JEON JUNGKOOK
Eu tinha um namorado. Seu nome não é importante no momento, mas, é bom ressaltar que um dia ele existiu em minha vida. Nós éramos companheiros um do outro, mais que namorados, amigos acima de qualquer outra coisa. Nos conhecemos na adolescência e ficamos juntos por seis anos.
Sim, seis longos anos. Anos ótimos, aliás.
Nós éramos mesmo muito unidos, mas nos últimos meses do nosso relacionamento tudo começou a esfriar. Esfriar até demais. Eu tenho um melhor amigo e posso garantir que ele foi o culpado da nossa separação. Quer dizer, eu fui o culpado, mas ainda assim. E, antes que pensem, eu não traí meu ex-namorado.
Terminei com ele por saber que isso doeria muito menos do que traí-lo.
Eu só me vi encantado por meu melhor amigo, apaixonando-me lentamente, e não queria magoar aquele que por tantos anos jurei amar. Isso seria errado e imperdoável. Por isso fui honesto, contei-lhe sobre não sentir mais o mesmo que antes, contei sobre meus sentimentos por um outro alguém e, após ser um tanto pressionado, até mesmo lhe disse quem era.
E ele aceitou isso, alegando que também já não sentia o mesmo.
Nós ainda somos amigos, muito amigos, e não ficou nada estranho desde o nosso término. Aliás, ainda por cima sou o conselheiro dele enquanto ele fala sobre seu novo crush. O cara até é legal, mas infelizmente não retribuiu os sentimentos do meu loirinho.
Independentemente do que aconteça, ele é o amor da minha vida, nós somente não fomos destinados a ficar juntos. E ele diz sentir o mesmo por mim.
Mas Jimin... ele é diferente. E talvez nunca haja amor. Talvez seja apenas desejo e eu nem mesmo seja capaz de ultrapassar as barreiras que minha timidez colocou em torno de mim.
— Por que está me olhando desse jeito? – Até mesmo me assustei quando a voz de Jimin se fez presente no ambiente. – Está tudo bem?
Assenti rapidamente, tentando controlar a respiração que ficou ofegante de repente e também o coração que do nada começou a acelerar. Quer dizer, do nada não era, afinal eu tinha um Park Jimin bem na minha frente, muito pertinho de mim, matando-me lentamente com sua beleza e...
— Você continua me olhando estranho. – Outra vez sua voz irrompeu o silêncio.
O que Jimin não sabia era o quanto ele ferrava com minha sanidade, tirava meu sono e bagunçava meu coração. Ele não tinha nem noção que enquanto falava a única coisa que eu conseguia pensar era no quanto seus lábios pareciam se encaixar nos meus. Ele não percebia que minhas mãos imploravam para tocá-lo e eu buscava qualquer desculpa esfarrapada para fazê-lo.
Ele não era capaz de enxergar todo o desejo que me habitava.
Aqueles lábios gordinhos eram uma tentação, queria me perder neles, me afogar em seus beijos... queria transbordar ainda mais de desejo por ele.
— Você me deixa com sede. – Soltei, vendo a feição confusa se estampar em seu rosto por inteiro. – Será que posso beber dos seus lábios?
Não sabia de onde a coragem tinha vindo. Na verdade, me senti péssimo assim que as palavras me escaparam, contudo ainda assim me sentia um pouco mais leve. Jimin merecia saber sobre meus sentimentos, mesmo que aquele desejo beirasse a insanidade.
Eu estava sucumbindo ao desejo que nutria por ele a cada instante mais, queria beijá-lo, tocá-lo, senti-lo de todas as formas. Queria que nos tornássemos um só, que ele me deixasse acabar com aquela gana toda para tê-lo, queria ter permissão para beber de seus lábios e me afogar inteiro em seu corpo sem nenhuma chance de submergir outra vez.
Queria sufocar em seus beijos, me perder no trajeto entre seu pescoço e sua cintura, amaria enlouquecer com seus arfares e gemidos.
Mesmo que fosse por apenas uma noite.
Precisava tê-lo.
Mas sabia que a chance de tudo isso ser recíproco era pequena. Jimin muito possivelmente não me via desse jeito e talvez eu estivesse jogando toda a nossa amizade fora somente por não conseguir conter tudo que estava sentindo. Mas, outra vez digo, precisava ser honesto.
Acabaria sufocando com meus próprios sentimentos.
— Você sabe que nós somos melhores amigos, não sabe? – Sim, eu sabia, mas na verdade isso pouco me importava.
— Melhores amigos não sentem o que eu sinto, e se sentem não querem ir além. – Afirmei, respirando fundo na tentativa de me acalmar. Não queria assustá-lo. – Esse desejo está me sufocando, então peço que me sufoque de outro jeito, mesmo que bem devagar, mesmo que eu fique sem ar... me cale com sua boca, me faça enlouquecer de vez, ou me mande embora de vez. Isso está me matando lentamente.
Jimin me olhou por alguns instantes, parecia estar processando as informações que praticamente o obriguei a receber. Então me vi como a pessoa mais egoísta do mundo, porque aquele fardo era meu e eu não deveria tê-lo jogado para cima de Jimin. O Park não merecia ter que lidar com algo que era problema somente meu.
— Me perdoa, eu não devia ter dito. – Sussurrei após alguns minutos onde ambos havíamos adentrado naquele silêncio sepulcral. – Hyung, sério, me desculpa.
Ele continuou em silêncio, até que levantou e andou na direção da cozinha de seu apartamento. Jimin não parecia assustado ou algo assim, na verdade ele parecia nem ter entendido ainda tudo que eu tinha dito. Outra vez me senti péssimo, mas não era proposital, apenas não queria que ele me visse desse jeito, que pensasse algo ruim sobre mim apenas porque acabei sentindo outra coisa por ele que não aquele afeto de amizade.
— Minnie... – Chamei, seguindo ele para a cozinha. Ele apenas negou com a cabeça e se escorou no balcão. – Eu vou embora, ok? Não quero pressionar você ou coisa parecida. Respeito que precisa de um tempo.
Me afastei outra vez, sentindo meu coração apertar conforme andava na direção do sofá para pegar meu casaco.
Não esperava que ele fosse me impedir, tampouco que iria ser empurrado contra a parede com certa força e em seguida sentiria seus lábios cobrindo os meus como se isso fosse a única coisa a importar. Jimin me apertou pela cintura e manteve nossos corpos grudados, inebriando-me com seus toques, com seu gosto, com seu cheiro.
Não sei dizer quanto tempo nosso beijo durou, somente sei que foi bom o bastante para me perder por completo. Quando nos encaramos outra vez, grudei nossas testas sem me importar com nossa pouca diferença de altura. Ele ser um pouquinho menor não mudava em nada tudo que me causava ou a forma que ferrava com minha sanidade diariamente.
— Ainda sente sede, Jungkookie? – Soou como uma provocação, mas ele sorria docemente na minha direção, outra vez me destruindo com tão pouco.
— Ah, hyung, acho que sempre estarei com sede dos seus lábios. – Confessei sem me importar, vendo-o rir graciosamente.
— Não se preocupe, Jungkookie, matarei sua sede todas as vezes que for necessário.
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Até a próxima ♥
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Thirsty | jjk + pjm
Fanfiction[One-Shot] - Você me deixa com sede. - Soltei, vendo a feição confusa se estampar em seu rosto por inteiro. - Será que posso beber dos seus lábios?