Amor Criminoso!

Capítulo 33

O Nascimento de Claire e o Monólogo dos Pais.

Meses se passaram desde o confronto no jardim, e Kim se tornava cada vez mais silenciosa e introspectiva. Em uma tarde, sentada na cozinha com sua mãe, Tiana, ela finalmente revelou o que estava guardando em seu coração.

"Eu invejo a Rubi, mãe", confessou Kim, com os olhos marejados. "Ela sempre consegue tudo que quer. A vida dela é perfeita, tem um homem que faria qualquer coisa por ela, uma filha a caminho, e mesmo com toda essa frieza, ela sempre sai vitoriosa."

Tiana, vendo a dor da filha, a abraçou, entendendo que a admiração e inveja que Kim sentia pela prima eram mais profundas do que uma simples rivalidade. "Minha filha, a grama do vizinho sempre parece mais verde. Mas você não sabe o que Rubi enfrentou para chegar até aqui. Só tome cuidado, Kim. O caminho que ela escolheu não é para qualquer um."

Enquanto isso, na mansão de Heitor e Rubi, os preparativos para a chegada de Claire estavam completos, mas Rubi começava a sentir as primeiras dores do parto. Era 24 de dezembro, véspera de Natal, e uma aura especial envolvia aquele momento. As contrações vinham intensas, e Heitor, preocupado, segurava a mão de Rubi, apoiando-a em cada momento.

A ambulância chegou rapidamente, e logo eles estavam a caminho do hospital. As dores aumentavam, e Rubi, mesmo na sua dor, mantinha uma expressão de determinação, como se aquele fosse mais um desafio a ser superado.

Finalmente, às 23 horas, Claire veio ao mundo. O choro da recém-nascida ecoou pela sala de parto, trazendo um alívio para os pais. Heitor, ao ver sua pequena filha nos braços de Rubi, não conseguiu conter as lágrimas, e seu coração foi tomado por um misto de emoções.

Rubi, segurando a pequena Claire em seus braços, sentiu uma onda de sentimentos que nunca havia experimentado. Ela, que sempre fora tão fria e controlada, agora se via desarmada diante daquela vida que acabara de trazer ao mundo.

Monólogo de Rubi e Heitor:

Rubi, com lágrimas escorrendo pelo rosto, olhou para sua filha e sussurrou, quase como se fosse um segredo só entre elas: "Minha pequena Claire, você é tudo o que eu nunca pensei que merecia. Eu não sou perfeita, mas eu juro, vou proteger você de tudo e de todos. Ninguém vai te tirar de mim, minha estrela."

Heitor se aproximou, tocando a mãozinha de Claire com delicadeza, enquanto olhava para Rubi. "Ela tem seus olhos, meu amor... Eu sempre soube que você seria a mãe perfeita. Claire vai ter o mundo aos pés, assim como você. E eu vou fazer de tudo para garantir que nada falte para vocês."

Rubi olhou para Heitor, e em seus olhos havia uma sinceridade crua. "Eu sei que somos diferentes dos outros, Heitor. Mas talvez isso nos torne mais fortes. Nossa filha vai conhecer um mundo que nós moldamos, um mundo onde ninguém a machucará."

Heitor assentiu, segurando a mão de Rubi e da pequena Claire ao mesmo tempo. "Juntos, meu amor. Sempre juntos, criando essa família que ninguém pode tocar."

Com Claire nos braços e uma nova vida diante deles, Rubi e Heitor compartilharam um instante de vulnerabilidade e amor, um momento único que, por um breve segundo, fez com que até mesmo eles esquecessem de todo o lado sombrio de suas vidas.

Enquanto a noite de Natal seguia seu curso, a neve caía lá fora, como um manto branco cobrindo tudo, trazendo uma sensação de renascimento. Heitor beijou a testa de Rubi, e ambos souberam que aquele era o começo de uma nova fase em suas vidas, onde o amor e a escuridão se misturariam de formas ainda mais intensas.