Capitulo 5

55 7 0
                                    

A noite estava fria e escura, o único barulho escutado eram dos bêbados e dos gemidas das diversas prostitutas da Casa dos Prazeres a qual Aemond frequentava quase todas as noites, no mesmo quarto e com a mesma mulher a qual tirou sua virtude há tantos anos naquele mesmo lugar nojento com cheiro de ratos e bebidas baratas.

A mulher a qual o príncipe havia ido visitar passava as mãos em seus cabelos e costas após as horas que passaram juntos. Ele parecia cabisbaixo, tenso e pensativo sequer lhe dando alguma atenção. — Estiveram juntos na cama como sempre fora, mas havia algo de errado no príncipe e na forma o qual não havia se entregado totalmente à ela desta vez.

— O que te aflige, meu príncipe? — perguntou Mysaria, a meretriz quase quinze anos mais velha que o homem a qual beijava todo o corpo delicadamente.

Aemond suspirou.

— Tenho uma noiva agora. — Suas palavras não a afligiu, pelo contrário. Sempre soube algum dia que ele teria de se casar, encontraria uma noiva pura e intocável para a encher de filhos e ter uma vida monótona juntos.

No entanto jamais pensou que algo entre eles mudaria. Não teria de mudar, certo? Por mais que a idade um dia os separasse, talvez mais rápido do que o previsto com o passar dos anos, poderia contar com a ajuda do príncipe para se sustentar? — Uma mera ilusão, claro que quando se cansasse dela arranjaria outra para colocar em seu lugar.

Aemond era seletivo, não se deitava com qualquer mulher que viesse ao seu encontro. Também não era o tipo de homem que se apaixonava por uma prostituta ou algo assim. Mas eram raras as vezes que deixava Mysaria de lado para se aventurar com outras.

— Que mal há nisso? — Perguntou curiosa, ainda que o peito ardesse com um tanto de ciúmes. Não seria boba a ponto de demonstrar, uma das coisas que mais lhe fazia estar tantos anos ao lado dele era a forma de lidar com o príncipe.

— Apenas que... — Suspirou revoltado. — Ela é irritante.

Mysaria quis rir das palavras do príncipe.

Nada era melhor para seus ouvidos do que saber que o amante, seu príncipe, não gostou da noiva que escolheram para ele. Isto seria melhor ainda para ambos, assim o teria por mais tempo que o imaginado em seus braços antes que o tempo que já a acompanhava os separasse.

— Meu doce garoto... — acariciou seus cabelos prateados. — Não se martirize por uma mulher que apenas irá encher de filhos e herdeiros, poderá a ignorar depois disso.

Aemond suspirou novamente. — e lá é estava o maior de seus problemas: Sabia que a princesa Visenya não era digna de tamanha humilhação, um marido arrogante que apenas quer lhe encher de prole e concubinas.

Visenya era uma princesa, uma futura Rainha e digna de tantas coisas honrosas que ele mesmo não seria capaz de dar.

Ainda que tivesse a convencido do casamento, durante os dias que passaram sua mente vagava nessas circunstâncias. — O príncipe caolho queria o Trono de Ferro mais que qualquer outra coisa, merecia tal feito e sua ambição o cegava a modo que o senso comum se esvaía de sua mente.

Antes que pudesse responder a amante, o vislumbre de cabelos prateados e suados de Aegon adentrou no quarto que ambos compartilhavam juntos a cama, com um olhar risonho acompanhado de sua gargalhada tão familiar.

— Ora, só. — gargalhou antes de continuar a interrupção. — Deitados como um casal de coelhinhos.

Aemond respirou fundo percebendo a presença do irmão extremamente bêbado após foder com tantas prostitutas que sequer se lembrava o nome.

— Saia. — resmungou Aemond para o irmão com certo desprezo em sua voz. Era de se esperar que ele o incomodaria mais uma vez, já o fizera dentre tantas outras.

The White Dragon - Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora