Sob o Mesmo Teto: Entre Segredos e Desejos

Capítulo 10: A Tempestade se Aproxima

A atmosfera no escritório havia mudado sutilmente desde o jantar entre Nunew e Zee. Enquanto os dois tentavam manter uma fachada de normalidade, o ambiente ao redor deles parecia estar carregado de uma tensão palpável. Os colegas de trabalho começaram a notar a dinâmica entre os dois, e sussurros começaram a flutuar, embora ninguém tivesse certeza do que realmente estava acontecendo.

Nunew tentava se concentrar em suas tarefas diárias, mas a pressão de manter sua relação em segredo o deixava ansioso. Cada vez que Zee o chamava para discutir um projeto, era como se o ar estivesse carregado de eletricidade, mas também de uma preocupação constante. Eles estavam dançando em torno de um incêndio, e Nunew temia que a qualquer momento a situação pudesse explodir.

Numa manhã particularmente movimentada, Nunew entrou no escritório e encontrou Zee em sua sala, com a expressão mais séria do que o normal. Ele hesitou na porta, seu coração acelerando ao perceber que algo estava errado.

— Entre, Nunew — disse Zee, sua voz tensa.

Nunew entrou, fechando a porta atrás de si. A sala estava repleta de documentos e a mesa de Zee estava uma bagunça, o que indicava que ele estava sob pressão.

— O que aconteceu? — perguntou Nunew, preocupado.

Zee se afastou da mesa, passando a mão pelos cabelos em um gesto de frustração.

— Estou lidando com um problema de equipe. Alguns dos membros estão começando a questionar nossa dinâmica de trabalho e como isso pode afetar a equipe.

Nunew franziu a testa, seu estômago se revirando.

— O que você quer dizer com "questionar"?

Zee caminhou até a janela e olhou para fora, como se procurasse uma resposta no mundo lá fora.

— Há rumores. Algumas pessoas começaram a falar sobre nós. Não diretamente, mas insinuando. Isso pode criar um problema se não tomarmos cuidado.

Nunew sentiu uma onda de ansiedade. Ele sabia que essa situação era delicada, mas ouvir isso de Zee tornou tudo mais real.

— O que fazemos agora? — perguntou Nunew, sua voz trêmula.

Zee se virou, seu olhar penetrante fixo em Nunew.

— Precisamos ser cuidadosos. Não podemos deixar que isso afete nosso trabalho. Vamos manter nossas interações estritamente profissionais enquanto estivermos no escritório.

O coração de Nunew afundou. Ele entendia a lógica por trás da decisão de Zee, mas a ideia de esconder seus sentimentos o deixava angustiado.

— Mas e fora do trabalho? O que fazemos com isso? — perguntou Nunew, buscando desesperadamente alguma clareza.

— Podemos continuar explorando o que temos, mas devemos ser discretos — respondeu Zee, sua voz firme, mas havia uma hesitação em seus olhos. — E, acima de tudo, precisamos nos certificar de que ninguém possa tirar proveito disso.

Nunew concordou, mas a tensão no ar era palpável. Ele sabia que a situação era complicada e que haviam cruzado uma linha que tornava difícil voltar atrás.

Nos dias que se seguiram, a tensão no escritório aumentou. Nunew e Zee tentaram manter suas interações profissionais, mas era quase impossível ignorar a carga emocional que existia entre eles. Olhares furtivos, toques acidentais, e momentos em que as mãos se encontravam por um breve instante se tornaram uma constante, e a luta para manter o controle tornava-se mais desafiadora.

Numa reunião de equipe, a situação chegou a um ponto de ruptura. Um dos colegas, Roberta, que sempre teve uma percepção aguçada, levantou a questão diretamente.