A batalha parecia interminável. Amélia e Dylan canalizavam cada gota de energia, a luz emanando deles em ondas brilhantes que ricocheteavam contra a criatura. Marco, paralisado pelo medo, observava enquanto os dois enfrentavam a entidade sombria com tudo o que tinham.
A criatura rugia em desafio, mas com cada feixe de luz lançado por Amélia e Dylan, ela enfraquecia. As paredes da casa tremiam, como se resistissem à captura iminente da criatura.
“É agora! Força total!” gritou Amélia, suada e exausta, mas determinada. Dylan assentiu e, juntos, concentraram sua energia em um último ataque.
Com um estrondo, a criatura foi sugada para dentro do espelho, suas garras arranhando o vidro enquanto soltava um grito agudo e furioso. O espelho brilhou por alguns instantes e, em seguida, se apagou, selando a entidade do outro lado.
A exaustão tomou conta deles. Amélia caiu de joelhos, respirando com dificuldade. “Conseguimos...” sussurrou, olhando para Dylan com um sorriso cansado.
“Finalmente,” respondeu ele, colocando a mão sobre o ombro dela. Marco se aproximou lentamente, com o rosto ainda pálido pelo choque. “Então.. acabou mesmo?”
“Sim,” disse Dylan, com a voz pesada de alívio. “Mas precisamos sair daqui antes que algo mais aconteça.”
Porém, assim que começaram a se mover, algo estranho surgiu no ar. Amélia franziu a testa. O ambiente ao redor parecia diferente — frio demais, mesmo sem a presença da criatura. E então ela percebeu: que não havia qualquer sensação de alívio real. A escuridão, de alguma forma, ainda os envolvia.
“Espera...” Amélia sussurrou, seus olhos percorrendo cada canto da sala. “Tem algo errado.”
Marco recuou, inquieto. “Errado como?”
Dylan também olhou ao redor, franzindo a testa. “A casa ainda está nos prendendo... Mas como? A criatura está dentro do espelho!”
Foi então que Amélia sentiu um arrepio percorrer sua espinha. “E se...” ela começou, hesitante. “E se não era só a criatura? E se há mais alguém... entre nós?”
Os três se encararam, o ar pesado com suspeitas. Cada olhar parecia uma lâmina afiada, tentando cortar a verdade escondida.
“Você quer dizer... um de nós?” Marco perguntou, incrédulo.
Amélia assentiu lentamente. “Algo está errado desde que voltamos do espelho.” Ela se aproximou de Dylan e Marco, com o coração acelerado. “Um de nós pode ser um impostor.”
O silêncio caiu sobre eles como uma pedra. Ninguém se movia, ninguém ousava respirar alto. Amélia tentava controlar os pensamentos que corriam pela sua mente. Eles estavam juntos o tempo todo…?
Dylan foi o primeiro a quebrar o silêncio. “Isso é loucura, Amélia. Somos nós. Não tem como...”
“Não podemos ter certeza,” Marco murmurou, a voz carregada de dúvida. “As sombras brincam com nossas mentes. E se uma delas tomou o lugar de alguém?”
Amélia estreitou os olhos, tentando ler cada expressão. Algo dentro dela dizia que eles estavam à beira de uma revelação perigosa. “Precisamos descobrir agora, antes que seja tarde demais.”
Dylan deu um passo à frente, seu rosto estava sério. “E como vamos saber quem está dizendo a verdade?”
“Existem coisas que só nós sabemos,” Amélia respondeu rapidamente. “Segredos que compartilhamos antes da criatura aparecer.” Ela olhou para Dylan, com o olhar firme. “Quem você me prometeu proteger, custe o que custar?”
Dylan hesitou por uma fração de segundo, mas respondeu: “Você. Eu prometi proteger você.”
Amélia assentiu, mas a dúvida ainda estava ali. Ela se virou para Marco. “E você? Antes disso tudo, qual foi o medo que você admitiu para nós?”
Marco engoliu seco, nervoso. “Eu... eu disse que tinha medo do que a casa escondia.”
Tudo parecia certo, mas algo ainda não encaixava. Então, em um instante gelado, Amélia percebeu: alguém estava mentindo. A hesitação de Dylan não havia passado despercebida por ela.
“Eu quero ver seu braço,” Amélia disse subitamente, sua voz estava fria e cortante.
Clara franziu a testa, confusa. “Meu braço?”
“Sim. Quando você foi correr pra ajudar o Lucas a criatura te mordeu Amélia lembrou. “Mostre o ferimento.”
Clara hesitou, e foi o suficiente para a tensão explodir. Marco recuou, pegando algo improvisado como arma. “Ela não é a Clara...” murmurou Marco, apavorado.
Clara deu um sorriso perturbador, que não tinha nada de humano. Seus olhos ficaram opacos por um segundo, revelando a escuridão que se escondia ali. “Vocês são mais espertos do que eu imaginava.”
De repente, ela avançou em um ataque rápido. Amélia gritou e empurrou Marco para o lado, enquanto o impostor — a criatura disfarçada — tentava agarrá-los. A verdadeira Clara na verdade estava lá fora… ou presa em algum lugar.
Agora, eles sabiam: o espelho não havia prendido tudo. A escuridão ainda estava com eles, disfarçada como um amigo. E pior, eles não sabiam quanto tempo ainda tinham antes que a verdadeira Clara desaparecesse para sempre.
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Sussuros na noite
Mystery / ThrillerAmélia e seus amigos exploram uma mansão assombrada em uma noite de tempestade, onde encontram Dylan, um misterioso guardião dos segredos da casa. Atraídos um pelo outro, eles se veem envolvidos em uma trama de romance e suspense, lutando contra for...