capitulo quatro.

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Na outra ponta do Lugar, havia um recém chegado subindo nas sacadas.

Byun Baekhyun não gostou daquele prédio no segundo em que pousou os olhos nele, o cheiro metálico o fazia torcer o nariz há um quilômetro de distância.

Ele nunca teria passado perto de entrar, se não tivesse um amigo lá dentro que podia ajuda-lo a descobrir se tinha outro grupo de vampiros na cidade atacando os animais na zona rural.

Maldita hora que teve que voltar a cidade natal.

Kim Junmyeon estava ocupado fazendo um curativo no rosto arrebentado de um rapaz quando Baekhyun falou com ele. E para dizer o mínimo, ele não terminou a conversa muito mais satisfeito do que começou.

Junmyeon era um Wicca; se os Byun eram sigilosos, ele era o mistério em pessoa. Sempre sabia mais do que a maioria.

E tinha mais recursos do que esperavam também, Baekhyun o conhecia há anos, desde antes da "guerra".

Ele esperava que o amigo tivesse algum palpite que o direcionasse para onde ir ou ao menos pelo quê esperar. Baekhyun queria informação.

Mas aparentemente Junmyeon não sabia de muito mais do que ele, e o moreno ficou ainda mais desassossegado depois de saber disso.

O Kim disse que era melhor ele não se misturar demais com as pessoas do bar, de acordo com ele grande parte de quem estava ali "não era flor que se cheire". E bem, Baekhyun já tinha percebido isso, mas acatou o conselho mesmo assim.

Junmyeon lhe deu uma espécie de passe para o andar de cima e pediu para que ele esperasse lá enquanto terminava o serviço.

Baekhyun deixou o Wicca compenetrado na tarefa de colocar a mandíbula deslocada do jovem de volta no lugar e saiu da sala. Ele também disse que o espaço mais seguro do bar eram as sacadas.

O Byun só entendeu que "seguro" significava "vazio" quando chegou lá em cima.

Era emocionante como ele o conhecia tão bem.

Haviam no máximo uma dúzia de pessoas quando chegou. Baekhyun achou que lembravam gárgulas, porque a postura distante e corcovada era quase a mesma.

A sacada parecia um círculo de ferro grudado nas paredes, davam a volta no bar inteiro. O cheiro de sangue não era tão insuportável ali de cima ou talvez seu olfato já estivesse se acostumando, o Byun não soube dizer. E também não podia dizer que dava a mínima.

Ele apoiou os braços na grade, soltando o ar pela boca. Estava com esperança de que Junmyeon tivesse um daqueles clarões de consciência antes que fosse embora.

Baekhyun estava impaciente. Mais impaciente do que gostaria. E por mais que tivesse outros motivos para pensar agora, não era cauteloso o suficiente pra isso.

Um barulho, parecido com um gongo, começou a tocar. Baekhyun estava distraído com os próprios pensamentos quando um cheiro que subiu até as sacadas adentrou seu nariz.

Ele rosnou sem querer, se apoiando mais firme na grade; a visão borrou por um segundo. Seu cérebro parecia cheio de névoa. O Byun piscou, a cabeça mais baixa do que antes, ele viu o ringue.

E viu um garoto loiro de cabelos bagunçados subindo nele.

O garoto vestia jeans desbotados e uma regata branca. Havia outro jovem de frente para ele.

O Byun franziu as sobrancelhas, entendendo o que ia acontecer. Conseguiu sentir o próprio coração pulsando sangue venoso para os pulmões, agitando sua respiração.

O garoto se posicionou para lutar, tensionando os músculos dos braços. o rosto emburrado o fazia parecer um troglodita. O gongo soou uma última vez, foi um segundo de pausa.

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