| Denver, Colorado
29 de Novembro, 2021
Às 10h37.ㅗ
ㅡ Ai, Florence, eu quero te ver! ㅡ Revirei meus olhos pela trigésima vez naqueles 10 minutos que eu estava sendo importunado pela garota que dizia ser minha irmã e pelo babaca que dizia ser meu amigo. ㅡ Não, Florence, não vá! Eu te quero!!
ㅡ Eu não quero você, As, não quero! ㅡ Raphael forçou uma voz fina, enquanto a Ally, fingindo ser eu, estava segurando a perna do meu amigo como se estivesse implorando. ㅡ Você é burro e lerdo! Não quero!
Rosnei, sentindo que poderia enforcá-los só por esses minutos que eu estava sendo incomodado. Desde que Florence saiu depois de aceitar meu pedido, ambos se juntaram na sala e repetiu minhas palavras. Aquelas que foram proclamadas no calor do momento. Florence tinha o poder de me fazer soltar várias besteiras aleatórias.
No entanto, saber que ela estaria no mesmo teto que eu durante uma noite mudava tudo. E tudo foi ideia da Ally, mas todo mundo aceitou em um acordo justo. Bom, a Emma ficou relutante e disse que preferia a "tranquilidade" de nós quatro, mas acabou aceitando quando percebeu que havia ficado na minoria. Foi então que percebi que minha teoria estava certa. Emma estava estranha. E, consequentemente, de mal humor.
Emma gosta de socializar e pareceu gostar da presença dos primos, mas não gostou nenhum pouco da ideia deles virem dormir aqui aleatoriamente.
ㅡ Dá pra vocês pararem?! ㅡ Emma vociferou com um tom rude, interrompendo a brincadeira dos dois. A mesma estava com às sobrancelhas juntas e os olhos escuros reluzindo raiva, segurando o livro que estava lendo em mãos. ㅡ Está atrapalhando minha leitura!
ㅡ Nossa... Calma, Emma. ㅡ Ally murmurou, com uma careta de estranheza, finalmente levantando-se do chão.
ㅡ É, calma! Tá de mal humor por quê? ㅡ Seu irmão a encarou, parando bem em sua frente. Emma torceu os lábios.
ㅡ Não enche, Raphael!
Observei-a atentamente, tentando entender o que tinha acontecido para deixá-la daquele jeito. Como se percebesse que estava sendo observada, Emma me olhou, porém, desviou os olhos rapidamente ao perceber.
ㅡ Quero te ver, Florence. ㅡ Ally sussurrou para mim, sentando-se ao meu lado. ㅡ Está pronto para tê-la embaixo do mesmo teto que você, As? Não vá infartar.
ㅡ Me erra, Ally. ㅡ Revirei meus olhos, ouvindo-a rir, puxando meu telefone do bolso ao senti-lo vibrar. Foi então que percebi que era a Ari, o que me fez levantar-me rapidamente e correr até o quarto. A Ally não precisava saber que eu estava querendo informações do Agustín.
Ari- Que pergunta é essa, As?
Joguei-me na cama, arrumando o telefone entre meus dedos.
As- Curiosidade, Ari. A única coisa que sei dele é que esta preso, mas nada.
Nunca tive coragem de perguntar a mamãe, mas algum de vocês o visita?Esperei alguns longos segundos, que mais pareciam horas, até que a Ari visualizou e por fim começou a digitar.
Ari- Eu fui visitá-lo uma única vez depois que voltei para Aspen.
Já faz quase 12 anos.Suspirei. Já faz muito tempo e, infelizmente, existe a possibilidade dele nem tá vivo mais.
As- Acha que ele pode estar morto?
Ari- Provavelmente não, ou então a polícia teria contado a mamãe.
No fundo, eu desejava dá uma imagem para as coisas que já sabia sobre o Agustín. Nunca tive coragem de pedir, pois tenho consciência de tudo que minha mãe sofreu nas mãos dele, mas ainda sim um pedaço pequeno de mim desejava algo impossível. Agustín não merece nenhum pouco do carinho dos filhos.
Ari- Tenho medo de perguntar, mas você já desejou vê-lo em algum momento, né?
Arizona me conhecia tão bem.
Ao contrário de mim, Ally detestava a ideia de sequer pensar que tem um pai. Desde que soubemos de tudo que Agustín fez, a mesma descartou toda a possibilidade de tê-lo como uma imagem de "pai". Pelas palavras dela, nossa mãe é pai e mãe, assim como suas figuras paternas são Aruna e Andrey.
As- Em algum momento... Sim.
Mas ele não merece, né?Ari- Nenhum pouco, As.
Nossa conversa se encerrou, mas algo dentro de mim dizia que aquilo era só o início daquela conversa tão temida.
... ... ...
Não faltava muito para os convidados chegarem e eu já estava surtando. Saber que a Florence ㅡ e os primos ㅡ podem chegar a qualquer momento faz meu coração palpitar, como se chamasse pela presença dela, me deixando ansioso e com um frio imenso na barriga.
Emma continuava estranha. Seus olhos não me encaravam em nenhum momento, que eu esteja bem em frente à ela, já que continuam fixos no livro entre suas mãos. Raphael terminava de deixar a sala arrumada, enquanto a Ally estava trancada no quarto há horas.
De repente, meu corpo estremeceu ao ouvir batidas na porta. Ela chegou. Não só ela, mas seus primos também.
Ofeguei, esfregando minha testa em puro nervosismo quando o Raphael foi em direção a porta demonstrando animação. Não demorei a reconhecer o Bryan, abrindo um sorriso animado assim que viu o primo.
ㅡ Oi, Bry!
Logo a sala foi tomada por Bryan, Brooke ㅡ que rapidamente abriu um sorriso pra mim ao me notar ㅡ Ária, Ottis e por último Florence. Ela segurava uma bandeja com uma torta, embora abrisse um sorriso para o primo ao vê-lo.
ㅡ Você deveria disfarçar mais, sabia? ㅡ Sobressaltei-me ao ouvir a voz da Ally sussurrando para mim, erguendo à sobrancelha de modo debochado. ㅡ Assim todo mundo vai perceber o crush.
ㅡ Ally... ㅡ Estava pronto para negar, mas ela balançou a cabeça me interrompendo antes.
ㅡ Somos gêmeos, As. Literalmente, te conheço desde a barriga. ㅡ Resmungou, revirando seus olhos, acabando com qualquer argumento que eu estava pronto para proferir. ㅡ O que te prende?
Engoli em seco, temendo em responder sua pergunta.
ㅡ Nada, Ally. Eu só... ㅡ Sussurrei, umidecendo meus lábios com a língua ao me ver sem resposta. ㅡ Eu só não levo o menor jeito para isso. Não faço ideia de como agir com ela.
Ally abriu um sorriso de ladinho, pendendo sua cabeça para o lado.
ㅡ Ainda bem que a Florence sabe agir mais que você. ㅡ Piscou, se afastando em direção ao Ottis ao vê-lo.
Como se soubesse que estávamos falando dela, Florence olhou para mim e sorriu, acabando com todas as minhas estruturas naquele momento.
•••
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Coração Rebelde | Vol.3
RomantiekAsafe estava completamente ansioso para suas férias de fim de ano, pronto para descansar depois do último ano exaustivo que enfrentou. Ainda indeciso sobre seus próximos passos no mundo acadêmico, tudo que o Asafe queria era descansar tranquilamente...