𝙰 𝚐𝚘𝚘𝚍 𝚍𝚊𝚢 𝚝𝚘 𝚍𝚒𝚎

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Ajustei a máscara de renda preta no rosto, observando meu reflexo no espelho do pequeno apartamento

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Ajustei a máscara de renda preta no rosto, observando meu reflexo no espelho do pequeno apartamento. Cada detalhe daquela noite havia sido planejado com meticulosidade. O vestido roxo escuro, elegante, mas não chamativo, caía com perfeição sobre o meu corpo. A iluminação suave do apartamento acentuava o contraste entre o preto da máscara e a suavidade do tecido. Suspirei, sentindo o peso da responsabilidade repousar sobre meus ombros. A incerteza pairava: estaria eu fazendo o certo ao confiar em uma fonte que nunca vira pessoalmente?

“Será que estou preparada para o que vou encontrar?” pensei em silêncio, ajustando a máscara uma última vez. Meu cabelo, que normalmente estava bagunçado e com frizz, agora estava preso de forma controlada, completando o disfarce que me faria invisível naquela noite. Precisava me mesclar à multidão, ser uma sombra entre as figuras da alta sociedade. O convite havia sido um presente do meu misterioso informante, como prova de sua disposição em ajudar. Mas havia um problema: eu só tinha um convite. Natasha teria que esperar alguns quarteirões de distância, pronta para agir caso algo desse errado.

Dei uma última olhada no apartamento. Sr. Scratchy, meu melhor amigo, estava confortável e alimentado na cama. “Volto logo”, sussurrei para ele, sabendo que, na realidade, nada sobre aquela noite seria simples ou rápido.

O carro alugado já me aguardava do lado de fora, discreto como todo o meu plano. O baile aconteceria em um dos maiores salões da cidade, um espaço reservado à elite, onde políticos, empresários e figuras poderosas trocavam segredos e acordos à vista de todos. O cenário perfeito para criminosos se esconderem em plena luz do dia, ou da noite, no caso. O caminho até o salão foi breve, mas minha mente vagava pelas pistas que já havia reunido até agora. O perfume raro, identificado pela legista Alice, era a chave: exclusivo, caro, vendido apenas a clientes seletos, e de alguma forma conectava as vítimas. Aquela noite, a oportunidade de identificar o responsável estava ao meu alcance.

Quando o carro parou na frente do edifício, respirei fundo e ajustei a máscara mais uma vez. Com o convite em mãos, desci do carro e caminhei em direção à entrada. O porteiro, impecavelmente vestido, lançou-me um olhar educado, mas distante, e logo abriu passagem. Entreguei o convite, e ele o analisou com rapidez, acenando com a cabeça antes de me deixar passar. Eu estava dentro.

Assim que cruzei as imponentes portas de madeira maciça, fui imediatamente envolvida pela grandiosidade do salão. O ambiente era deslumbrante. Tetos altos decorados com elaborados candelabros de cristal pendiam como constelações cintilantes, projetando reflexos suaves nas paredes douradas. Espelhos gigantes adornavam o espaço, criando a ilusão de um salão ainda maior, enquanto o brilho das luzes refletia nas máscaras de cada convidado, transformando-os em figuras misteriosas.

A música clássica suave flutuava pelo ar, mesclando-se ao som abafado de conversas discretas. O burburinho da alta sociedade era perceptível, e enquanto bandejas de prata passavam de mão em mão, com garçons impecáveis oferecendo champanhe e aperitivos caros, eu escaneava o ambiente. Havia algo deliberadamente coreografado no jeito que as pessoas se moviam, como se cada passo, cada sorriso, fosse ensaiado com perfeição.

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