CAPÍTULO I

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"A vida é como uma rosa, cada pétola é uma lembrança e cada espinho uma realidade"

DESCONHECIDO

EMMA CORSE

"Saudade" essa é a palavra ! O vejo em minha frente e não posso tocá-lo, nem mesmo falar. Sinto falta de quando éramos crianças ao menos eu existia pra ele.

Desperto de meus pensamentos com os gritos de minha irmã.

   — EMMA, EMMA, vamos logo! a mamãe está nos esperando com a água — Fala ela, com uma moringa com água em mãos.

   — Certamente. Acabei me distraindo, mas vamos —  ela concorda e esqueço dele por um momento.

Minha irmã era esbelta, magra e alta; todos os rapazes a cortejavam. Mamãe insistia que se casasse, mas ela gosta da própria companhia. Fico pensando quem seria o sortudo de casar-se com ela.

Não demorou muito e chegamos ao nosso destino. As pessoas daqui não são tão comunicáveis e nem há como ser, já que a peste, como chamam, cegou suas mentes e as fez  se afastarem.

  — Graças a Deus vocês chegaram ! Esta água deve servir para hoje e amanhã, não sabemos quando a peste vai se agravar e ...

A interrompo.

   — Mãe, não vamos pensar nisso, talvez ..

Então é a vez de Amme me interromper.

   — Nossa mãe está certa Emma. Não dá para fechar os olhos pra realidade.

   — Mas deve haver algo a ser feito. Não podemos ficar parados sem fazer nada.

   —  Não há nada que possamos fazer. Nós já perdemos nosso pai e nem sabemos quando vai ser nossa vez. Então, entenda que isso é realidade, não é nenhuma fantasia.

Depois disso, sinto meus olhos lacrimejarem. Minha mãe percebe minha aflição e me abraça.

   — Tá tudo bem querida, tá tudo bem.

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