"A ilha dos dinossauros"

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A noite estava espessa, quase palpável. A lua não ousava aparecer, deixando tudo em uma penumbra sufocante. A floresta ao redor parecia morta, envolta em um silêncio que incomodava. Nenhum som de pássaros ou insetos – como se algo terrível tivesse apagado toda vida dali. Diziam que naquela ilha, cientistas haviam cometido atos sombrios, experimentando com seres de outra era. O projeto tinha um nome: BioRavage. E estava envolto em uma névoa de mistério, sangue e tragédia.

Isaac, Renata e Dante – três amigos fascinados por terror e aventura – ouviram as histórias e decidiram explorar a ilha. Chegaram ao amanhecer, em uma praia fria e envolta pela névoa. O cheiro de sal e algo podre enchia o ar, um cheiro que enjoava, como se o mar estivesse contaminado. Cada passo que davam na areia parecia sussurrar “voltem”, mas eles seguiram em frente, cheios de adrenalina, sem saber o que realmente os esperava.

Caminhando pela densa vegetação, depararam-se com uma cerca elétrica enferrujada, alta e imponente, com arames enrolados no topo. Estava quebrada, dobrada para dentro, e havia marcas profundas de garras na estrutura de metal. A cerca parecia ter sido invadida de fora para dentro. Isaac, tentando disfarçar o nervosismo, brincou que “provavelmente eram marcas de ursos ou lobos”, mas os três sentiram um arrepio ao olhar para aqueles cortes profundos.

Mais adentro, chegaram ao complexo. Era um lugar sombrio, com a vegetação engolindo os destroços e as janelas quebradas. O prédio parecia murmurar, como se tivesse uma memória escura, e ao entrarem, o cheiro de podridão ficou ainda mais intenso. As paredes estavam sujas, manchadas de algo que parecia sangue, ressecado e marrom. Um odor de ferrugem misturado com decomposição tornava o ar quase irrespirável.

Quando entraram em um corredor escuro, Isaac acendeu uma lanterna. O feixe de luz tremulava, mostrando pedaços de papel espalhados pelo chão e equipamentos quebrados. Em um monitor rachado, uma imagem distorcida mostrava um dinossauro, um predador que parecia ter saído de um pesadelo. No canto da tela, um aviso piscava freneticamente: PERIGO: ESPÉCIMES INSTÁVEIS. Os três se entreolharam, o terror começando a se infiltrar.

Subitamente, um som grave, um baque quase como um trovão abafado, sacudiu o chão sob eles. Era como se algo enorme estivesse andando… e se aproximando. Isaac, Renata e Dante ficaram paralisados, os corações martelando no peito. Do fim do corredor, uma sombra gigantesca se movia. A criatura entrou no campo de luz: um Allosaurus. Mas este não era um dinossauro comum. Havia algo anormal nele, uma energia sombria nos olhos afundados. A pele, cheia de cicatrizes, apresentava implantes metálicos grotescos, como se alguém tivesse usado aquela fera como cobaia para uma experiência hedionda.

Antes que pudessem reagir, o Allosaurus cheirou o ar, como se estivesse farejando a presença deles. De repente, ele avançou, rompendo as paredes, cada passo deixando marcas no chão e nos ossos de quem o visse. O trio disparou na direção oposta, mas Isaac tropeçou, seu corpo indo ao chão com um baque que ecoou. Ao se virar, o desespero tomou conta dele. O Allosaurus se aproximava, seus dentes afiados brilhando sob a luz fraca. Em uma fração de segundo, a criatura o alcançou, e o grito de Isaac se transformou em um gorgolejar enquanto era destroçado.

Renata e Dante ouviram o som seco de ossos quebrando, mas não ousaram olhar para trás. O pavor os consumia. Correndo pelo complexo, encontraram um laboratório parcialmente destruído e trancaram a porta. Renata tentava respirar, mas o cheiro de morte estava por toda parte. Os olhos dela lacrimejavam enquanto encarava os restos de um diário mofado, encontrado sobre uma bancada.

“Espécimes instáveis… ódio profundo… consciência do sofrimento…” As palavras tremidas e quase apagadas falavam sobre o “Compound X”, uma substância que havia tornado os dinossauros mais inteligentes, mais conscientes e mais… vingativos.

Um estrondo fez a porta tremer. Renata e Dante se entreolharam, aterrorizados. Algo estava do outro lado, tentando arrombar a porta. Os estilhaços de madeira voaram, e o som de um grito ecoou. Renata e Dante correram para a escada de metal, subindo para o andar superior, onde uma sensação de horror absoluto os aguardava.

Ao chegarem no último andar, algo cortou o ar como uma lâmina. Um som sibilante e ameaçador. Quando ergueram o olhar, viram o Pteranodon, uma sombra descomunal passando acima deles. A criatura desceu com um grito agudo, suas garras afiadas agarrando Dante e levando-o para as alturas. Ele não teve tempo de gritar. Renata assistiu, paralisada, enquanto o corpo de Dante era largado no vazio, estatelando-se no concreto lá embaixo.

Sozinha, Renata ofegava. Não havia para onde fugir, não havia quem pudesse ajudá-la. No silêncio, o Allosaurus subiu lentamente a escada, seus olhos cravados nela, como se compreendesse seu papel ali – como se soubesse que aqueles humanos eram os verdadeiros monstros.

Renata, sem saída, fechou os olhos. O último som que ouviu foi o rosnado gutural da criatura, e o estalar sinistro da mandíbula ao se fechar.

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⏰ Última atualização: Oct 26 ⏰

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