Aquele último episódio no hospital me deixou em alerta em relação ao Brandon. Eu sabia do quadro de esquizofrenia, mas estava claro que era mais do que apenas aquilo.
Um grau de psicopatia talvez.
Quando conversei com ele após aquele dia, percebia que o mesmo dizia exatamente o que no fundo eu gostaria de ouvir, mas que fosse sincero e na voz dele eu não senti a sinceridade.
Ainda era preciso investigações e outros momentos de conversa, mas eu estava certa de que ele havia um grau maior e mais forte, provavelmente seria até um psicopata.
Brandon era um homem agradável de se conviver e se mantinha assim até o momento que o mesmo quisesse, até o momento que conseguia o que queria.
Ser um psicopata não significava não ter uma relação social com amigos ou outros tipos de relacionamento. Era como um radar que ativava na cabeça de tal pessoa para identificar que aquela seria a próxima vítima, um meio de atração, talvez.
Psicopatas, serial killer's, não demonstravam nervosismo e nem medo. O coração deles não bate mais forte quando vão atacar. A respiração deles não se altera, eles não se parecem com predadores mas são. E quando nós percebemos isso, muitas vezes acaba sendo mais tarde do que gostaríamos.
Bom, mas acabei não pensando tanto nos dias que se passaram. E isso faz 2 semanas.
Houve a melhora de alguns pacientes que receberam a alta e puderam voltar em viver em sociedade sem que as pessoas os subjulgassem como loucos ou qualquer outro termo utilizado.
Mas com a saída deles, entrou o dobro. Estava uma correria, papéis precisando ser revisados, laudos precisando ser recolhidos, visitas para ser feitas.
Não era ruim, muito pelo contrário, era ótimo. Desde que havia decidido me formar e exercer essa área, estava muito consciente de tudo o que eu enfrentaria.
O problema era enfrentar isso e trabalhar sentindo enjôo a cada 5 minutos que se passavam.
Já iria fazer pelo menos uns 3 dias que eu estava da mesma forma. Até o cheiro de algum alimento me fazia ficar enjoada.
Eu havia contado para a minha melhor que sem pensar duas vezes me aconselhou em comprar testes de gravidez, principalmente após ela me perguntar sobre a minha menstruação. Meu ciclo menstrual sempre foi desregulado, mas nunca havia deixado de vir, e foi o que aconteceu, não desceu.
Nós duas estávamos dentro do banheiro do hospital esperando o resultado dos três testes que eu havia feito. Cada um de marca diferente.
Minhas mãos estavam trêmulas e meu coração acelerado enquanto me recordava da última vez que eu e meu namorado havíamos feito amor. Nunca havíamos de fato usado preservativo, foi pura sorte eu não ter engravidado, claro que em algum momento isso iria acontecer.
Só não esperava que fosse agora...
Éramos sempre tão afobados em nossos momentos que nem pensávamos na proteção.
__Ursinha, o tempo já passou. -Abby exclama me tirando do meu transe de pensamentos.
__Olha pra mim, Cacau. Eu não estou com muita coragem. -Respiro fundo enquanto coloco uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
A vejo balançar a cabeça positivamente e ir até a pia, onde os testes estavam encima.
Meus olhos se arregalam quando a ouço soltar um gritinho acompanhado de vários mini pulos com um grande sorriso.
__Todos deram positivo! Você está grávida, ursinha! -Corre em minha direção e me envolve em um abraço acolhedor.
A minha mente fica em silêncio, nenhum pensamento. Minha visão embaça e sinto às lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas.
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𝑆𝑒𝑗𝑎 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎, 𝑎𝑚𝑜𝑟!
RomanceLea Smith é uma garota (brasileira) ao qual acaba de finalizar sua faculdade de psicologia depois de muito batalhar. Seu próximo objetivo agora é sair do seu país, ao qual jurou desde pequena, ser a primeira coisa a fazer assim que pudesse mas...não...