Capítulo 5O

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Taehyung

PELA PRIMEIRA VEZ EM MUITO TEMPO, CHEGUEI CEDO NA CASA DOS MEUS PAIS NO domingo

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PELA PRIMEIRA VEZ EM MUITO TEMPO, CHEGUEI CEDO NA CASA DOS MEUS PAIS NO domingo. Tão cedo que fui o primeiro a chegar. Minha mãe me perguntou, enquanto secava as mãos em um pano de prato:

— Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

— Não seja exagerada! — Dei um beijo nela.

— Não sou, não! Daniel, estou exagerando sobre seu filho? — Meu pai fingiu que não a ouviu. — Faz três anos que você chega atrasado nos domingos.

— Devo ter me enganado quando olhei para o relógio. O que tem para o almoço?

— Para você, ervilhas. Carne assada para os outros.

Ajudei meu pai a colocar a mesa enquanto ela nos seguia da cozinha até a sala contando a história de um cliente do café que tinha sido diagnosticado com um tumor.

— E deram três meses de vida para ele — concluiu.

— Que foda! — soltou meu pai.

— É “que tristeza”, Daniel — minha mãe o corrigiu — e, a propósito, Galia quebrou o quadril outra vez, essa mulher tem um azar danado.

— Podemos parar de falar de morte e de doença? — perguntei.

Ela me ignorou, aproximou-se do prato que tinha acabado de colocar na mesa, arrumou-o melhor (um centímetro mais à esquerda) e enrugou a testa.

— Há quanto tempo você não vai ao médico, Taehyung?

— Há muito tempo. Estou tentando bater um recorde.

Meu pai apertou os lábios, tentando segurar uma gargalhada.

— Como você se atreve a brincar com algo assim? Sabe de quanto em quanto tempo seu irmão vai à cidade fazer um check-up? — ela cruzou os braços.

— Não faço ideia. Toda vez que é picado por um mosquito?

— A cada três meses! Aprenda um pouco com ele.

— Com ele eu vou aprender a morrer de tédio.

Então bateram na porta e eu senti uma sensação estranha no peito. Mas não era ela. Eram Justin, Emily e meus sobrinhos, que entraram gritando e fazendo tanto barulho quanto uma manada de elefantes. Baguncei o cabelo dos dois antes de tirar a pistola de plástico da mão do Max.

— Ei, devolve! — gritou.

— Você vai ter que me pegar primeiro!

Saí correndo. Minha mãe gritou algo como “Cuidado com o vaso”, mas ninguém deu muita bola enquanto corríamos a toda velocidade pelo corredor. Max me encurralou e pediu ajuda a Connor para recuperar sua arma. Levantei o braço e eles tentaram escalar meu corpo como uns macaquinhos para alcançá-la.

Tudo o que nunca fomos  𑁯 𝐉𝐍𝐊 + 𝐊𝐓𝐇Onde histórias criam vida. Descubra agora