{+18} CONCLUÍDA
Melissa McKenzie, sequestrada aos treze anos de idade, teve suas memórias apagadas após um acidente. Agora, ela se encontra diante de duas opções: seguir em frente ou desvendar o passado em que seu pai foi assassinado. A partir des...
Quero agarrar ambos os seus ombros e te sacudir, amor Saia dessa (saia dessa) Tenho a impressão de que avisei muito tarde, mas, amor Saia dessa (saia dessa)
Snap Out Of It - Arctic Monkeys
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A última semana foi tranquila, embora eu tenha reparado que Melissa anda um pouco triste ultimamente. Nos últimos três dias, ela não dormiu aqui no nosso quarto e ficou trancada no seu; quase não come nada. Eu não fui o único a reparar isso.
Guilherme também anda preocupado com a sua melhor amiga.
Acho que a falta da mãe está pesando muito em seu comportamento. Desde que ela faleceu, a tristeza parece ter se instalado em seu coração como uma sombra constante. Ela não fala muito sobre isso, mas é perceptível que as lembranças a afetam profundamente.
Conversei com Guilherme sobre a possibilidade de procurarmos um terapeuta. Acredito que alguém especializado poderia ajudar Melissa a lidar com a perda e expressar o que sente de maneira mais saudável. Contudo, sei que ela pode precisar de tempo e espaço antes de considerar essa opção. E, conhecendo-a, sua resposta será não.
Coloco Alexia no berço assim que minha pequena pega no sono. A ficha ainda não caiu: eu sou pai, pai de duas garotinhas lindas que Melissa me deu e que ainda têm a minha cara.
Eu não poderia ter uma vida mais perfeita do que essa! Construir uma família com alguém que eu amo.
Dou um beijo na cabeça das duas, que dormem serenamente em seus berços. Depois, caminho até a minha cama e me sento. Pego meu carregador para colocar meu telefone na tomada; fiquei de ligar para minha mãe, que exige notícias de Melissa a todo momento.
Logo após enfiar o cabo no meu celular, a porta do meu quarto se abre. Ao ver o rosto de Melissa, choroso e avermelhado, vindo em minha direção, já fico preocupado com ela.
— O que houve? — Sem nenhuma resposta, ela se aproximou, sentou-se no meu colo, rodeando minha cintura com as suas pernas e abraçando-me pelo pescoço. — O que aconteceu?
— Minha barriga... — olhou-me nos olhos, seus lábios formando um biquinho fofo. — Ela está doendo...
— Aqui? — perguntei, colocando minha mão entre a gente e apertando levemente onde eu acho que dói.
— Aí... — choramingou, colocando a cabeça em meu ombro e chorando. — Antes doía, mas não desse tanto.
Ok, minha linda ficou alguns meses sem menstruar, e acho que, por ter passado tanto tempo sem, durante a gravidez, sua cólica veio muito forte.
— Certo. — Nunca passei por isso antes, mas minha mãe me ensinou algumas coisas, caso um dia eu precisasse ajudar alguma namorada minha, de acordo com ela. Acho que chegou a hora de colocar em prática o que aprendi. — Vamos à cozinha.
