Capítulo 29

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O grande dia finalmente havia chegado. O sol da manhã brilhou através das enormes janelas do castelo, lançando luz sobre os corredores de pedra e o grande salão onde a coroação de Jungkook ocorreria. Era também o aniversário de 19 anos do jovem príncipe, o dia em que ele não só se tornaria oficialmente rei, mas também marcaria sua transição de garoto para homem aos olhos de todos.

Enquanto o reino acordava em celebração, dentro das muralhas do castelo, o clima estava tenso. O povo nas ruas estava ansioso para ver seu futuro rei, muitos deles ainda encantados com a graça e coragem de Jungkook. Mas dentro do castelo, onde os nobres tramavam, o ar era pesado de suspeita e conspirações.

Jimin, desde que ouvira os rumores nos jardins, estava alerta. Ele ainda não tinha provas concretas de que algo iria acontecer, mas o medo não o deixava. No entanto, Jungkook, agora mais confiante em sua posição e no amor que dividia com Jimin, tentou tranquilizá-lo.

— Hoje é nosso dia —, Jungkook disse, segurando Jimin pela cintura, seus olhos negros cheios de determinação e carinho. — Nada vai nos separar.

Jimin sorriu, mas o peso da incerteza ainda permanecia em seu coração. Ele não queria ser o motivo de distração para Jungkook naquele dia tão importante, então decidiu manter suas preocupações para si, pelo menos por enquanto.

A coroação estava marcada para a tarde, mas antes disso, um grande banquete seria realizado em homenagem ao aniversário de Jungkook. Nobres de todo o reino, conselheiros, membros da família real e dignitários estrangeiros estavam reunidos no grande salão, decorado com bandeiras e tapeçarias da linhagem real.

Jungkook, vestido com trajes de seda negra e prata, entrou no salão de braços dados com Jimin, que também vestia um elegante traje azul, destacando ainda mais seus olhos de safira. Eles caminhavam com graça, embora soubessem que os olhares à sua volta não eram apenas de admiração, mas também de julgamento.

Os dois tomaram seus lugares no centro da mesa principal, e os discursos começaram. Um por um, os nobres levantavam seus cálices, brindando à saúde de Jungkook e desejando-lhe um reinado próspero. No entanto, entre as palavras de felicitação, havia intenções mais sombrias escondidas, que nem Jungkook nem Jimin poderiam prever.

Do outro lado da mesa, Joon-woo, o irmão mais novo de Jungkook, observava tudo em silêncio. Desde que o relacionamento de Jungkook e Jimin fora revelado, Joon-woo ficou em segundo plano. Ele sempre respeitara seu irmão, mas o crescente apoio que alguns nobres vinham demonstrando em relação a ele como uma alternativa ao trono havia começado a mexer com sua mente.

"Você é o verdadeiro herdeiro deste trono, disseram-lhe alguns conselheiros em sussurros. Seu irmão está cometendo um erro ao escolher esse plebeu. O reino precisa de alguém que siga as tradições. Você é esse alguém."

Essas palavras martelavam na cabeça de Joon-woo enquanto observava seu irmão sorrir ao lado de Jimin. Havia uma pequena parte dele que invejava Jungkook. Não pela coroa, mas pelo amor que ele havia encontrado.

Enquanto o banquete prosseguia, Jimin começou a sentir uma leve inquietação em seu estômago. Não era apenas a pressão do momento ou o nervosismo do grande dia. Era algo mais... Ele sentia que algo estava prestes a acontecer.

Os olhares que os seguiam eram mais intensos, e a tensão no ar era quase palpável. Ele olhou para Jungkook, que estava rindo de uma piada feita por um dos conselheiros, e se perguntou se o futuro rei também sentia o que ele sentia. Mas Jungkook, naquele momento, parecia despreocupado, quase... feliz.

Foi então que Jimin notou algo estranho. Um dos servos que servia vinho aos convidados agia de forma suspeita. Ele olhava para a mesa principal com uma expressão sombria, e suas mãos tremiam levemente enquanto derramava o vinho nos cálices.

Algo não estava certo.

— Jungkook... — Jimin começou, mas sua voz foi abafada pelo barulho no salão.

Antes que ele pudesse alertar Jungkook do que tinha visto, o servo se aproximou deles, carregando uma jarra de vinho. Seus olhos evitaram os de Jimin, mas o plebeu loiro não pôde deixar de notar a inquietação nos movimentos do homem.

— Permitam-me, majestade, — disse o servo, inclinando-se para servir o vinho de Jungkook.

No momento em que o líquido vermelho começou a cair no cálice de Jungkook, Jimin agiu por instinto. Ele colocou a mão sobre o cálice de Jungkook, impedindo que o vinho fosse servido.

— Espere, — disse Jimin, olhando diretamente para o servo.

Todos à mesa pararam de conversar, e o silêncio caiu sobre o salão. O rosto do servo ficou pálido, e sua respiração acelerou.

— Há algo errado? — perguntou Jungkook, confuso com a reação de Jimin.

Jimin olhou diretamente nos olhos do servo, que agora tremia visivelmente.

— Sirva-me primeiro, — exigiu Jimin, sua voz firme e sem hesitação.

O servo hesitou, mas não teve escolha senão obedecer. Ele serviu o vinho no cálice de Jimin, e todos os olhos na mesa estavam fixos nos dois. Jimin pegou o cálice e observou o líquido com cuidado. Ele sabia que algo estava errado, mas precisava provar sua suspeita.

Antes que pudesse beber, Jungkook colocou a mão sobre o braço de Jimin.

— Você não precisa fazer isso, — disse Jungkook baixinho, a preocupação evidente em sua voz.

Mas Jimin estava determinado. Ele precisava proteger Jungkook, custasse o que custasse. Levando o cálice aos lábios, ele tomou um pequeno gole, sentindo o líquido amargo descer por sua garganta. Um silêncio mortal pairou sobre o salão enquanto todos aguardavam o que aconteceria.

Segundos depois, Jimin caiu de joelhos no chão, o cálice rolando de sua mão enquanto seu corpo tremia. O vinho havia sido envenenado.

Jungkook gritou o nome de Jimin, e em um segundo estava ao lado dele, segurando-o nos braços. O salão entrou em caos. Guardas correram para prender o servo, enquanto os convidados olhavam horrorizados.

— Jimin! Fique comigo! — Jungkook gritou, com os olhos cheios de desespero.

Jimin olhou para ele, seus olhos azuis agora opacos pela dor. Sua mão subiu lentamente até o rosto de Jungkook, acariciando-o uma última vez.

— Eu... eu tentei... — Jimin sussurrou antes de sua cabeça cair para o lado, seus olhos fechando lentamente.

Azul como a cor dos seus olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora