Cap 16

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Octávio Ferraz

Vinte minutos depois, o enfermeiro abriu a porta, me olhando e segurando uma bolsa.

— Consegui despistar ele. Falei que ela precisava descansar e que a visita acabava mais cedo hoje
- ele falou tirando algumas coisas da bolsa -

— Vou entrar lá, preciso ver ela.

— Eu imaginei, Trouxe essa roupa de enfermeiro pra você - ele me entregou o uniforme -
Ela não tá bem, aqui não tem médico suficiente, muito menos remédio, o ideal seria levar ela pro Hospital Central.

— Vou ver o que faço - ele me passou o número da conta dele, vou fazer o pagamento depois de ver que a Emma está segura.

Fomos caminhando por aquele corredor extenso, cheio de pessoas caídas pelo chão, o que me chamou a atenção foi que Emma estava longe, isolada de todos.

— Por que ela tá tão afastada assim?

— Pelo mesmo motivo que tô te ajudando, dinheiro.
Pelo que ouvi, o velho queria ela longe e em um quarto sem ninguém.

Isso só me deixava mais nervoso. Espero que ele não tenha feito o que estou pensando.

Chegamos a uma parte escura do corredor, com uma porta na frente.

— Eu vou ficar vigiando aqui
Ja te passei meu número, se você for tirar ela daqui, me avisa - assenti e entrei -

Assim que fechei a porta, meus olhos caíram sobre minha menina, deitada naquela maca suja. Ela vestia apenas um blusão amarelo; as pernas e os braços estavam descobertos.
Ela estava cheia de cortes pelo corpo, pálida.

Rapidamente, procurei uma coberta e a cobri. A respiração dela era fraca. Passei meus dedos pelo rosto dela, mas, diferente de antes, ela se esquivou, deixando algumas lágrimas caírem.

— Coelhinha, sou eu, meu amor. Não se preocupe. Vou te tirar daqui e dessa vida medíocre, eu prometo, Emma — sussurrei perto do ouvido dela, mesmo sabendo que ela não ouvia.

Eu não sei porque eu me importava tanto.
Conheço Emma a pouco tempo, e já me preocupo muito com ela, acho que ás nossas semelhanças nós uniram, e ela nem sabe disso.

Desviei o olhar para a prancheta ao lado da cama. Me aproximei e a peguei, vendo o nome da Emma escrito em cima, junto com o sobrenome...

— Será? Não é possível... Você é filha do Xavier, Emma? - perguntei, mesmo sabendo que não teria resposta -

Flashback On

— A senhorita Avelar só está terminando uma prova e já vem.

— Avelar? É o sobrenome?
- perguntei interessado, eu conheço alguém que me interessa muito com esse sobrenome-

— Sim sim senhor Ferraz, a senhorita Avelar é filha do nosso querido delegado, um grande homem, precisa conhecer.
- eu abri um sorriso e assenti -

Flashback Off

É claro! Emma Avelar, filha do Xavier.
Por isso o mesmo sobrenome! Por isso naquele dia eu esbarrei com ela no corredor... Emma estava indo ajudar a Olívia!

Quem diria que a peça que eu tanto precisava era a garota que estou ajudando? Esse filho da puta vai pagar caro por fazer isso com ela.
Não preciso da ajuda de Emma para lidar com ele. Agora teremos nossa vingança, e é por causa dela.

Foda-se os negócios do meu pai! Que ele venha aqui resolver com outro delegado, porque esse aqui já tem data e hora pra morrer.

NUNCA! NUNCA!
Ninguém ousaria tocar em um fio de cabelo de Emma! Ela é minha! E acabei de decidir isso de uma vez!
eu segurei a mão da mesma, e cheguei perto de seu ouvido.

Ei, coelhinha, eu vou te tirar daqui.
E assim que você melhorar, nós vamos casar e dar o fora dessa cidade fudida! Vai ser só eu e você, e claro nossa pequena ninhada.

Assim que falei isso, pude sentir a mão de Emma apertar a minha.
Ela estava ouvindo, minha garota me ouviu, e aceitou!

Ela estava ouvindo, minha garota me ouviu, e aceitou!

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