Veridion-Hex Virtutis

Capítulo 4: Chamas de Desejo e Ódio

A escuridão da noite cobria o caminho irregular à medida que o grupo avançava pela floresta. Regina, Agatha, Rio e Emma caminhavam em silêncio, cada uma imersa em seus próprios pensamentos e tensões. O ar carregado com a magia deixava as árvores emolduradas por uma leve bruma purpúrea, sinal do poder oculto das irmãs bruxas.

- Já estamos distantes o bastante. Estamos em segurança - disse Emma, ofegante, enquanto lançava um olhar rápido para Rio.

- Swan... o que estamos fazendo? - Rio murmurou, a dúvida e a raiva ainda fervilhando dentro dela. Sua voz estava dura, mas seus olhos traíam a confusão que sentia.

Agatha, ainda abalada pelos eventos, cortou o silêncio com uma pergunta fria, direcionada à irmã:

- E agora, para onde vamos? - Sua voz carregava um tom de desprezo. - Precisamos passar em casa, avisar a abuela que o dia chegou.

Abuela, ou Senhora Heart, era a única figura que as duas irmãs respeitavam. Ela havia cuidado delas desde a morte de Morgana Pendragon, a mais poderosa bruxa que Veridion já conhecera. A promessa feita a sua mãe, de que lutariam juntas pela liberdade dos seres mágicos, pesava sobre elas, mesmo que a rivalidade incessante entre as duas tornasse essa aliança frágil e tensa.

- Ela vai nos encontrar. Sempre encontra - Regina disse, com a impaciência que a caracterizava. - Por enquanto, precisamos nos afastar mais antes que o feitiço nos atinja também.

- De jeito nenhum! - Emma interrompeu, feroz. - Quero passar o mínimo de tempo ao seu lado! - O veneno nas palavras de Emma era palpável.

- Calma, patinha - Regina respondeu com seu deboche usual.

- Pare de me chamar assim! Eu odeio você! - gritou Emma, afastando-se com raiva.

Rio olhou para as mulheres à sua volta, sem conseguir compreender como o dia mais importante da sua vida, o dia em que se tornara Lady Death, havia se transformado nesse caos.

Ela seguiu atrás de Emma, encontrando-a sentada em uma pedra, encarando o anel que sempre estava no colar que carregava em seu pescoço. Emma raramente falava sobre o objeto, mas Rio deduzia que ele tinha uma ligação com sua mãe.

- Sente falta dela? - Rio perguntou, com um tom suave, ao se aproximar.

- Muita - respondeu Emma imediatamente, sem hesitar.

- Eu queria ter conhecido a minha mãe... - Rio comentou, sentando-se ao lado da amiga.

Emma desviou o olhar, claramente desconfortável com a conversa. - Minha mãe era uma boa pessoa. Regina... ela destruiu tudo.

Rio ficou em silêncio por um momento, refletindo.

- O que estamos fazendo, Emma? Por que estamos traindo o rei e nos aliando às piores pessoas de Veridion?