➤ Capítulo 20!

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📍Boston | 2017

— Eu não estou fingindo nada. Eu estava fazendo o que deveria fazer. Dar aula — ela parou com a mão em cima da maçaneta, seguia de costas para ele.

— A aula acabou. Por que não paramos de fingir? — replicou com a voz tensa — Vamos ficar assim o resto do ano letivo?

— Talvez devêssemos — soltou com um tom firme.

— Scarlett, pode ao menos virar pra mim? Eu tenho perguntas pra fazer e acho que mereço respostas — ele cruzou a sala para se sentar no sofá.

— Até certo ponto. Se você falar merda, não sou obrigada a engolir por estar parcialmente errada — Scarlett soltou a bolsa na mesa novamente e se virou para ele, cruzando os braços na altura do peito e se escorando na porta.

— Quando foi a primeira vez que ouvir falar sobre mim? — a primeira pergunta foi feita.

— Só pra deixar claro, vou falar o que tiver dentro dos limites de privacidade — avisou séria — Charlie contou sobre você no dia em que conheceu. Disse o quanto você era o homem mais lindo que ela já tinha visto e que você estudava italiano. Não chegou a me mostrar nenhuma foto sua.

— Como sabia que era eu então? — ele fez outra.

— Não é comum a entrada de alunos no meio do semestre, imaginei que fosse algum caso especial. Quando ela me disse que você tinha conseguido a vaga, ficou claro quem você era — respondeu ela, mexendo em um fio solto de cabelo.

— E o que você pensou de mim? Eu já tenho uma ideia, mas quero ouvir de você — resmungou, juntando as mãos nos joelhos.

— Não queria te chamar de babaca logo de cara, então te associei como “possível babaca”. Achei que era mais um mimadinho que estava na BL porque o papai mandou — assumiu sem medir as palavras — Me surpreendeu ver sua dedicação.

— E teve a festa da chave — ele lembrava da noite muito bem, tão claro quanto água. Os minutos que conheceu uma nova versão de sua professora. Sem roupas milimetricamente passadas e sem palavras difíceis, apenas uma mulher com pijama e pantufas.

— Eu estava atrás dela naquela noite. Ela tinha mentido pro pai e não dava sinal de vida. Eu descobri onde ela estava e já era óbvio que você estaria junto — ela não o encarou por tempo demais, ainda irritada com ele — Algum instinto me levou para a porta de um quarto, e quando eu joguei um verde insinuando que vocês estavam no quarto, o moleque que estava na porta não quis abrir. Insisti o suficiente para que ele me deixasse entrar e só sair quando desse o suposto horário.

— Agora entendo porque nunca me explicou o que estava fazendo lá. E com quem estava falando no telefone.

— Charlie estava em casa quando recebi a ligação, então fui obrigada a passar o resto da noite com você. Decidi que era melhor você não saber o motivo da minha presença como forma de proteção a Charlie e a mim mesma.

— Mas e depois? Por que não me contou nada depois que tudo isso passou? — Christopher tinha adotado uma postura tensa e zangada novamente — Depois que começamos a deixar rolar.

— Porque eu nem me lembrava mais disso. Essa pequena informação era tão irrelevante que eu quase deletei da minha mente — Scarlett abriu os braços, se defendendo — E nos pouquíssimos momentos que a lembrança me ocorria, eu rejeitava, porque não queria pensar nisso.

— Não pensou que talvez seria interessante comentar comigo? Porque me passou a impressão de que você estava fazendo uma avaliação minha. Vendo se eu era bom o suficiente para ela — exclamou, se aproximando dela.

Aprendendo com Sra.Johansson | EvanssonOnde histórias criam vida. Descubra agora