Capítulo 09

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"O sexo sem dor é como comida sem sabor."

Marquês  de Sade


O medo, que antes parecia pulsar sob sua pele, dissipou-se como vidro estilhaçado, fragmentado em milhares de pedaços, sem deixar espaço para retorno. Selene não era mais apenas sua noiva; naquele instante, ela era uma mulher determinada a provar seu amor por Cassian Thorn. Ela não precisava de palavras, apenas estendeu a mão em sua direção, os dedos delicados mas firmes. Sem hesitar, ele a seguiu, como se aquela dança entre eles fosse inevitável, algo que ambos precisavam.

Ela o guiou de volta ao quarto, um espaço que, para Cassian, era como uma prisão durante a noite, cercado por paredes que pareciam se fechar ao redor de seus pensamentos. Ao entrar, sentiu o peso sufocante daquele ambiente apertar novamente seu peito. Mas agora, havia algo diferente. O toque de Selene, a firmeza com que o fez sentar-se sobre a cama, era uma tentativa de quebrar essas correntes invisíveis. Ela sabia dos fetiches de seu noivo, dos desejos que ele nutria e, naquela manhã, estava disposta a alimentar cada um deles. Como se antecipasse seu anseio, Selene havia preparado o cenário com uma precisão quase cruel. No centro do quarto, sobre um carpete negro que contrastava com sua pele, ela começou a dança. Não havia pressa, não havia palavras – apenas o som distante e sensual de uma música erótica preenchendo o ar.

Vestida apenas com uma camisola verde-alga que mal tocava seus joelhos, Selene se moveu lenta, calculada, como se soubesse exatamente o que ele queria. Os movimentos fluíam de seu corpo com uma suavidade hipnótica, cada gesto era pensado para prender os olhos de Cassian. Ela não olhava diretamente para ele, mas sabia que seus olhos estavam fixos nela, cada contorno, cada ondulação do tecido que moldava seu corpo. Cassian a observava com uma intensidade crescente, o olhar fixo nos detalhes, nas sombras que a luz desenhava no corpo dela enquanto se movia. Ele era tomado por uma mistura de desejo e confusão. Era como se aquele espetáculo diante dele fosse o único ponto de fuga em meio ao caos de seus pensamentos. A melodia, os movimentos, a sensualidade de Selene o envolviam e, por um breve momento, ele sentiu que poderia perder-se ali.

A cada peça de roupa que ela removia, a atmosfera no quarto se tornava mais densa, mais carregada de uma tensão que era tão erótica quanto sufocante. Cassian não dizia nada, suas mãos permaneciam ao seu lado, os olhos famintos, mas o corpo inerte. Havia um abismo entre o que ele queria e o que poderia ter. Mesmo naquela dança, ele era um espectador passivo, prisioneiro de seus próprios pensamentos enquanto ela, com cada movimento, tentava desenterrar o que restava da paixão que uma vez os unira. Mas, no fundo, a batalha dentro de Cassian não cessava. Selene se despia diante dele, expondo-se não apenas fisicamente, mas também emocionalmente, tentando despertar algo que, para ele, parecia morto.

Cassian se levantou da cama com uma lentidão deliberada, cada movimento carregado de uma tensão velada. Seus olhos fixos em Selene, que agora permanecia no centro do quarto, completamente exposta, esperando-o. A respiração dele estava pesada, o peito subindo e descendo enquanto caminhava em sua direção, os pés descalços deslizando silenciosamente pelo carpete negro. Cada passo que dava parecia ecoar em seus próprios pensamentos, um chamado para algo mais primal, algo que ele tentava suprimir, mas que naquele momento era impossível de ignorar.

Quando ele finalmente alcançou Selene, ela levantou as mãos delicadamente, os dedos finos tocando a barra de sua camiseta. Sem uma palavra, começou a ajudá-lo a se livrar das roupas que, naquele instante, mais pareciam um fardo. A camiseta deslizou pelos seus braços e, ao cair no chão, Cassian ficou ali, nu diante dela, vulnerável e ao mesmo tempo invadido por um desejo incontrolável. Seus olhos, escuros e intensos, percorriam o corpo dela com uma fome quase animalesca, enquanto as mãos de Selene deslizavam suavemente pelo seu peito e cintura, removendo com precisão o último resquício de tecido que os separava.

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