CAPÍTULO I - A Vida é Boa Enquanto Criança

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—"Aldrich!" - a voz de uma mulher deveras ocupada com afazeres domésticos ecoou por uma rica sala preenchida por um sofá verde espaçoso, uma mesa pequena para uma família de cinco ou seis membros, uma mesinha de centro larga e um luxuoso hack de televisão com vasos e fotografias que decoram o móvel. Pelo corredor da casa, corredor esse decorado por um tapete vermelho, paredes brancas e quadrados de madeira marrom bem entalhada com várias fotos de família – um garoto na faixa dos seus oito ou nove anos correu por aquela passagem da casa. Sua mãe veio logo por trás, com uma toalha carregada nos braços e tentando convencer Aldrich a tomar um singelo banho.
—"Seu pai vai chegar em breve... Precisamos ser rápidos se quiser ver ele no desfile. Não queria ver o papai com a roupa de guerra?" - Aldrich olhou para trás em sua corrida, mas teve o azar de tropeçar em uma daquelas ondas pequenas que estão quase sempre presentes nos tapetes. O menino tropeçou, porém mais rápido foi colocar os braços e mãos à frente e frear a queda; sua altura, como de qualquer outra criança, era baixa, então não foi lá grande coisa, todavia, como uma jovem criança que era, essa queda pareceu bem alta. Não foi exatamente o maior dos choros que ele deu, mas foi o bastante para fazer ele cessar sua fuga da mãe.
    A mulher de cabelos castanhos claros, a pele branca como a de Aldrich, agachou com um daqueles olhares de pena e dó que tingia os corações maternais; Aldrich foi levantado, acariciado nas bochechas e acalmado. Sua mãe, fofa e carinhosa como sempre, aprontou rapidamente para levar o garoto, agora mais dócil, ao banheiro da casa.
   Em si, era um cômodo bonito, com azulejos brancos se misturando com um outro tipo de azulejo de quadrinho da cor azul marinho; essa parte do azul marinho estava disposta na parte do box, que possuía um chuveiro e um nicho que continha os itens necessários para um bom banho. Há também de se notar a banheira espaçosa e luxuosa, com até mesmo um assento para a cabeça em situações de querer-se um conforto maior, tirar um cochilo à hidromassagem. Aldrich foi posto na banheira, e sua mãe deu um banho naturalmente como sempre fez nesses dez anos de vida materna.
    Terminado o banho quentinho, o vapor subia ao teto, e Aldrich apreciava ver sua formação acima de sua cabeça, de modo a brincar inocentemente com o vapor, tentando pegar ele e fingir soltar nuvens de calor como via em seus desenhos animados. A mãe de Aldrich, não necessariamente ignorava a brincadeira do filho, mas não participava ativamente dela. Foi aí que Aldrich então, agora secado com uma toalha que sua mãe lhe vestiu, foi levado para o seu quarto. No cômodo privado de Aldrich, havia, é claro, uma cama pequena de solteiro, uma cômoda pequena ao lado; alguns metros depois estava uma mesa larga de estudos, combinando com o chão de madeira. Passaram-se então minutos, coisa rápida, quando Aldrich ficava prontamente arrumado por sua mãe; diante de um espelho, ele apreciou sua roupa de gala infantil: uma camisa social, combinando com um short bege e sapatinhos, era adorável na visão da mãe dele. Terminado também o penteado de cabelo, que sua mãe havia terminado de fazer, deixando-o puxado um lado à esquerda e o resto tocado de uma forma a ficar naturalmente, porém sem aquele notável acúmulo de gel, fazendo com que Aldrich tomasse agrado de sua aparência agora arrumada. Não só isso, mas foi lhe plantado um cheiroso desodorante – este que conseguiu fazer o garoto rir alto com a sensação de um gelo forte em suas axilas; e não só isso, mas também um bom perfume, tocado em poucas borrifadas, no seu pescoço e pulsos.
  

