Os seres se mantiveram curvados, pacíficos, mas ao mesmo tempo, apavorados com Matilde, que mantinha a arma erguida, os olhos brilhando de triunfo.
Foi nesse momento que Tiffo e Leon se movimentaram, acordando aos poucos.
— Matilde? — disse Tiffo, ajeitando o chapéu e observado a cena, surpreso. — O que está acontecendo?
— Fiquem perto de mim, vocês dois — mandou a moça, sem tirar a atenção dos homenzinhos e do gigante nem por um segundo.
Leon e o mago obedeceram, colocando-se um à direita e o outro à esquerda de Matilde.
— Você conseguiu a Espada! — exclamou Leon, espantado. — É por isso que não estão mais nos atacando?
Matilde confirmou as suspeitas do amigo, contando-lhe brevemente sobre as estranhas superstições dos monstros.
— Então, temos de sair daqui o quanto antes — disse Tiffo, encarando preocupado as criaturas. — Não sabemos por quanto tempo o respeito deles pela Espada vai durar...
Ele mal acabara de falar isso, e a arma dentre os dedos de Matilde reluziu numa luz vermelha.
Os homenzinhos e o gigante soltaram exclamações de terror, apertando ainda mais as costas contra a parede.
— É ele! — berrou o cinzento, apontando para a luz vermelha. — O espírito!
Os três defensores boquiabriram-se diante do evento, percebendo que a lâmina prateada do objeto foi se tornando cada vez mais vermelha, até que dela brotaram dois braços; depois, as pernas e a cabeça.
Todos na sala ficaram em choque, pálidos e perplexos.
Antes que alguém dissesse alguma coisa, o espírito saiu totalmente da lâmina, flutuando a vários metros do chão.
Tinha a aparência de um homem-lagartixa idoso e cansado, vestido em túnicas sujas e desbotadas. Seu corpo era todo vermelho e transparente, e os olhos pareciam-se duas ameixas maduras. Ele olhava para os monstros com ódio, as sobrancelhas juntas e apertadas.
— Seus idiotas! — exclamou o fantasma, apontando o dedo para os homenzinhos. — Me deixaram trancado aqui por séculos, completamente abandonado, sem ninguém!
O monstro cinzento começou a tremer, batendo os dentes de medo.
— Senhor espírito, nós sempre soubemos de sua existência — disse ele. — S-só não queríamos que despertasse e se zangasse conosco.
O fantasma voou na direção do gigante, o rosto encoberto pela ira.
— Tolos! — Parou na frente deles. — Eu deveria acabar com todos vocês por isso! Ao invés de me ajudarem a sair dessa prisão eterna, inventam que a Espada é sagrada! — Ele parou um pouco, tomando fôlego. — Quanta baboseira, francamente! Nunca deveria ter me colocado naquele objeto...
O rosto de Leon empalideceu. Ele de repente entendeu tudo.
— V-você é o bisavô de Wagner?
— É claro que sou! — disse o espírito, voltando-se para o jovem. — Quem você acha que fez a Espada e o mapa que certamente usaram para chegar até aqui?
— Mas por que se prender dentro da Espada? — disse Tiffo. — Você não parece muito contente com isso...
— Olha só! — gritou o fantasma, nervoso. — Se eu pudesse só morrer, com certeza teria sido assim. Eu estaria em paz agora, descansando Deus sabe onde... Mas aquele, aquele demônio...
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OS DEFENSORES DA FLORESTA MÁGICA
FantasyPara proteger o Cristal Vital, Tiffo, Matilde e Leon têm que dar o seu melhor!