WILLIAM SHERIDAN
Fairfax, VA.
Sexta-feira, 10:00 AM.
Eu estava na aula, completamente concentrado, quase como se tivesse sido hipnotizado. Meus olhos nem piscavam enquanto o professor falava sobre criminologia, mergulhando fundo no conceito de "perfil criminal". Ele começava a desenhar os contornos de uma mente criminosa na lousa, traçando linhas entre comportamentos e motivações que pareciam, de alguma forma, se entrelaçar como um labirinto de escolhas erradas.
O professor explicava como especialistas utilizam dados comportamentais para entender os padrões de criminalidade, analisando desde pequenos delitos até os crimes mais complexos. Ele falava sobre como o perfilamento criminal não era apenas uma ferramenta, mas uma arte, onde cada traço de comportamento poderia ser uma pista que levava a um suspeito, ajudando a capturar criminosos em casos notórios. Havia exemplos de casos que pareciam ter saído de um filme, mas eram muito reais e impactantes.
Enquanto o professor finalizava a aula, um sorriso malicioso se formou em seus lábios. Eu sabia que algo estava prestes a acontecer.
— Para o próximo trabalho, vocês vão formar duplas — anunciou ele, olhando para a turma com um brilho nos olhos. — Cada dupla receberá o nome de um assassino em série famoso e terá a tarefa de traçar o perfil dele.
Os murmúrios animados preencheram a sala, e eu não pude evitar um suspiro. Ninguém iria querer se juntar a mim. Enquanto os alunos começaram a se agrupar, minha ansiedade crescia. Olhei ao redor, observando sorrisos e risadas, e pensei que provavelmente acabaria sozinho, como sempre.
Então, ouvi uma voz conhecida atrás de mim.
— Ei, William... — era Bloom. — Eu queria pedir desculpas pelo que aconteceu no outro dia. Eu me deixei levar pelo que a Clarice falou. Mas eu refleti, e vi que fui uma idiota.
Eu a olhei, confuso. Não estava realmente pensando sobre isso, mas senti que deveria ser gentil.
— Está tudo bem — respondi. Na verdade, eu não estava muito preocupado. No fim das contas, ela era como todos os outros.
— Você quer ser meu parceiro para o trabalho? — perguntou, me olhando com uma expressão ansiosa.
— Claro — respondi, sem muita emoção.
— Ótimo! — ela sorriu. — Com qual assassino você acha que vamos trabalhar?
— Não faço ideia. Mas espero que não seja alguém muito bizarro.
— Não se preocupe. Com certeza vamos pegar alguém bem interessante — disse, com um brilho nos olhos.
Enquanto o representante da turma se aproximava da caixa onde estavam os nomes dos assassinos, meu nervosismo cresceu. Estendi a mão e retirei uma tira de papel, entregando-a a ele.
— Espero que o nosso seja alguém intrigante! — disse Bloom, olhando para mim com expectativa.
O representante finalmente desdobrou o papel e anunciou em voz alta:
— Maníaco de Manhattan.
Um silêncio tomou conta da sala, como se o ar tivesse sido cortado.
— Ainda bem que ele morreu — disse Clarice, quebrando o silêncio com um sorriso irônico. — Porque se não, a gente estaria em apuros!
As risadas nervosas de alguns se transformaram em murmúrios desconfortáveis. Bloom franziu a testa, parecendo incomodada.
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𝐀𝐒𝐒𝐎𝐌𝐁𝐑𝐀-𝐌𝐄
De Todo𝐖𝐢𝐥𝐥𝐢𝐚𝐦 carrega o peso de um legado sombrio: filho de um notório assassino em série, sua existência é marcada pelo estigma e pela suspeita. Em um cenário em que todos o vê como uma extensão dos crimes de seu pai, ele se blindou contra o mundo...