Capítulo 22

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— Eu não acredito que um dos pratos servidos é Bobó de camarão? — Reparo quando o garçom deixa a travessa em cima da mesa.

— Você me disse uma vez que era seu prato preferido, certo?

— Você arrasou demais. — Sorrio só de lembrar da explosão de sabores que logo logo iria receber.

— Alek pediu esse prato especialmente para você, Tiana. Gostou? — A mãe de Aleksander está em uma das pontas da mesa.

Manejo a cabeça em um sim.

— Muito... — Sorrio. — E aqui é maravilhoso. — olho em volta da estufa. — Obrigada por me receberem no hotel-fazenda de vocês.

Tento esconder meu nervosismo, não poderia dar nada errada naquela noite. Imagino se derramo o vinho na camisa branquíssima de Daniel? Ou um camarão voa do meu prato até o rosto de dona Mara? Seria uma vergonha.

A probabilidade dessas coisas acontecerem eram mínimas, porém minha cabeça criava todos os cenários possíveis.

— Imagina, Tiana. Um prazer recebê-la em nossa propriedade. — Senhor Thiago, pai de Alek, diz elegantemente. Ele estava na outra ponta da mesa, de frente para sua mulher. — Não é sempre que nosso filho nos liga empolgado dizendo que encontrou o amor da vida dele.

Sinto minhas bochechas esquentarem.

— Pai! Shiu! — Aleksander o repreende.

— Acho que ele nunca fez isso. — Dona Liliane complementa. — Então, caprichamos!

— Agradeço mais uma vez. — Finco minhas unhas na palma da mão. Sentia todos os olhares em cima de mim naquele momento. Era tão sufocante.

Por que Alek tinha que ter uma família tão grande?

— É... — Aleksander diz, chamando atenção de todos. — Edgar e a Beatriz não vem? — Sinto sua mão na minha coxa. Ele faz carinho e sinto-me quente mesmo com a mão dele sobre o tecido da calça.

Seguro sua mão e a aperto.

— Não, eles estão meio corridos com a final da graduação dela, ele construindo outro restaurante no Rio de Janeiro e claro, tem o casamento. — A mãe de Alek abre um sorriso grandioso para o último motivo.

— Nossa mãe não disfarça que está amando a ideia do filhinho dela se casar. — Danika fala após beber um pouco de vinho.

— E o que quê tem? Quero ver meus filhos se casando com pessoas que amam. Mesmo que eles ainda não tenham nenhuma data marcada, estou ansiosa para organizar tudo com Regina, mãe da Beatriz.

Aproveito que os ânimos da família estão focados em outra coisa que não é eu, e provo um pouco do bobó. Estava divino.

Amava esse prato desde que comi na infância, e quando fui para Bahia uma vez, e comi em um restaurante baiano esse prato, foi um momento maravilhoso, confesso. Alek ter pedido para sua mãe o meu prato preferido para me fazer sentir um mais tranquila hoje, foi uma atitude e tanto.

— Está tudo bem? — Sinto a voz de Aleksander bem perto do meu ouvido.

— Sim, o camarão está perfeito! — falo, pegando outra garfada de comida.

Alek abre um sorriso.

— Você pode comer o quanto que quiser, okay? — Ele faz carinho na minha coxa.

Nego.

— Eles vão pensar que sou esfomeada.

— Não mesmo, eles estão ocupados sendo...eles mesmo. — Alek se vira para sua família e eles estavam discutindo sobre outro assunto que perdi. — Eles não estão nem aí.

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