—"Agora fica aqui na sala, vou me arrumar e logo volto... E se seu pai chegar, pergunte antes quem é e abra a porta se for ele." - a mãe de Aldrich se retirou para dentro do banheiro, portando uma toalha roxa e dourada bem maior em comparação ao tamanho da de Aldrich. O garoto se acomodou no sofá, balançou as pernas e fez a coisa mais natural que uma criança poderia fazer – pegou o controle remoto de design arqueo futurista e ligou a televisão de borda infinita e de ângulo curvado. As imagens de seus desenhos favoritos no canal de animações lhe fizeram ficar mais acomodado e relaxado, entendia ele que tudo agora que precisava fazer era esperar, tão fácil. Mais minutos se passaram, foi quando ele ouviu o barulho de destrancar da porta e ouvir passos molhados e um pouco de água pingando, ele viu, da sala e do corredor, o vapor saindo do banheiro.
    Às vezes, Aldrich pensava que sua mãe era a mulher mais trabalhadora do mundo – até mesmo do Imperium; quase sempre ele via ela andando para lá e pra cá, carregando algo, limpando algo ou checando algo. O restante do tempo em que sua mãe gastava era com seu pai em conversas e leituras, bem como a especial educação que Aldrich recebia dos dois. Chegado às oito horas da noite, a mãe de Aldrich apareceu na sala de estar com seu suéter bege e grosso, com meias finas e altas, botas pretas, uma fivela castanha em volta da cintura que segurava uma saia preta e leve – e um cabelo bem arrumado com tranças que faziam uma volta em sua cabeça.

—"Seu pai ainda não chegou? Bem, vamos ter que esperar por ele..." - ela se sentou no sofá ao lado do filho, tomando um certo cuidado para não amassar a roupa chique. Aldrich então sentiu um braço passando em volta de seu pescoço, seguido de um carinho em sua nuca e cabelo, que fez Aldrich calorosamente apoiar sua cabeça sobre o braço de sua mãe, tirando uma risadinha dela. Após quase dez minutos de espera, uma batida na parte foi ouvida por ambos, surgindo da porta de entrada do apartamento. A mãe de Aldrich se levantou primeiro, caminhou até o objeto, e observando através do monitor do interfone, ela viu ser seu marido. O destrancar da porta foi ouvido por Aldrich, seguido de passos de um sapato.

—"Boa noite, Hetßa." - o pai do garoto entrou, ele vestia um uniforme militar vistoso e de gala, todavia sem medalhas, ostentando um belo cinza com alguns detalhes em prata ou dourado; o quepe reluzente atraiu os olhares do garoto, que ficou ansioso pelo seu pai, que logo tratou de se aproximar de seu caro filho, entregando a ele o quepe de oficial como se fosse um presente. Aldrich aceitou de bom grado, colocou o quepe na cabeça, enquanto recebia um singelo sorriso confortante de sua mãe vendo a cena que ele fazia.
   O homem de guerra sentou-se no sofá, fechando suas mãos e perguntando:

—"Estão prontos?" - tanto Aldrich Hetßa, sua mãe, confirmaram a resposta. Pois então o marido se levantou, dizendo:
—"Bem, já vamos então..." - ele estendeu o braço para Aldrich, as mãos tocando a dele, no que ficou entendido como um andar de mãos entre pai e filho, com Hetßa, a bela e formosa mãe de idade já dos 28 anos parecendo ter apenas vinte e pouco. Passeando pelos corredores extensos e largos do prédio de apartamentos em que Aldrich e sua família moravam, ele observou as luzes externas dos outros prédios de fora; morar em um andar alto lhe dava essas belas vistas das cidades germânicas da Grand Terra, cheias de graça e louvor, adotando aquele toque toques arquitetônicos de tempos antigos, misturando-se a um bom arqueofuturismo quase mágico em construções brancas, não que fossem minimalistas, bem pelo contrário, apresentava uma gama de detalhes em seus elementos futuristas e eletrônicos que deixam o leitor a imaginar-de as obras futuristas dos prédios e casas do Imperium Humanum.
    Aldrich já havia descido até os andares do térreo, onde não só ficava a recepção do prédio, mas também o estacionamento com a maioria dos carros dos moradores. Lá, a família cumprimentou alguns vizinhos, encontrando-se também com amigos militares do pai de família.
   Finalmente, estavam dentro do carro Aldrich e sua família, embarcados naquela BMW de singular feição metálica da cor branca com um brilho inesquecível. Essa BMW, por sua vez, era bem formosa – seus faróis, tanto traseiros quanto dianteiros, apresentavam um design bem exclusivo; as portas possuíam detalhes de relevo únicos pela lataria e o chassi do veículo; os pneus eram brilhantes, apresentando uma cobertura que os rodeava da cor marfim, junto de aros cromados escuros mas que exibiam glorioso brilho para uma família de classe média, na verdade, uma simples família, pois o Imperium rejeitava a ideia de classes sociais, menos a aristocrática.
   E apresentou toda essa bela descrição que o leitor pôde ler e imaginar, Aldrich agora partia, sentado no banco traseiro e confortável do carro, rumo ao destino de festa e comemoração chique que aquela bela e moral família participariam.

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⏰ Última atualização: Oct 23 ⏰

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