Boas notícias!

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Três meses se passaram desde que vim morar com Adriana e ela tem sido incrível. Sua dedicação em me deixar confortável, seja abastecendo a geladeira com frutas verduras, algo que ela detesta com todas as suas forças e o máximo de frutas que ela coloca na boca é em forma de suco, sempre reclamando que falta açúcar.

Ela também passou a ter seus encontros fora de casa. Mesmo que eu insistisse que que ela não precisava mudar de hábitos só porque eu estava passando um tempo com ela.

Desde que Adriana me ofereceu um quarto em seu apartamento, eu sempre deixei claro que assim que Helena nascesse e eu arrumasse um emprego eu alugaria um cantinho para mim. Adriana sempre me deixava falando sozinha nessas horas, mas ela sabia que eu falava sério.

Nós éramos totalmente diferentes uma da outra, enquanto Adriana gostava de baladas, sexo e barulho, eu era a típica garota tímida, quando não estava bêbada, o que acontecia muito raramente. Eu sou o tipo que gosta de ler livros enquanto bebe uma taça de vinho e ouve uma música suave, que não faz sexo casual, ou vai a baladas.

Nós não conseguiríamos conviver assim por muito tempo. Adriana era o barulho em pessoa e eu seu total oposto. Eu não me importo com seu barulho exagerado ou seu jeito afobado de viver, na verdade eu até gosto. Ela preenche meus dias com cor e música e eu a amo por isso.

O problema é que ela me conhecia a vida toda e sabia como eu era adepta do silêncio, por isso, fazia de tudo para fazê-lo, o que me me deixa muito constrangida ao vê-la se esforçando a fazer silêncio, achando que vai me irritar com seu jeito de ser.

E não adiantava insistir que estava tudo bem ela ser daquele jeito, que eu não me incomodava com seu som alto ou o quanto ela era desastrada e sempre derrubava algo barulhento pela casa. Mesmo ela dizendo que não estava mudando, que estava agindo normal como sempre, mas eu via como ela se sentia mal quando isso acontecia. Quando derrubava algo sem querer ou chegava bêbada de madrugada, derrubando tudo, ela sempre corria até mim perguntando se eu estava bem, se Helena estava bem. Pedindo mil desculpas.

Adriana estava exausta em tentar me agradar e eu estava exausta de vê-la definhar a cada dia. Ela até evitou sair depois que caiu na sala quando chegou bêbada aos tropeços, e eu fiquei nervosa ao ver o sangue sainda de sua testa. Mesmo que eu tenha lhe dito que estava tudo bem comigo e Helena, que foi apenas um susto.

Haviam olheiras em baixo dos seus olhos e ela estava o tempo todo a minha volta como se eu fosse desmaiar a qualquer momento, ou parir, e ela precisasse estar atenta.

Eu estava saudável e Helena também. Estou me consultando com a doutora Emília em sua clínica particular, ela é obstetra e pediatra e um amor de pessoa. Nós acabamos desenvolvendo uma amizade relâmpago nesses três meses e ela acabou me contando da sua luta para engravidar também. Quando ela soube da minha luta com a baixa reserva ovariana, Emília me confessou que que ela também estava lutando contra a sua quase infertilidade.

Ela disse que tem 37 anos e sua idade também  era um empecilho por ela não estar conseguindo engravidar, ja que estáva correndo contra o tempo, por isso estava tentando a FIV.

Emília era linda, loira do olho verde, alta e magra, com curvas que fariam qualquer homem babar por ela. E eu nunca diria que ela tinha essa idade, a pele fresca e bem cuidada a faziam parecer ter seus vinte e cinco, talvez menos. A mulher parecia uma modelo da Victória's Secrets.

Ela já estava fazendo tratamentos para engravidar a um ano. Devido ao tratamento contra um câncer, o noivo dela havia congelado o sêmen por garantia, antes de começar o tratamento a um ano atrás, porque as chances dele ficar infertil eram grandes.

Me contou que ela e o noivo se conheciam a vida toda, os pais de ambos eram amigos, e em uma noite de bebedeira a um ano ela ficou grávida dele e um mês depois ele a pediu em casamento, mas com quatro meses de gestação ela teve um aborto espontâneo e desde então ela vem tentando engravidar, mas sem sucesso. Eles não haviam casado ainda pois o noivo, Benjamim, achava melhor esperar até terem certeza que ele estava totalmente curado.

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