de um dia estressante no trabalho.
As duas permaneceram em silêncio tomando seus chocolates quentes até começarem a apontar as constelações e iniciarem um jogo para tentar descobrir quais eram.
Logo elas foram se aproximando cada vez mais até iniciarem um beijo de tirar o fôlego, as mãos foram ficando bobas, mas sem avançar demais já que não eram as únicas ali, depois de mais um pouco de pegação a mais velha separou seus lábios iniciando uma trilha até o pescoço, onde começou a sugar com vontade, aquilo deixaria marcas amanhã, mas a loira não poderia estar se importando menos.
A policial voltou a beijar os lábios alheios com ainda mais luxúria, as virou de modo a se encaixar entre as pernas da morena e a pegação começasse a esquentar novamente.
Mas antes que as coisas saíssem de controle Lena empurrou a mais nova de leve – Não que eu não queria continuar isso, até acho que seria interessante transar com você aqui, mas não é desta forma que eu quero hoje.
A loira a olhava piscando lento – E de que forma você quer?
- Nós duas na minha cama, depois podemos dormir abraçadas e então eu faço o café da manhã.
Kara a encarava com os olhos arregalados, ela abriu e fechou a boca algumas vezes sem saber o que dizer.
Então a ilusionista mordeu o lábio inferior – Ahn, foi só uma ideia, você não precisa...
- O que você vai fazer no café da manhã?? – Interrompeu a outra.
- Eu poderia fazer panquecas com mirtilos, são as favoritas da Lua, ela provavelmente invadiria nosso café da manhã romântico.
- Hum, minha religião não permite que eu negue panquecas de mirtilos, eu sou obrigada a ir.
- Poxa, que bom que eu te convenci com a comida. Quem diria, não é mesmo??
- Você por acaso está me chamando de faminta?
- Bom, os mais velhos dizem que a gente tem que conquistar pelo estômago. Neste quesito eu tenho convicção que já estou bem perto de cruzar a linha de chegada.
Kara sorriu e voltou a beijar os lábios alheios de forma mais branda desta vez – Baby, você já ganhou a corrida antes mesmo do sinal ficar verde.
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Atraídas Pelo Acaso
FanfictionKara vivia uma vida bem tranquila, fez a faculdade que era sua primeira opção, ingressou na carreira que sempre sonhou desde criança, mantinha contato com seus amigos, tinha uma filha que era sua alegria, vivia cercada da família que sempre foi seu...