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Capítulo quatro
Verdades à tona

–Não pode estar falando sério! –Jhon cruza os braços indignado.

Reviro os olhos, prendendo uma faca em meu cinto de suporte.

–Eu estou. –Falo simples, e ele gesticula com as mãos para o ar.

–Aquele velho corrompeu sua cabeça!

–Ninguém está corrompendo nada aqui. –Agarro minha espada. –Só quero tirar algumas dúvidas.

–Qual parte do "velho demente", você não entendeu?

–Não o chame assim, Jhonatan! Você nem ao menos o conhece. –Repreendo, guardando minha espada.

–E você conhece? –Ele retruca.

Fico em silêncio.

–Eu já estou indo. Se as meninas acordarem, diga a verdade. –Falo, me pondo no limite da montanha.

–Me deixe ir com você então! –Ele pede, e eu o olho sobre meu ombro.

–Você disse que poderia patrulhar essa noite.

Jhon revira os olhos, como uma criança.

–Porquê eu não sabia que você iria querer se encontrar com aquele velho estranho! –Ele agarra uma de suas machadinhas, que estava presa em um tronco de árvore ao seu lado. –Me deixe ir com você!

Apesar de Jhon estar mais exigindo do que pedindo, nego com a cabeça, dispensando sua companhia.

–Fique aqui e cuide de Imperia. Estarei de volta antes que pisque. –Sorrio brincalhona para ele.

Me jogo montanha abaixo, e posso ver o momento em que os olhos baixos de Jhon piscam uma vez. Sorrio pequeno com o movimento involuntário do meu amigo.

Atinjo o chão com força, mas me levanto rápido e sem dor.

Essa é a diferença de ser uma Luz, e ser uma Luz debilitada. Anteriormente, na floresta, esse simples movimento de me atirar dessa altura me causaria lesões consideráveis.

Mas agora, com minhas energias renovadas, meu corpo descansado e hidratado, eu seria capaz de enfrentar dez mil Dhormys sem preocupação alguma.

Me ponho a correr, pelo mesmo caminho que fizemos a um dia atrás. O vento batendo contra meu rosto, e bagunçando meus cabelos escuros me causa uma enorme sensação de alívio. Sorrio me permitindo gostar dessa sensação, desse momento!

Em pouco tempo, estou diante da porta do Mentor.

Dou três toques na madeira escurecida e podre, fazendo o som oco se chocar contra meus ouvidos.

A porta sendo aberta, revela aos poucos a imagem do senhor. Ele está tão estranho quanto eu me lembrava, mas o sorriso de poucos dentes se abre imediatamente quando seus olhos detectam minha presença.

–Laís! –Me cumprimenta, como se esperasse por mim.

–Senhor Clark, como vai? –Devolvo o cumprimento, com um pouco menos de entusiasmo que ele. –Estava esperando por mim?

Ele passa a mão na barba longa, falhada e coberta por fios brancos.

–Não. –Dá espaço para que eu entre, e assim faço. –Mas tinha esperança que você voltaria

Franzo o cenho.

–Por que?

Ele da de ombros, como se fosse óbvio.

–Porque é a única que não me olhou como se eu fosse louco. –Expõe outro sorriso.

–Eu quero saber mais sobre a floresta.

Se a Luz apagar (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora