Sob o Mesmo Teto: Entre Segredos e Desejos

Capítulo 6: Confronto de Emoções

A noite havia caído sobre o escritório, e a penumbra que tomava o ambiente parecia refletir a confusão que preenchia a mente de Nunew. Ele estava no meio da organização de documentos, tentando, como sempre, se perder em suas tarefas para fugir dos sentimentos que vinham crescendo desde o beijo que compartilhara com Zee.

Os últimos dias foram uma tortura silenciosa. Cada interação com Zee, por mais breve que fosse, trazia à tona a tensão emocional que estava a ponto de explodir. A tentativa de manter a relação estritamente profissional tinha se tornado uma luta constante. Nunew tentava manter-se focado no trabalho, mas era impossível ignorar o quanto seus sentimentos por Zee haviam se tornado incontroláveis.

Agora, no entanto, o escritório estava vazio. Era sexta-feira à noite, e todos os outros funcionários já haviam ido embora. Nunew pensava que, finalmente, teria um momento de paz para si mesmo, mas então, ele ouviu passos. O som suave dos sapatos de Zee ecoando no corredor fez o coração de Nunew disparar. Ele sabia que aquele encontro seria diferente.

Ao levantar os olhos, Nunew viu Zee parado à porta de sua sala, observando-o com uma expressão que ele não conseguia decifrar. Havia algo nos olhos do chefe, algo profundo, como se ele estivesse lutando consigo mesmo, assim como Nunew. Por um momento, tudo o que Nunew conseguiu fazer foi encará-lo, sentindo a familiar tensão se apossar de seu corpo.

— Preciso falar com você — disse Zee, sua voz carregada de uma urgência que fez o estômago de Nunew se apertar.

Nunew assentiu, colocando os papéis que segurava de lado e se levantando lentamente. Cada movimento parecia pesado, como se o ar ao redor estivesse denso demais. Ele sabia que aquele momento iria mudar tudo. Zee não estava ali apenas para uma conversa trivial de fim de expediente.

— Sobre o quê? — Nunew perguntou, tentando manter a voz estável, embora seu coração batesse de forma descompassada.

Zee entrou na sala e fechou a porta atrás de si. O som do clique da fechadura ecoou pelo espaço, aumentando ainda mais a sensação de que aquele era um momento definitivo. O chefe se aproximou lentamente, mantendo o olhar fixo em Nunew, e parou a poucos passos de distância.

— Isso. — Zee gesticulou, apontando entre eles, como se não soubesse como descrever a situação. — O que está acontecendo entre nós, Nunew? Isso precisa parar.

As palavras de Zee eram duras, mas Nunew percebia que havia algo mais por trás delas. Algo que ele estava tentando esconder. Zee não era o tipo de homem que deixava suas emoções transparecerem facilmente, mas nos últimos dias, Nunew tinha notado as pequenas falhas na armadura do chefe. Ele não estava imune à tensão que pairava entre eles.

— Eu já disse que vou manter as coisas profissionais, senhor — respondeu Nunew, tentando soar convincente, mas ele sabia que Zee não estava ali para discutir sobre trabalho.

— Não é isso — cortou Zee, sua voz carregada de frustração. — Eu não estou falando apenas de manter o profissionalismo. Estou falando do que está acontecendo entre nós dois. Disso que... não conseguimos controlar.

Nunew sentiu seu coração dar um salto ao ouvir aquelas palavras. Zee, finalmente, estava admitindo o que ele havia temido enfrentar. A tensão, o desejo, os olhares prolongados — nada disso era unilateral. Zee estava sentindo o mesmo.

O silêncio que se seguiu foi quase palpável. Nunew podia sentir o peso das palavras de Zee pairando sobre eles, e por um momento, ele não soube o que dizer. Era como se tudo o que havia reprimido dentro de si estivesse prestes a transbordar, mas ele ainda não sabia como lidar com aquilo.

Zee passou a mão pelos cabelos, claramente lutando para manter o controle. Ele estava acostumado a ser o homem que comandava, que tomava decisões rápidas e eficientes. Mas, naquele momento, Nunew podia ver que o chefe estava perdido.