Capítulo 1: A Primeira Impressão

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Nunew ajeitou a gravata em frente ao espelho, o coração batendo mais rápido do que gostaria de admitir. Foi seu primeiro dia na Z Architects, uma das maiores e mais respeitadas firmas de arquitetura da cidade. Ser contratado como assistente pessoal do CEO não era apenas um trabalho. Para Nunew, era uma oportunidade de crescer em um campo pelo qual ele era apaixonado. No entanto, a ansiedade que sentia não era só pela responsabilidade. Havia algo mais, algo que ele não conseguia nomear.

Zee pruk panich era um nome que impunha respeito no setor

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Zee pruk panich era um nome que impunha respeito no setor. Conhecido por sua habilidade de transformar projetos simples em obras primas, ele também era famoso por sua personalidade fria e exigente. Um homem mestiço, com uma mistura de traços orientais e ocidentais, Zee possuía uma beleza que não parecia despercebida. No entanto, a sua aparência atraente foi ofuscada pela sua concorrência de ser rigorosa e inflexível. Diziam que ele não tolerava erros e que não misturava trabalho com emoções. Para muitos, ele era inacessível, tanto pessoal quanto profissionalmente.

Mas para Nunew, algo naquela imagem de perfeição intocável o deixou intrigado.

Ao chegar no imponente edifício de vidro da Z Architects, Nunew sentiu o nervosismo subir mais uma vez. As portas automáticas se abriram com um leve sussurro, e ele foi recebido pelo ar condicionado fresco e o brilho reluzente do mármore no saguão. A recepcionista o guiou até o andar do escritório de Zee. As paredes de vidro refletiam a luz do sol, iluminando a sala com uma clareza quase intimidante.

— Senhor Nunew, o senhor Zee o aguarda na sala de reuniões. — disse a mulher de rosto impecavelmente maquiado, com uma postura que exalava profissionalismo.
Nunew apenas assentiu, engolindo em seco. "Respira", pensei consigo mesmo.

Ao entrar na sala de reuniões, foi como se o ar ao seu redor tivesse mudado. A primeira coisa que viu foi Zee, sentado à cabeceira da mesa. Ele usava um terno preto perfeitamente ajustado, os olhos fixos em alguns documentos à sua frente. Quando o CEO chamou os olhos, Nunew foi atingido pela intensidade de seu olhar. Os olhos de Zee eram escuros, quase hipnotizantes, e havia algo neles que passando tanto uma frieza calculada quanto uma espécie de curiosidade distante.

— Novo, certo? — A voz de Zee era grave e controlada. Não era uma pergunta; era mais uma constatação.

— Sim, senhor. — Nunew respondeu, tentando esconder o tremor que ameaçava tomar conta de sua voz.

Zee fez um gesto para que ele se sentasse, e o jovem assistente obedeceu, com as mãos entrelaçadas no colo. A tensão era palpável. A figura de Zee parecia ocupar mais espaço do que deveria na sala ampla, e Nunew não poderia evitar sentir-se um pouco esmagado pela presença dominante de seu chefe.

— Ouvi dizer que você veio muito bem recomendado. — Zee falou, sem desviar o olhar.
— Espero que essas recomendações se justifiquem com seu trabalho.

A frase, embora neutra, carregava um peso implícito. Era como se Zee estava dizendo que ele não tinha tempo para falhas ou para perder tempo. Nunew assentiu de novo, consciente de que provavelmente se provará à altura das expectativas. Mas, por algum motivo, o tom impessoal de Zee não o desencorajou. Na verdade, acendai algo dentro dele, um desejo de mostrar que poderia não apenas cumprir as expectativas, mas superá-las.

— Pode deixar, senhor. Não vou enganá-lo. — A confiança na voz de Nunew é tão forte que ele realmente sente.

Zee o inspirou por um segundo a mais do que o necessário, como se estivesse avaliando sua determinação. Então, voltou sua atenção para os documentos à sua frente, encerrando a conversa inicial de uma maneira abrupta e sem mais longa.

— Aqui estão algumas tarefas iniciais. Quero que você comece revisando esses contratos e me faça um resumo até o fim do dia. Preciso que cada ponto seja claro, sem margem para erros. Você pode lidar com isso? — perguntou Zé, sem levantar os olhos.

— Claro, senhor. — Nunew pegou uma pasta de documentos que Zee lhe entregou, sentindo o peso simbólico que aquele gesto carregou.

Assim que saiu da sala, Nunew soltou um suspiro profundo, tentando relaxar. A primeira impressão tinha sido avassaladora, mas ele sabia que não poderia se deixar abater. Ainda assim, algo sobre a postura de Zee o deixou intrigado. O homem parecia quase inatingível, com uma aura de perfeição que deixava qualquer um ao seu redor inseguro.

As horas passaram em um piscar de olhos enquanto Nunew se dedicava à tarefa com toda sua energia. Ele queria impressionar Zee, queria mostrar que era capaz. Havia algo dentro dele que o empurrava a fazer mais o que era necessário. À medida que li os contratos e anotava seus resumos, ele se decidiu pensando na figura de seu chefe mais do que deveria. "Ele realmente é bonito", descobriu, meio sem querer. "Mas essa beleza tem uma frieza que afasta."

Ao fim do expediente, com tudo pronto, Nunew retornou à sala de Zee. Bateu na porta suavemente e entrou ao ouvir o "entre" grave e controlado.

— Aqui estão os resumos dos contratos, senhor. — disse, entregando um resumo a Zee.
O chefe pegou os documentos e começou a folheá-los em silêncio.

Nunew olhou atentamente enquanto Zee lia. O silêncio na sala era quase ensurdecedor. O jovem assistente tentou controlar o nervosismo, sem saber o que esperar. Quando Zee finalmente chamou os olhos, houve um breve instante de tensão antes que ele falasse.

—Bom trabalho. — A frase foi curta, mas inesperada. Para Nunew, era como se tivesse recebido um elogio maior do que qualquer outro.

— Obrigado, senhor. — disse Nunew, sentindo o peso de uma vitória silenciosa.

Zee não disse mais nada, apenas assentiu com a cabeça e voltou sua atenção para os papéis. Nunew entendeu o sinal de que estava dispensado. Ao sair da sala, ele sentiu uma onda de emoções contraditórias. O elogio de Zee, ainda que simples, fez muito para ele. Mas ao mesmo tempo, havia algo no comportamento de seu chefe que o deixava inquieto.

O caminho para casa foi repleto de pensamentos. "Zee é realmente alguém complexo", ponderou Nunew, revivendo mentalmente cada detalhe do encontro. Havia algo na maneira como Zee o observava, como se estivesse constantemente avaliando cada movimento, cada palavra. E, por mais que sua frieza fosse evidente, houve momentos em que Nunew sentiu algo mais. Um leve traço de curiosidade, talvez? Ou seria ele apenas imaginando coisas?

Nunew passou a noite revisando mentalmente todos os detalhes de seu primeiro dia. Não consegui evitar os pensamentos sobre Zee e sua personalidade. Havia algo no chefe que o fazia querer se aproximar mais, entender melhor o homem por trás da máscara de perfeccionismo. Mas ele sabia que não seria fácil. Zee parecia impenetrável, como uma fortaleza erguida para proteger algo que ele não estava disposto a revelar.

Nos dias que se seguiram, a rotina de Nunew começou a se estabelecer. Ele se mostrou cada vez mais eficiente, e, aos poucos, começou a ganhar a confiança de Zee, ainda que o chefe mantivesse a postura e distância. Cada tarefa que Nunew completava parecia ser um passo a mais para desvendar as camadas de seu chefe, mas ao mesmo tempo, ele sentia que estava entrando em um território perigoso. O que ele não sabia era que, em breve, essas barreiras começariam a se desfazer, e tanto ele quanto Zee seria confrontado com sentimentos de que nenhum dos dois estava preparado para lidar.

O coração de Nunew batia mais forte a cada dia. A admiração pelo chefe já não era apenas profissional. Algo mais profundo cresceu dentro dele, e isso o assustava. Como ele poderia manter o controle quando uma pessoa que o fazia perder o fôlego estava perto e, ao mesmo tempo, tão distante?

Sob o Mesmo Teto: Entre Segredos e DesejosOnde histórias criam vida. Descubra agora