CAPÍTULO 17 - Conte-me

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POV OLÍVIA.

Eu sinceramente não sabia o que dizer e apenas esfreguei uma mão na outra, a mente quase pifando pois não sabia o que inventar, e eu não sabia muito como era a relação do Cristian com Lucian, ele xingaria ele? Bateria? MATARIA? Já sei que ele é de surtos, mudanças de humor e agora sei que toma remédios.

Só não sei para que!

Meu corpo estava rígido e comecei a suar mesmo nesse frio intenso, Lucian então pigarreou quebrando o silêncio.

- Estava conhecendo ela, não posso? - Disse em um tom descontraído com a sobrancelha arqueada.
- A questão não é essa.
- Então não encana, já viu tudo? - Lucian tentou mudar de assunto, mas Cristian nos olhou sério por um longo tempo e saiu andando, passando por nós.

Olhamos para trás vendo ele ir embora.

- O que você disse demais?! - Perguntei um pouco desesperada.
- Nada, relaxa. - Suspirou - Ele tem ciúmes de você, não vê? Mas ele sabe que seria ridículo falar que está de mim, logo eu - riu botando as mãos na cintura.
- Você é gay? - Perguntei curiosa, olhando sua pose estranha.
- Que? Não! Não é isso - Riu - Somos amigos, ele sabe disso, mas às vezes ele... ele fica desconfiado até da sua própria sombra, já acostumei.

Ele pegou no meu pulso e me puxou me levando em direção para onde Cristian tinha ido.

- Ele te falou se ia em algum lugar específico hoje?
- Não, por que? - Parou ao perguntar.
- Ele disse que ia me levar em algum lugar hoje mas precisava passar aqui antes.
- Hm, não me disse nada, quer que eu descubra?
- O que eu gostaria de descobrir você não descobriria para mim.
- Nossa, confiança em mim zero não é mesmo? - Disse fingindo chateação.
- Eu acabei de te conhecer, você está bem?
- Nada disso, não existe isso. - Parou na minha frente e eu levantei a cabeça para olhar para ele - A mesma lealdade que tenho com ele, terei com você, isso é fato. Quando precisar de mim é só me ligar, principalmente quando ele estiver prestes a fazer besteiras.
- Ele? Fazer besteiras?
- Sim, é mais comum do que pensa e logo descobrirá o porquê - Estendeu a mão - Me dê seu celular sem senha, ande.

Peguei meu celular hesitante e dei em sua mão, ele digitou algo e me devolveu.

- Me ligue quando precisar, agora vamos - Voltou a me puxar.

Passamos por muitas pessoas, chegamos na sala de Cristian e ele não estava lá, saímos procurando ele novamente nesse lugar enorme sem saber onde ele estava, ligamos mas ele não atendia. Lucian de primeira parecia sério e calado por sua aparência imponente, mas ele é totalmente ao contrário, é carismático e divertido, percebo que é uma pessoa leve apesar de que, pessoas assim geralmente tendem a esconder muito as coisas que sente, sou psicóloga? Não, mas já vi muito isso.

Fomos em direção a entrada principal e ao sair, vimos de longe Cristian fumando encostado no carro, estava frio para ele ficar aqui fora, Lucian me acompanhou até ele que nem sequer nos olhou.

- Cristian, o que está fazendo aqui? Se não tem mais nada para fazer aqui, vamos embora. - Me abracei tentando me aquecer, comecei a tremer de frio e ele me olhou finalmente.
- Entre no carro. - Sua voz saiu firme, ele olhou em seguida para Lucian - Você também, peça outro pra ficar em seu lugar.
- Ok - Concordou e pegou seu telefone ligando para alguém,

Entrei no banco traseiro do carro enquanto Cristian terminava de fumar seu cigarro e Lucian dava ordens a alguém pelo telefone. Depois de um certo tempo Cristian entrou primeiro e me olhou pelo retrovisor sem dizer nada. Eu amava os olhos dele, o formato de seus lábios, a seriedade que ele exalava na maioria das vezes, eu já pensei em algum momento em agir carinhosamente com ele pra tentar conseguir alguma informação, mas sei que me perdiria já que gosto dele, não conseguiria o que eu queria e tudo ficaria por isso mesmo, não tiraria minhas dúvidas. E se eu conseguisse o que eu quero, a queda seria desastrosa e seria muito pior.

Promessa PerigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora