- Só mês passado - começou a dizer Roger, enquanto ele e seus amigos caminhavam rumo à garagem. De alguma forma, conseguiram acalmá-lo - Eu peguei quatro mulheres!
- Roger! - advertiu John - Não diga indecências na frente das visitas!
- Sem problemas! - disse Duff - Nós do Guns n' Roses falamos sobre esse tipo de assunto quase que o dia inteiro!
Em compensação, Peter e Eric, da banda Kiss, que caminhavam junto com o grupo, apenas se entreolharam confusos.
- Vocês estavam brincando de pega-pega? - perguntou o Catman
John, notando a inocência dos pequenos rapazes a sua frente, deu uma leve cotovelada em Roger, para que ele respondesse a pergunta de maneira adequada.
- Sim, claro! - respondeu ele, sorrindo - Essa é a minha brincadeira favorita!
Eric então, cochichou alguma coisa para Peter e Steven, que se entreolharam com um olhar maligno.
- Está com você! - disse Steven rapidamente, tocando o ombro do baterista do Queen e começando a correr juntamente com os outros dois meninos. Eles saíram por uma grande porta e se dispersaram pelo bosque que rodeia o castelo.
- Vá brincar com eles, Roger! - ordenou Deacon - Você falou mais do que deveria, então é você que vai ser babá deles.
- E se alguma coisa acontecer com aquelas crianças - completou Duff, sarcástico - Você vai ter que encarar um Axl Rose e um Gene Simmons furiosos com você!
- Mas e o meu carro? - tentou argumentar ele, forçando uma cara de coitado
- Vá! - disse John em um tom ameaçador
Então o baterista libertou a criança presa dentro de si e saiu em disparada atrás dos outros meninos!
- Eu vou pegar vocês! - disse ele
Os quatro saíram em disparada mata adentro, divertindo-se como há muito tempo não faziam. Os dois baixistas, em compensação, apenas ficaram parados, observando o brincar dos "jovens", enquanto o silêncio voltava a permanecer no local.
- Realmente não vamos consertar o carro do Roger? - perguntou Duff baixinho. Depois de não obter uma resposta, ele apenas comentou - A propósito, sou muito fã seu. Você toca baixo muito bem!
- Obrigado! - agradeceu John, sorrindo. Ele ofereceu-lhe uma cadeira e os dois se sentaram, comentando a respeito de tudo aquilo que estava ocorrendo nos últimos tempos.
Enquanto conversavam, Roger esforçava-se ao máximo para correr atrás dos meninos, que desapareceram em meio às árvores e arbustos. Às vezes, ele dava pausas, observando para qual caminho iria, mas de nada adiantava, pois parecia que eles haviam desaparecido. Seus passos rápidos faziam as folhas secas estalarem em meio ao silêncio, o que dava ao ambiente um ar meio assustador. Aos poucos, ele podia ouvir a presença de outras pessoas por ali, não podia-se saber ao certo se era algum animal, os pequenos músicos, ou talvez alguma coisa pior. Na esperança de ser o que queria, ele avançou, a passos mais lentos, tentando ouvir a quantidade e a direção dos passos. De repente, ao olhar em direção ao chão, ele apenas enxergou uma grande cauda, cujo dono escondia-se embaixo de uma densa folhagem. Ele verificou ali, procurando saber se era apenas um dos gatinhos de Freddie ou se eram os bateristas pregando-lhe alguma peça. E relativamente, era a segunda opção.
- Peguei você! - disse ele, tocando quem estava ali embaixo
- Shhh - advertiu-lhe Peter, sussurrando, revelando que, na verdade, ele e seus três amigos escondiam-se ali - Não diga uma palavra alta e nem faça movimentos bruscos!
- O que está acontecendo, afinal? - perguntou o loiro
- Venha cá e observe por si só.
Roger então agachou-se, e pode então enxergar um grande espaço sobre aquela folhagem. Ele arrastou-se até a outra ponta, onde os três bateristas espiavam, sem se preocupar se sujaria ou não suas roupas, e então viu algo que, nem nos seus piores pesadelos ele imaginaria: homens, iguais as descrições dadas pelos seus amigos, aqueles mesmos que tentaram os matar ou sequestrar, estavam, em dezenas, adentrando no grande bosque que rodeava seu precioso castelo.
