𝟯𝟮.

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𝗺𝗮𝗱𝗮𝗹𝗲𝗻𝗮 𝗯𝗿𝗶𝘁𝗼 𝗽𝗼𝗶𝗻𝘁 𝗼𝗳 𝘃𝗶𝗲𝘄.

graças a deus, já saí do hospital, estou a ir no carro da minha mãe, a olhar para o vidro, enquanto observo as paisagens.

saímos do carro, e vejo a minha mãe a abrir a porta, a nostalgia de entrar neste sítio é de outro mundo, mas por outro lado, é um bocado destruidor, vejo flashbacks do meu "pai" a bater na minha mãe, e tento concentrar-me em não pensar nisso, porque já não estou bem e se continuar a pensar nisso, só vai piorar, dispo-me no meu antigo quarto e visto o meu pijama.
a campainha não para de tocar em plenas dez da manhã, eu bufei e acabo de vestir o top, a minha mãe não têm aquela coisa de se ouvir quem está lá em baixo, então vejo pela janela. 

não posso acreditar. é o rodrigo, que têm um cartolina branca que diz "perdoa-me!", depois de ter a maior falta de maturidade e de não me ter ouvido. estou com  imensa raiva dele, mas não aguento a vergonha que é ter os vizinhos todos a olhar para nós.

rodrigo! - digo eu totalmente corada. consigo ver o cartaz ridículo. ele é mesmo lamechas.

 por favor, deixa-me entrar. vim até aqui ser o mais lamechas que posso ser com um cartaz ridículo nas mãos que provavelmente todos os meus amigos me vão fazer bullying da parte dos meus amigos, e isso nem me importa porque só quero que me ouças. eu prometo que, depois, se quiseres, me vou embora. - diz ele. é mesmo o homem mais lamechas que conheço, veio do porto até lisboa para que eu o possa desculpar, abro a porta lá debaixo e deixo a porta aberta. a minha mãe sorri, e quando ele chega, eles cumprimentam-se, é a pior forma de ele conhecer a minha mãe mas não podemos mudar isto. suspiro fundo e cruzei os braços encostada á bancada. enquanto ouvi-a a voz silenciosa da minha mãe virada para mim, a dizer que ele era giro, sim ele era, mas era um giro que só fazia merda, inclusive estamos prestes a resolver outra merda que mais uma vez, foi ele que a fez. a porta fecha-se e ele olha para mim, entregando-me um monte de tulipas, sorri ligeiramente enquanto as cheirava. cheiram tão bem, e conforta-me o facto de ele ser o único homem que sabe as minhas flores favoritas, as tulipas. ele puxa um banco e senta-se á minha frente. eu sento-me na bancada. colocando as tulipas numa jarra com um pouco de água. e volto a olhar para ele, que olha para mim, com um olhar super arrependido. eu suspiro fundo novamente e espero que comece a falar. desculpa, sou um precipitado, devia ter-te ouvido. - cruzei os braços, e ele sorri, baixando a cabeça. oh, queres ouvir mais. - sorri divertida, ainda de braços cruzados e oiço o a soltar um risinho. 

oh madalena, fui um estúpido, por favor volta para mim. - digo, a gozar como é óbvio. ambos soltamos um risinho e ele remexe no cabelo e ajoelha-se. eu meto uma mão no rosto. e solto um risinho. além de ser o mais lamechas, é o mais pindérico. é impossível ficar chateada com este ser humano. sorri de orelha a orelha.

fui um estúpido, devia ter te ouvido e não fugir a uma merda destas, devia ter ficado, e saber o que realmente tinha acontecido, fui um completo idiota, percorri estes quilómetros todos com um cartaz ridículo e com as tuas flores favoritas, para que me possas perdoar, porque não imagino a minha vida sem ti, madalena. - diz ele com as mãos juntas, como se tivesse a rezar á minha frente. perdoa-me, volta para mim, imploro-te. -  diz ele, eu sorri logo a seguir. 

diz-me como é que é suposto ficar chateada contigo, rodrigo. - pausa. ele levanta-se e aproxima-se, e beija-me com uma mão no maxilar. as nossas línguas estão em sintonia as duas. dançam ao som de uma música bonita de amor, que está a tocar em ambas mentes, o beijo termina e ele encosta as nossas testas. e ambos sorrimos. ele  olha para mim, de uma maneira inexplicável. conhecia várias pessoas com quem me relacionei, mas nenhuma me fazia sentir assim. era um sentimento totalmente de outro mundo, era tão bom, era um sentimento bom. estar com o rodrigo era como estar em casa, nos seus braços era onde me sentia segura.

𝗥𝗜𝗩𝗔𝗟𝗜𝗗𝗔𝗗𝗘𝗦 , 𝘳𝘰𝘥𝘳𝘪𝘨𝘰 𝘮𝘰𝘳𝘢.Onde histórias criam vida. Descubra agora