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A polícia chegou, eu e Miguel corremos tentando explicar que o velho apenas nos ajudou, mas nada adiantou.

Cheguei em casa de mansinho, na esperança de não acordar ninguém, se tiver alguém dormindo!

Ótimo, todos na cama. Tudo que eu preciso é tomar um banho e dormir! E assim fiz.

𓆙...

Cheguei na escola, e como de costume, fui até meus amigos!

—Ai a polícia levou ele! - Miguel parecia ter acabado de contar uma história.

—Oi, Cat! Miguel falou que você até ajudou a bater! - Demetri disse.

—Não foi isso, eu só fiz uma "armadilha" para ele, e ele mesmo caiu. - Falei.

—Ah, preciso falar com você! - Miguel me puxou para um canto.

—O velho de ontem, depois de eu insistir muito, ele vai nos ensinar Karatê! Por favor não me deixa sozinho! Eu quero muito ir, mas sem alguém comigo não dá. - Ele falou.

Eu suspirei, meu pai vai me matar.
Lutar de novo? Vai acabar comigo.

—Beleza! Que horas? - Perguntei.

Miguel me abraçou na felicidade.

—Depois da escola, ai vamos juntos! - Ele disse e eu assenti.

Assim, esperei a aula acabar. Pareceu uma eternidade! Mas quando finalmente acabou, fui com Miguel para o tal Dojô.

—Cobra Kai... - Meu pai vai me matar, já disse isso?

Nós entramos no Dojô, tiramos o sapato e fomos para o tatame.
Mas tudo que eu reparei, foi na letra da parede.
"Sem compaixão."
Eu já ouvi isso...

—É...o que faremos? - Miguel perguntou.

O sensei disse algumas das regras básicas, tentou mostrar alguns golpes, mas não deu muito certo, então tivemos que fazer 50 flexões!

—Não sabem fazer flexão? Então façam abdominais! - O sensei parecia de saco cheio, mas fizemos as 50 abdominais.

—Aqui vocês não podem ter compaixão, se tiverem, o inimigo vai apunhalar pelas costas, e vocês vão sair perdendo. E vocês querem ser humilhados e perderem, ou sair vencedores? - Ele perguntou.

—Vencedores! - Eu e Miguel respondemos.

—Vocês vão usar a raiva a favor de vocês! Está irritado? Soque! Caterina. Você primeiro. - Johnny apontou para um saco de pancada.
Que merda que eu fiz, vindo aqui.

—Pensa na coisa que mais te irrita, ou na pessoa! - Ele disse, não funciona. Eu não quero ser dominada pela raiva, de novo!

—Sensei, preciso de falar uma coisa! - Miguel começou a cochichar no ouvido do sensei.

O sensei assentiu e lá vieram as palavras.

—Você gosta quando sua irmã sai levando a melhor depois do seu esforço? Você gosta que seu pai te ignora a maior parte do tempo? Você é mesmo a LaFracussa! - LaFracussa?
O que ele sabe sobre mim?

—Você precisa se esforçar mais, ou a sua irmã vai ser sempre a melhor! - Eu posso dizer que algo nunca tinha me afetado tanto, quanto aquilo afetou. Meu corpo respondeu por mim, dando socos no manequim.
Só escutei Miguel e o sensei me aplaudindo, depois da minha visão escurecer, no ódio.

𝐃𝐚𝐝𝐝𝐲 𝐈𝐬𝐬𝐮𝐞𝐬 • Robby KeeneOnde histórias criam vida. Descubra agora