𝓒𝓪𝓹í𝓽𝓾𝓵𝓸 23

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Contém gatilhos!

O Terrível Dia

"Enquanto não tiveres conhecido o inferno, o paraíso não será bastante bom para ti."

— Aiyra! – Zenaide gritou sentindo uma dor cada vez mais constante. - Aiyra! Venha por favor. - Aiyra foi o mais rápido que pode para o quarto de Zenaide. Imaginou que a hora havia chegado, e já se sentia extremamente nervosa.

- Devo passar tranquilidade. Vai ficar tudo bem. - Ela dizia para si. Haad e Hassan confiaram a ela o bem estar de Zenaide. Se bem que as outras esposas de Haad a estavam tratando melhor, mas ela queria estar perto sempre. E a amiga também contava com ela, se apegou bastante a ela. Quando entrou, encontrou a moça se contorcendo no leito. Estava um pouco pálida.

- Você está bem? - Aiyra foi até ela e tocou sua testa. Estava febril, isso não era bom. Pelo menos não esperava que tivesse febre no parto.

- Está doendo muito. Vá chamar a parteira. - uma das esposas de Haad entrou no quarto cheia de preocupação.

-Ouvi seus gritos, o que há?

- Está nascendo.Vou chamar a parteira da vila. - Ayra saiu rápida pela porta, ainda pôde ouvir a outra dizer preocupada

- Não se demore por favor.

Aiyra chamou uma criada para acompanhá-la, pois ela não conhecia o lugar. Depois de caminharem, o que ela pensou ser uma longa distância, chegaram a uma cabana simples quase na saída da pequena vila. Aiyra já estava desesperada, não imaginava que a mulher vivesse tão distante.

- Verá que quando voltarmos o bebe já estará nos braços da mãe. - A moça falou otimista.

- Espero que nada de errado aconteça. - Chegaram de frente a tenda e bateram palmas a fim de chamar a atenção da mulher. Mas ninguém aparecia. - Ora essa! - Ela tornou a bater palmas com mais força.

- Não há ninguém. – Uma moça que passava pelo caminho falou para as duas que esperavam em vão na frente da tenda. - Ela foi atender uma mulher faz algum tempo já.

- Há outra parteira? É urgente!- Aiyra perguntou aflita.

- Não. Não que eu saiba.

- Santo Deus!

- Vamos esperar mais um pouco senhora, vai que ela esteja vindo. - Aiyra resolveu fazer o que Alih aconselhava. Quem sabe a mulher já não estava voltando.

- Esperem junto a minha cabana. - a outra ofereceu, e elas a seguiram.

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Zenaide estava muito agoniada. Havia algo de errado, sua respiração estava complicada e ela suava mesmo sentindo um frio intenso. Algumas criadas cercavam sua cama, a olhando com piedade. Onde está Aiyra? Ela pensou com o desespero tomando conta dela. De repente seus pensamentos foram interrompidos com os gritos que pareciam vir de algum lugar da casa. As duas moças que estavam com ela no quarto a olharam espantadas. Ouviram barulhos de vasos se quebrando, ou seria uma vidraça? Sentiram um cheiro de algo queimando.

- Ande, vá ver o que passa. - Ela estava sentindo uma dor terrível, mal conseguia se mover. A moça saiu para ver o que se passava, mas Zenaide ouviu seu grito agoniado vindo de fora. Lágrimas vinham aos seus olhos. "o que era aquilo?" Pensou horrorizada.

As Graças do DesertoOnde histórias criam vida. Descubra agora