1- O ritual da meia noite

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Sinopse: Na noite de Halloween, Nene ouve sobre um misterioso ritual capaz de invocar os mortos. Curiosa, ela acaba arrastando Hanako e Kou para tentar realizar o ritual na Escola Kamome. No entanto, eles liberam algo mais sombrio do que podiam imaginar.


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— Nene-chan, você já ouviu o novo rumor? — perguntou Aoi enquanto arrumava alguns livros na prateleira da biblioteca.

— Não. Tem um novo rumor? — retrucou ela curiosa.

— Sim, dizem que em noites de Halloween, como essa, depois que a biblioteca fecha, um livro misterioso surge do nada e-

— Então meninas, já terminaram?

— Quase Tsuchigomori- Sensei.

— Não se esqueçam que a biblioteca fecha às 6. - completou ele cansado, saindo da sala as deixando outra vez sós.

— Pronto, terminei. — suspirou Yashiro. — O que estavas a dizer mesmo?

— Deixa pra lá, amanhã te conto. Já está tarde o Akane -kun deve estar à minha espera.

— Está bem, nos vemos amanhã então. — ambas se despediram com cada uma seguindo o seu caminho. Porém, apesar de Nene concordar em esperar até o dia seguinte para terminar de ouvir sobre o rumor, sua imensa curiosidade não permitia isso.

O céu, antes pintado com leves tons alaranjados da tarde, agora dava lugar a uma noite nebulosa na Escola Kamome. O campus estava deserto, exceto por Nene, que se encontrava na biblioteca—  uma vez mais —, curiosamente, folheando um livro velho e empoeirado. Sua atenção foi atraída por uma página com o título: O Ritual da Meia-Noite.

— Será esse o misterioso livro que Aoi mencionou antes? — a mesma se perguntou intrigada.

"Dizem que, ao bater o relógio da meia-noite, aqueles que realizarem o ritual terão a chance de falar com os mortos," murmurou Nene para si mesma. Era perigoso, certamente, mas, como sempre, sua curiosidade a levou a fazer escolhas arriscadas.

Nene correu até o banheiro onde Hanako residia. Assim que abriu a porta, viu Hanako disputando uma partida de cartas com os mokkes, como era costume.

- Yashiro, algo interessante aconteceu? - perguntou ele com um sorriso travesso, notando o brilho de excitação nos seus olhos.

— Hanako-kun, você sabia sobre o Ritual da Meia-Noite? Dizem que a gente pode falar com qualquer espírito que quisermos! — explicou ela animadamente, segurando o livro.

Hanako arqueou uma sobrancelha, deixando de lado o jogo, que parecia já estar perdido. — Ah, o Ritual da Meia-Noite... Não é algo que deveria ser levado na brincadeira. Pode trazer consequências perigosas.

— Consequências perigosas? Como o quê? — perguntou Nene, alerta em cautela, pensando nas possibilidades de possíveis perigos.

— Bem, se o ritual não for realizado corretamente, em vez de falar com os mortos, você pode invocar algo que não deve ser libertado. — Hanako cruzou os braços, assumindo um tom mais sério. — Mas se você está tão determinada assim...

Nene sorriu, ignorando o aviso, e correu até a sala de Kou, que ainda estava na escola, resolvendo um caso menor. A mesma o convenceu a se juntar a eles, mesmo com suas reservas sobre mexer com forças espirituais.

Assim que deu meia-noite, os três se encontraram no corredor do prédio abandonado da escola. Estava escuro, exceto pelo brilho fraco da lanterna que Kou segurava.

— Isso está me dando arrepios... — Kou murmurou, olhando ao redor.

— Relaxa, Kou-kun, é só um ritual simples — disse Nene, tentando acalmar o amigo, mas até ela sentia uma leve tensão no ar. — Já agora, onde está o Mitsuba? Ele não vem?

— Parece que não, quando o chamei ele murmurou alguma coisa do tipo "de terror na minha vida já basta o louco do Tsukasa" e depois falou que era jovem demais pra voltar a morrer.

Hanako apenas escutava em silêncio agarrado a Yashiro que apenas rolou os olhos. — Tudo bem, vamos começar então.

Seguindo as instruções do livro, Nene desenhou um círculo de sal e acendeu velas em pontos específicos, enquanto Hanako agora observava a cena com uma expressão tensa no rosto.

— Agora, precisamos segurar as mãos e dizer o nome da pessoa que queremos invocar — Nene declarou, fazendo com que os três se juntassem no centro do círculo.

— E quem você quer chamar, Yashiro? — perguntou Hanako, curioso.

Nene hesitou por um segundo, sem saber se queria invocar um espírito específico. Então, com um pouco de incerteza, murmurou:

— Eu... eu queria falar com... qualquer espírito que estivesse esperando para nos contar algo.

Um vento gelado atravessou o corredor, apagando as velas em um instante. Hanako deu um passo à frente, com os olhos estreitados.

— Yashiro... o que você acabou de fazer?

Subitamente, uma risada distorcida ecoou pelos corredores. O chão sob eles começou a tremer, e do escuro surgiu uma sombra alta e deformada, com olhos brilhando na escuridão. Não era um espírito comum — parecia ser uma entidade muito mais poderosa e maligna.

Kou sacou sua arma exorcista, mas hesitou por um segundo, percebendo que essa criatura não era algo com o qual estava acostumado, ainda mais com sua arma selada por Hanako, seus poderes eram bem mais fracos.

— Isso não era para acontecer! — Nene gritou, assustada, se agarrando ao braço de Hanako.

— Eu avisei que o ritual podia dar errado — disse Hanako com uma risada forçada, enquanto sua expressão se tornava mais sombria. — Mas não se preocupe, vou lidar com isso.

Antes que ele pudesse atacar, a criatura se lançou na direção deles, empurrando-os para fora do círculo de sal e separando-os. Nene rolou pelo chão e sentiu o peso da sombra se aproximando cada vez mais.

— Senpai! — Kou gritou, tentando se levantar, mas a criatura era rápida, aparecendo em cada sombra.

No último segundo, Hanako estalou os dedos, criando uma barreira espiritual com seu hakujodai que interrompeu o avanço da entidade.

— Isso não é um espírito comum, é algo muito mais perigoso... — disse Hanako com seriedade. — Vamos ter que desfazer o ritual agora!

Kou correu até o círculo, tentando restaurar as velas e o sal, enquanto Hanako mantinha a barreira firme. Nene, tremendo, começou a recitar as palavras de fechamento que estavam no livro.

A sombra se contorceu, em um grito de agonia que arrepiou completamente o grupo ali presente, enquanto a barreira de Hanako vacilava aos poucos. Com uma última palavra do ritual, Nene sentiu um peso imenso ser liberado, e a criatura foi puxada de volta para as sombras de onde havia vindo, desaparecendo completamente.

Um silêncio tenso caiu sobre os três, enquanto eles permaneciam ofegantes, olhando para o lugar onde a criatura havia desaparecido.

— E-eu sinto muito... — Nene disse, olhando para Hanako com olhos cheios de culpa.

— Eu avisei que era perigoso, Yashiro. — Hanako sorriu, mas havia uma ponta de exaustão em sua voz. - Mas acho que no final, conseguimos lidar com isso. Por pouco.

Kou soltou um suspiro aliviado, caindo de joelhos. — Nunca mais faço um ritual desses!

Nene olhou para o livro com um olhar arrependido, antes de fechá-lo firmemente. Talvez fosse melhor não mexer mais com rituais desconhecidos — pelo menos, não sem saber exatamente o que eles envolvem.

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E então, o que acharam?
Por favor comentem e favoritem que amanhã tem mais

(Esse capítulo era pra sair ontem, só que deu umas complicações aqui e eu pensei, posto só semana que vem na segunda ou vai nessa terça mesmo? A segunda opção ganhou kkk.
Posto a segunda estória ainda hoje ou amanhã?)

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