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Lena Luthor era uma bilionária CEO da L-Corp, uma empresa farmacêutica responsável pela criação de um medicamento altamente poderoso na hora de tratar dores agudas, crônicas e insuportáveis. Mas há um porém. Seu remédio, batizado de Ligadone, também é altamente viciante, e tornou milhões de pessoas ao redor do mundo dependentes dele. A criação do remédio foi obra de seu pai Lionel com o auxílio de sua mãe Lilian, duas pessoas corruptas e gananciosas por natureza. Após a morte deles, Lena tentou direcionar a empresa rumo a outro caminho, mas seus assessores não quiseram abrir mão do medicamento, que era a força motriz da empresa, fazendo-os faturar números absurdos mensalmente.

Lena nunca foi igual aos pais. Não herdou a frieza deles, a indiferença aos outros seres humanos, nem a ambição desenfreada. Claro que ela gostava do luxo e de tudo o que o dinheiro poderia proporcioná-la, mas tudo tinha limite. E corromper sua alma ao destruir a vida de pessoas, tornando-as zumbis viciados numa medicação nunca foi seu sonho. Só que não havia nada que ela pudesse fazer àquela altura para reverter o jogo, a não ser se redimir de outras maneiras, com trabalhos filantrópicos e pesquisas para criação de vacinas e outras medicações não viciosas. Por isso, Lena trabalhava muito e de forma árdua.

Quando ela conheceu Harley Quinn, dez anos mais jovem que ela, incrivelmente sagaz, divertida, cheia de ideias e claramente ambiciosa, Lena não conseguiu ficar imune ao seu poder de sedução e se apaixonou. Mas a recíproca foi verdadeira, embora todos à época tivessem acusado Harley de ser uma alpinista social, querendo alertar Lena que talvez não fosse uma boa ideia casar-se com aquela pobretona que havia deixado as periferias de Gotham City para ir à National City ao seu encontro, como se a loira tivesse armado tudo aquilo - o encontro casual entre elas em uma festa de amigos em comum.

Lena Luthor podia não ser um demônio como seus pais - apelido "carinhoso" que ganharam nas mídias, mas também não era nenhuma menininha ingênua. Com seus quarenta anos de idade nas costas, ela conhecia bem sua esposa, com quem casou dois meses depois de conhecê-la, o que significava que estavam juntas há uma década.

Harley Quinn era mesmo ambiciosa e queria mudar de vida, esquecer o passado terrível no submundo obscuro de Gotham. Ela odiava sua família e não queria se recordar de nada que viveu antes de chegar em National City. Melhor ainda: antes de conhecer a morena deliciosa e rica que lhe proporcionou dinheiro, poder, luxo, paixão e uma vida além de suas expectativas.

Harley conseguiu alcançar o cargo de COO na L-Corp, comandando praticamente ao lado da esposa, que estava sempre aberta a ouvir suas ideias geniais. Harley era inteligente e finalizou sua faculdade de biologia logo no começo do casamento, graças, é claro, à Lena. De fato, Harley devia tudo aquela mulher. Sem Lena, ela não teria alcançado nada. Talvez por isso a amasse tanto, a desejasse tanto. Não apenas por ser realmente uma mulher linda e atraente por fora, mas por diversas qualidades únicas que a levaram a ajudar Harley a alcançar seus desejos.

Lena não era tonta. Ela sabia desde o princípio que mesmo lhe amando, Harley era muitíssimo ambiciosa e o céu era o limite para ela. A única forma de "domar" alguém assim, alguém que na verdade era indomável por natureza, era lhe dar um pouco de poder, deixá-la pensar que podia fazer o que quisesse. O cargo de COO deu essa sensação para Harley. De que ela mandava em tudo, e isso era verdade - até certo ponto. A palavra final vinha do CEO, que permaneceria sendo Lena até o fim.

Pela postura altiva desde o primeiro dia que se conheceram, pela forma sofisticada de se comportar, pelas roupas, pela ganância e tudo o mais, Lena apelidou Harley de "cleópatra".

— E esse biquinho, hein? O que há com a minha Cleópatra? — Lena quis saber assim que Harley entrou em sua sala com os lábios repuxados em um beicinho.

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