A LOJA DE RAMEN

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Yeo-jin se lembra de todas as vezes que a mãe o acordava bem cedo para ver ela e a sua vó fazendo Ramen. Era um trabalho lindo, com cortes dos ingredientes de forma artistica e claro em meio a cantorias e risadas. Ele corria sempre de um lado para o outro soltando bolinhas de sabão e as estourando enqaunto a vó e a mãe tentava afasta-las da comida e riam quando alguma estourava na cara ou olho de uma e da outra. Eram momentos felizes, cheio de lembranças e cheiros. 

Sua casa sempre estava cheia. Quando não era de clientes comprando o Ramen era de amigos da familia que iam ver o famoso Ramen de Hanam ser criado. Uma colherada do caldo que estava a horas esquentando em sua boca e ele parecia voar até o céu. Uma explosão de sabores do gergilim com a cebola, o cheiro gostoso que subia do alho poró e do cheiro verde colocado, tudo ficou na sua memória. 

As vezes era bom esquecer.

No seu aniversário de oito anos a mãe e o pai perderam o controle do carro e viraram lembranças. Ele não sabia onde mais colocar a dor que sentia, então descontou em ajudar sua vó, que com a tristeza estava cada dia mais perto de desistir do sustento da família. Ele continuou a cantoria, mas sem as risadas, ele continuou cortando os legumes, mas sem o trabalho artistico das mãos de fada de sua mãe. Até que um dia a vó não levantou da cama, não queria abrir a loja de Ramen e muito menos encontrar as pessoas que seguiam perguntando como ela estava se sentindo. 

Yeo-jin se lembra de quando entrou na pequena lojinha atrás da casa e ela estava vazia pela primeira vez em anos. Foi como perder mais um membro da família. Ele não queria isto para ele e nem para a vó, então pediu a ela que o ensinasse a fazer Ramen. No inicio a senhora sorriu, ele só tinha oito anos, mas depois viu que ele falava mais sério do que ela imaginava. Colocou o avental velho, se sentou na beirada da porta da loja e começou a dedilhar os ingredientes. Era assim que elas faziam, sorrindo, cantarolando. Então, parado perto de sua vó e com a faca na mão, Yeo-jin começou a cantar a música que elas sempre cantavam. A vó no inicio não esboçou sorriso, mas Yeo-jin também começou a dançar e sorrir levemente, e logo a vó era um poste de luz aceso e energético, que, junto com o neto, reproduziu mais uma vez o Ramén. 

Ele agora tinha certeza que era o que ele queria, ele queria manter esta chama acesa. Na escola quando perguntavam sobre o seu futuro ele sempre dizia "serei um bom vendedor de Ramen". Todos riam e ele apenas sorria, pois era o que ele queria. Enquanto alguns querem ser médico, outros querem viajar o espaço, ele só queria tocar o maior número de pessoas o possível com seu Ramen. 

 

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⏰ Última atualização: Oct 27 ⏰

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