Vício. Uma palavra e vários significados. Segundo o dicionário: Dependência física ou psicológica que faz alguém buscar o consumo excessivo de uma substância, geralmente alcoólica ou entorpecente. Mania; costume de fazer a mesma coisa. Depravação; tendência para provocar o mal ou ter ações contrárias à moral.
Ouvi o meu psicólogo barra psiquiatra falar isso tantas vezes que acabei por decorar tais significados. O meu vício não é em drogas ou bebidas alcoólicas. O meu vício é em sexo.
Sim, sexo.
Desde que ouvi a palavra sexo pela primeira vez eu me senti intrigado, empolgado, curioso e até um tanto ansioso, mas por conta da religião dos meus pais eu nem mesmo tinha acesso à internet para poder acabar com minha curiosidade. Com doze anos eu vi pornografia pela primeira vez, junto com o meu melhor amigo daquela época. Tínhamos apenas doze primaveras para contar, mas possuíamos uma curiosidade sem tamanho — normal para adolescentes como nós.
Lembro que ambos ficamos tão excitados pelos vídeos que assistimos, que acabamos por descobrir juntos como aliviar aquele incômodo que a ereção nos causava. Essa lembrança é a única coisa que mantenho do meu melhor amigo, afinal os pais dele nos pegaram e proibiram que eu chegasse novamente perto dele.
Nós nem tocamos um ao outro, mas os pais dele acharam que estávamos fazendo um absurdo e isso nos afastou. Quando os meus pais souberam eles me deixaram de castigo, e me obrigaram a ir em toda e qualquer missa que houvesse na igreja. Eu odiava. Não é como se eu não acreditasse em nada, eu só não acho que ir para a igreja seja capaz de resolver todos os pecados de alguém, principalmente pessoas como eu, que todos os dias abusam de um dos sete pecados capitais: Luxúria.
O melhor dentre os pecados, o mais gostoso e viciante de se cometer. Muitos diriam que eu sou louco, mas eu prefiro dizer que apenas sou fissurado em um dos maiores prazeres da vida.
Bom, foi aos doze anos que esse meu vício começou, como eu já disse. Aos treze anos eu dei meu primeiro beijo, foi com uma menina mais velha. Foi sem graça, ela não me deu o que eu queria, ela não despertou o calor que eu desejava sentir. Poucas semanas depois eu beijei um garoto. Foi mil vezes melhor.
O garoto me beijou dentro de uma sala de aula, ele me tocava pelo corpo inteiro. Esse sim despertou o que eu queria sentir, mas não pudemos ir muito longe, porque infelizmente estávamos dentro de uma escola. E também porque, segundo o menino, eu era muito novinho.
Eu sempre achei que idade não fosse importante, mas não vem ao caso.
Aos quinze anos eu fui expulso de casa. Não posso necessariamente culpar meus pais, porque o preconceito deles falou mais alto, mas o culpado de fato foi eu. Eles me pegaram na cama com um primo meu. Pois é, eu perdi a virgindade, aos quinze anos, com um primo meu - que tinha a mesma idade.
Foi até bom, mas poderia ter sido muito melhor. Me refiro à minha primeira vez, claro.
E eu fui morar justamente com quem? Com esse primo, porque eu não tinha outro lugar para ir — quanta ironia, não? Eu e ele ficamos por um tempo, até ele achar alguém mais interessante. Relação à três é até interessante para se fazer uma vez, mas não para viver sempre assim.
E agora, aos vinte e dois anos, eu estou sentado em frente ao meu psicólogo, esperando por uma resposta melhor que a de normalmente.
Lembram do significado de 'vício'? Pois vou contar o significado de mais uma palavra importante:
Fetiche. Psicopatologia; qualquer objeto ou parte do corpo que pode ser erotizado para satisfazer os desejos de alguém.
O meu maior fetiche é, definitivamente, ternos pretos. Mas não simplesmente isso. Tem que ser Jeon Jungkook usando um terno preto. Eu não consigo me controlar a cada consulta com ele, babando só de ver esses ternos que ele usa. Sabe quando a pessoa é tão irresistível que você não precisaria nem de preliminares? ENTÃO, é exatamente isso que sinto toda vez que preciso ficar uma hora inteirinha em sua sala o observando enquanto ele tenta, inutilmente, me ajudar.

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Black Suit | jjk + pjm
Fanfiction[One-Shot] "- Sabe, Dr. Jeon, você tenta a todo custo me curar desse meu vício peculiar. - Mordi meu lábio inferior, reprimindo um sorriso. - Mas sabe qual a única cura? - Qual, Sr. Park? - Você e eu, ambos nus."