01. Premonição

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Avisos: O capítulo contém linguagem imprópria, menção ao alcoolismo e conotação sexual.

Minho

Bebidas, garotas, dinheiro, festas... Noites inteiras em meio a um som alto e frenético, debaixo de luzes coloridas artificiais, com corpos femininos suados e de pouca roupa na pista. Como de praxe o copo de vodca com gelo entre os dedos, enquanto eu espero a próxima "vítima".

Eu não preciso ir atrás delas. Elas simplesmente vêm, já sabendo da minha boa fama e da boa grana que tenho. Então, antes de você dizer que eu não valho sequer o chão que piso, olhe para essas vadias que apenas desejam meu dinheiro antes de me condenar.

É claro que, modéstia à parte, minha beleza ajuda muito. Sinto muito se você tem inveja da minha pele bronzeada, dos meus olhos grandes, dos meus lábios fartos, do meu porte atlético. Desculpe se minha beleza te cansa, já que eu nunca me canso dela.

Eu tenho um amigo que sempre me conta o mito de Narciso e diz que eu não posso me apaixonar por nada além de mim mesmo. Foi aí que de Choi Minho, eu fui para narcisista Choi. Depois desse vem uma série de outros apelidos de calão mais baixo, que não vou nem perder tempo citando.

Eu já achei alguém para preencher meu tempo e me divertir um pouco essa noite.

Uma garota alta e de cabelos longos se senta ao meu lado e pede um drink ao barman. Eu levo meu copo aos lábios mantendo minha expressão séria, mas já prevendo o desenrolar da história.

Ela sorri sacana pra mim.

- Oi oppa, você vem sempre aqui?

Largo o copo no balcão e analiso melhor a mulher que se oferece pra mim com a mais clichê das perguntas.

- Olá – respondo com meu melhor sorriso forçado – e você querida, vem? Acho que já te vi antes... Não, sua beleza é única, e se eu tivesse te visto não a apagaria das minhas lembranças... Qual é o seu nome, meu anjo?

Ela ri do meu comentário sem graça.

- Meu nome? – ela aproxima seus lábios da minha orelha – Te conto se me conceder um desejo.

- E qual seria esse desejo? – deixo meu rosto perigosamente próximo ao dela.

- Me faça sua... – ela diz encarando o fundo dos meus olhos e afasta seu rosto do meu.

Bebo o resto da minha vodca e me levanto.

- Por que não vamos a um lugar mais reservado, é...

Ela se levanta também, abandonando seu drink cheio, sem ter bebido uma gota.

- Me chame de Yumi.

- Ok, venha comigo, Yumi.

Eu pergunto o nome por consideração. Amanhã já terei me esquecido completamente de quem ela é. Ela sequer pergunta meu nome, e eu nem faço questão de dizer, talvez ela saiba, talvez não, mas pouco me importa.

Subimos para o segundo andar onde eu já tenho um quarto alugado. É por isso que adoro esse lugar, é tudo muito prático e rápido para os clientes vip's. Não tenho do que me queixar, é uma das boates mais famosas de Seul.

Aqui nesse lugar eu posso ter a garota que eu quiser e posso me embriagar o quanto quiser. É a minha segunda casa, muito mais quente e acolhedora do que a verdadeira.

Posso me matar aos poucos, acreditando que está tudo bem. Posso me dar ao luxo de dizer que não ligo para nada, pois paguei um preço alto pra poder encher a boca e dizer que sou o cara, paguei com a minha liberdade...

A verdade sobre nós - TaeMinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora