Capítulo Único

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Taehyung parecia estar ligado em um loop infinito, de tão elétrico que ele estava repetindo inúmeras vezes que eu não podia cair nos joguinhos de Jeon Jungkook, porque aquele garoto era o típico pegador, que se vangloria por todas as garotas com quem sai.

Eu disse a Taehyung que ele nem tentaria chegar em mim, afinal sou um garoto, mas foi eu terminar de falar para que o Jeon viesse me chamar para sair e eu o disse que iria pensar em seu caso.

— Você não vai pensar em nada, Park Jimin! — Taehyung interviu, me olhando todo sério. — Ele é um babaca!

— Os babacas são bons de cama. — Falei para provocar meu melhor amigo, vendo-o me olhar incrédulo. — Relaxa, Tae, eu sei me cuidar.

Não, eu não sabia, e quando achava saber eu normalmente me ferrava da maneira mais feia possível. Mas, não sou de ferro, sabem? E o Jungkook é lindo. Que mal tem darmos uns beijinhos? Talvez algo a mais? Eu não vejo problema algum nisso. Enquanto não envolver sentimentos, não há motivos para temer, certo?

— Inacreditável, Jimin! — Bateu com força a porta do seu armário, me arrancando uma risada pela forma que ele agiu. — Tomara que quebre a cara.

Virou as costas e saiu andando pelo corredor, e eu apenas ri de seu jeitinho emburrado. Eu sabia que Taehyung queria unicamente me proteger e me ver bem, ele não desejava me ver quebrando a cara e, caso eu quebrasse, Tae estaria lá para me confortar e ameaçar o responsável por meu coração partido.

Esse era o nível da nossa amizade.

— E aí, loirinho. — Eu estava sozinho no corredor, então acabei por me assustar quando duas mãos envolveram minha cintura. — Já pensou no que eu perguntei?

Virei-me para Jungkook e sorri de canto. Aquele garoto era simplesmente lindo, estupendamente lindo, e eu queria sim sair com ele, beijar ele, sei lá. Talvez algo bom saísse disso e pudéssemos tirar proveito da situação, não é?

— Já. — Respondi de forma simples. — Para onde você quer me levar?

— Que tal um cinema? — Puxou-me para mais perto, sendo abusado da forma que era eu nem mesmo estranhava tal atitude.

Concordei com a cabeça. Uma sala escura, possivelmente à noite onde o cinema do centro da cidade está mais vazio. Até que me parece uma boa ideia, algo bem agradável de se pensar.


Jungkook até que era divertido. Ele havia se vestido todo bonitinho para me encontrar e me pagou um sorvete no shopping antes mesmo de irmos ao cinema. Ele dizia coisas bonitinhas a todo instante, como se de alguma forma estivesse tentando me conquistar.

Eu não queria pensar que ele, de fato, estava flertando de forma mais romântica comigo do que aparentava, porque isso já seria meio caminho para um coração bem partido, estraçalhado e aquela coisa toda. Não era bem o que eu desejava.

Então entramos para assistir ao filme após comprar um grande combo com um baita balde de pipocas e um copo enorme — de um litro — de refrigerante para dividirmos. Isso já estava parecendo um encontro de casal, e só piorou ao que percebi que o filme era mesmo um romance.

Estreitei os olhos para Jungkook, mas ele sorriu tímido.

Ele sorriu tímido.

Tímido.

Ok!

Algo de errado não está certo.

O filme era até bem bom, tinha algumas partes engraçadas e era divertido ver Jungkook todo descontraído enquanto assistia. Nossas mãos, no maior clichê possível, se encostavam enquanto dividíamos as pipocas e eu pouco estava me importando de dividir o canudo do refrigerante com ele. Até porque seria hipocrisia minha fazer isso após admitir, mesmo que apenas para mim, que claramente queria trocar saliva com Jungkook.

War of Hormone | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora