Jenna Winter, uma garota que vive nas sombras,treinada para ser a arma perfeita-uma assassina sem emoções,sem remorsos. cada missão é uma nova dose de adrenalina,um vício que a mantém viva,ainda que metade de sua alma já esteja perdida. Sua próxima...
Coloco a mala no porta-malas enquanto eles entram no veículo. Tento não pensar no que estou abandonando, apenas no que preciso fazer daqui para frente. Eu não preciso me apegar a nada.
Sento-me no banco de trás, coloco os fones de ouvido e encaro a janela enquanto o carro começa a se mover. Ficar longe daquela casa onde enterrei tanto mais do que segredos... não sei se vai ser um alívio ou um problema. Só espero que os próximos moradores não achem resto de um corpo morto.
A nova casa não é muito longe, uns vinte e cinco minutos daqui. Segundo meus pais, o bairro é mais seguro, como se isso fizesse alguma diferença. Eles querem essa segurança, mas a minha vida depende da ausência dela. Enquanto me perco em meus próprios pensamentos, uma notificação chega no meu celular interrompendo a música. É meu mestre.
Mestre: Venha amanhã! Está tudo pronto.
Meu coração começa a palpitar mais forte e minhas mãos estão suadas, uma ansiedade começa a tomar conta de mim. Preciso me acalmar. Meus pais estão no carro, qualquer deslize posso ser pega no flagra.
A um clima de tensão entre eles, a briga deve ter sido feia. Nessa família, o adjetivo 'perfeito' não existe —pelo menos não aqui dentro. Aos olhos das pessoas, é uma família exemplo, uma advogada de renome bem-sucedida, um juiz de suprema corte influente e uma filha estudante de direito. Uma família rica, inteligente e exemplar.
O que eles não sabem é que, independentemente da reputação, toda família tem seus segredos sombrios. E sabe por quê? Porque os seres humanos são, por natureza, corruptos. Meus pais por exemplo, brigam há tanto tempo que já perdi as contas de quantas vezes tive que sair de casa para evitar de ver. Já se divorciaram três vezes e voltaram, como se o amor fosse um jogo que não importa quantas vezes você perca, sempre haverá outra chance de recomeçar. E ainda por cima, tem uma filha assassina sendo procurada por Washigton inteira.
Meu pai decide quebrar o silêncio. Infelizmente.
— acho que tinha alguém no escritório ontem à noite — diz ele enquanto me olha pelo retrovisor do carro.
— como assim? — finjo que não sei sobre o assunto.
— esqueci de trancar o escritório e parecia ter alguém lá.
— acho que era sono, você tinha tomado seu remédio?
— pode ser isso também, mas irei olhar as gravações da câmera depois — ele diz, encerrando o assunto.
Como assim câmera? Não vi nenhuma lá dentro, eu nem sequer sabia que tinha câmera no escritório. Ótimo, mais um problema para lidar. Respiro fundo, mantenho a calma e concentro-me na música que toca no meu fone. Resolvo isso mais tarde.
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Chegamos em frente da nova casa, desço do carro e a observo, ela é bem maior que a anterior. Aproximei-me um pouco mais, subindo lentamente os degraus bem iluminados que conduziam à porta principal. As luzes embutidas ao longo da escada pareciam guiar meus passos, e senti que cada detalhe ali fora pensado para causar impacto. As enormes janelas de vidro, que iam do chão ao teto, mostravam o interior moderno e elegante, porém, sem revelar tudo. As palmeiras e plantas ao redor davam um toque de vida e cor.