- Precisamos avisar os outros - sussurrou ele, em pânico, para os que ali estavam - Rápido. O mais rápido possível.
Preocupando-se em não fazer barulhos para não entregar sua localização aos inimigos, eles saíram daquele pequeno local. Antes que começassem a correr novamente, Steven Adler notou um pequeno detalhe:
- Rapazes - disse ele - Eu acho que estamos perdidos.
Roger ia arregalar mais os olhos se fosse possível, mas ele já estava tão perturbado com aquela ideia do castelo ser invadido que sua mente já não raciocinava muito bem. Ao seu lado, o baterista do Guns tentava ajudá-lo a encontrar alguma solução. Em compensação, seus amigos do Kiss se entreolharam e disseram.
- Está pensando o mesmo que eu, "Catman"?
- Eu acho que sim, "Fox"!
Só então os dois loiros notaram as caudas balançantes deles.
- Vocês são metade animal de verdade? Pensei que fossem apenas pinturas faciais!
Aquela pergunta não teve uma resposta em palavras, mas foi automaticamente respondida quando os dois jogaram-se ao chão e começaram a farejar, procurando alguma trilha de cheiros familiares ou coisa parecida. Deixando-se guiar pelo instinto animal, eles começaram a andar com aptidão usando os quatro membros, assim como um gato e uma raposa reais fariam, seguindo seu sentido olfativo com tanta certeza quanto têm em sua visão. A velocidade, juntamente com a confiança, foi gradativamente aumentando, o castelo se aproximava cada vez mais!
- Isso é demais! - disse Steven com seus olhinhos brilhantes, seguindo-os juntamente com Roger - Quando toda essa crise passar, deixa eu andar nas costas de vocês? Seus poderes também te dão mais força?
Os dois não responderam, pois estavam concentrados demais em sua missão.
- E você, Roger, qual é o seu poder?
- O meu poder - começou ele - chama-se "I'm in love with my car". Com ele, meu carro torna-se para mim tipo uma armadura de guerra, com canhões e uma espada. Eu e meu precioso veículo tornamo-nos um só, e lutamos juntos um com o outro, parecendo um pequeno Transformers. E o seu?
- Meu poder chama-se "Civil War". Com ele, posso fazer meus inimigos voltarem contra si mesmos, se auto aniquilando sem eu precisar mover um dedo. Funciona tanto com humanos quanto com coisas autônomas e inanimadas, mas quando são em soldados, só funciona em grupos de até vinte deles.
Enquanto conversavam, continuavam correndo atrás de seus amigos farejadores, até que finalmente voltaram ao castelo, deparando-se com John e Duff bebendo tranquilamente uma limonada enquanto conversavam sobre afinações de um baixo segundo determinado timbre de voz.
Ao se aproximarem dos dois baixistas, começaram a relatar-lhes o que ocorrera, cada um em sua velocidade, sua voz e suas palavras ao mesmo tempo, fazendo com que, aquilo que era para ser um diálogo, se tornasse uma confusão de sons incompreensíveis.
- Silêncio! - gritou Deacon. Depois respirou fundo e reiniciou a conversa - Falem um de cada vez, por favor. Roger Taylor, gostaria de começar?
- Vou resumir a história porque temos de ser rápidos a custo de nossas vidas: Os homens que atacaram os outros músicos, fazendo-os refugiar-sem aqui, estão à espreita pelo bosque, indo em direção ao castelo, armados até os dentes.
Ouvindo isso, o baixista ordenou com um tom de voz sério, porém baixo:
- Todos para dentro, agora.
Eles adentraram o palácio, fechando bem a porta da qual haviam vindo, e a passos pesados, o baixista levou-os à sala do trono, interrompendo mais uma vez a reunião entre Freddie, Faltskog e Bowie.
- Deacon, querido, o que te trás aqui? Aconteceu alguma coisa?
- Sim, Freddie, aconteceu uma coisa gravíssima. Por favor ouça, sem nos interromper, o que nós temos a dizer.
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A última nota do império
FanfictionEm um cenário onde cada músico dedicado ao rock possuí um poder paranormal, estes se veem em um contexto caótico de sequestros e constantes ameaças que desafiam a sua existência. Uma história mergulhada em ação e conflitos e melodias que retrata ess...