18º Capítulo

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Maria P.O.V

É novamente de dia e sinto a cabeça a andar á roda como se alguem ou alguma coisa me tivesse acertado em cheio na cabeça. Vagarosamente tentei levantar-me da cama mas acabei por limitar-me a ficar sentada com as costas encostadas á borda da mesma. Tentava lembrar-me do que se tinha passado ontem para eu estar assim tão tonta mas só lembrava de ter saído com o James daquela sala porque já não aguentava ouvir mais coisas daquela boca imunda do Harry. Ainda fiquei um tempo ali sentada a olhar pela janela numa tentativa vã de me recordar de alguma coisa. Acabei por desistir uns minutos depois quando o alarme voltou a tocar. Tinha mesmo que me levantar tinha ginásio logo de manhã bem cedo para que depois pudesse aproveitar o resto do sábado não sei em a fazer o quê. Fui á casa de banho lavei a cara para despertar. quando cheguei ao quarto acabei por vestir umas legguins pretas com um top rosa e um t-shirt branca. Desci as escadas a correr passei pela cozinha gritei os bons dias á Marry e fui logo lá para fora. Mal passei a porta senti o contacto daquela brisa com a minha pele e fechei os olhos para puder disfrutar da sensação. Sentia-me muito melhor cá fora, era como se tivesse livre. Caminhei em direcção ao ginásio com os fones nos ouvidos abstraindo-me assim de tudo o que me rodeava. Ao fim de uns quinze minutos acabei por finalmente chegar ao ginásio e fui directamente á passadeira rolante. Tenho de concordar com todas as pessoas que dizem que o desporto ajuda a aliviar a mente. É bem verdade! Quando estamos a fazer exercício ou estamos concentrados no que estamos a fazer ou não vale a pena e quando nos concentramos em algo esquece-mos tudo o resto. Por outro lado também serve muitas vezes para descarregar energias como a raiva ou o nervosismo. No final do treino fiquei mesmo relaxada como se fosse outra pessoa. sentia-me uma pessoa nova capaz de fazer tudo. Encaminhei-me para o balneário para tomar um duche rápido antes de voltar para casa. O duche ajudou também a aliviar a tenção nos meus músculos. Sentir cada gota de água quente a percorrer o meu corpo tornando-o mais mole era remédio santo para tudo. Vesti a roupa que tinha dentro da mochila e fui até á recessão para assinar os papeis. Quando cheguei á recessão e procurei por uma caneta na minha mochila mas infelizmente não tive sucesso. Levantei o olhar tentando avistar a a rapariga morena de olhos verdes e sorriso quente que costuma estar na recessão mas mais uma vez sem sucesso outra vez. Queria mesmo ir embora e não encontrava o raio de uma simples caneta azul. Voltei a procurar na minha mochila e ao levantar a cabeça vi a mão de alguem mesmo diante do meu campo de visão estendendo-me uma caneta azul. Peguei logo na caneta assinei a porcaria do papel e sorri para a pessoa que a segurava agradecendo e foi aí que o vi. Fiquei sem reacção. Senti-me a ficar de todas as cores, azul, branca , roxa, verde. Acho que o arco-íris ficaria com inveja de mim naquela altura.

-Que coincidência agradável voltar a ver-te! Estás muito mais crescida deste a última vez que te vi!

Senti o meu corpo a gelar rapidamente desde as pontas dos meus dedos dos pés até á ponta do meu maior cabelo e não foi de frio de certeza.  Aquela sua voz ainda hoje tinha aquele poder sobre mim. Ainda hoje me aterrorizava e  me trazias tanta recordações que eu preferia esquecer. Ele estava diferente agora estava loiro mais musculado mas aquele seu sorriso não tinha mudado nada. Continuava o mesmo sorriso nojento capaz de intimidar qualquer mulher neste planeta. 

-Então Maria já não te lembras aqui do teu amiguinho.

Vi-o a aproximar-se de mim lentamente. A cada passo que ele dava mais nojo e mais gelada eu me sentia. Queria ir-me embora dali mas não conseguia. As minhas pernas não me respondiam. Não conseguia sequer desviar o meu olhar dos seus olhos de um azul nublado. Era como se tivesse presa aquele olhar, como se tivesse sido enfeitiçada, tivesse caído outra vez na sua silada. Ele estava quase colado ao meu corpo quando ouvi alguem a chamar por mim na direcção da porta de vidro. Ambos direccionamos o nosso olhar para a pessoa que me chamava mas mesmo assim continuava sem me conseguir mexer.  Era o James que estava ali em pé a olhar para mim. Senti um alivio enorme quando o vi:

The Last Time . . .Onde histórias criam vida. Descubra agora