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Exatos 2 dias se passaram desde o ocorrido. Esses dias eu passei longe da minha família, vendo Sam, apenas na escola.
Até que em uma noite, o Johnny apareceu, ele e a Carmen conversaram, não posso dizer que o Sensei estava nos seus melhores dias. Ele tinha um olhar vazio, triste.
A única coisa que eu escutei foi:
"Essas crianças foram as únicas que acreditaram em mim."
Eu não queria mesmo ter parado de frequentar o dojô! Mas a tia Carmen e o Miguel precisavam de mim.

Mas, cá estamos nós, de novo!

—Eu decidi que vocês estão prontos para aprender a chutar. - O sensei falou, Miguel abriu um sorriso enorme.

Esperamos anoitecer, e o sensei nos levou para um lugar com piscinas!

Amarrou uma corda em nossas mãos, e nos empurrou na piscina.

Eu não sei nadar!

Fiquei desesperada batendo as pernas, esperando que aquilo acabasse logo, e senti minha blusa ser puxada.

—Vocês são capazes, ou não? Vamo! Mexam essas pernas! - E nos afundou novamente.

Eu mantive a calma, e comecei a mexer as pernas, até que fui subindo, mas cai de novo, quando eu comecei a me afogar, o sensei nos puxou novamente.

—Digam que conseguem! - Afundamos.

Demorou um pouco, mas eu consegui subir, foi com um pouco de ajuda do Miguel, mas eu consegui!

—Agora vamos correr! - O sensei disse, corremos de lá, o zelador chegou!

Voltamos para o dojô, e o sensei pegou algumas tábuas de madeira.

Nós chutamos, até quebrar! E depois disso, fomos dispensados.

—Eu estou exausta! - Falei.

—Hoje ele pegou pesado! Mas, acho que tivemos uma evolução! - Miguel falou.

—Só se for você, eu não consegui nem se quer sair da piscina sem sua ajuda! - Falei.

Comecei a receber chamadas, mensagens desesperadas! Era meu pai. Atendi a ligação.

"Oi pai?"

"Onde você está?"

"Com o Miguel, eu avisei!"

"Por quase três dias?"

"Mas ele estava machucado! Eu estava ajudando!"

"Volta para casa."

Eu desliguei a ligação, e olhei para Miguel.

—Preciso ir embora. Meu pai ficou puto! - Falei.

—Quando chegar, me liga, tá? - Ele falou e eu assenti, dei um abraço no garoto e fui.

Quando cheguei em casa, meu pai estava me esperando de braços cruzados.

—O que aconteceu? - Fiquei preocupada.

—Você some por três dias, e nem dá explicações! - Meu pai falou.

—Eu avisei para a mamãe, falei para Sam, e ainda te deixei um recado! - Falo.

—Não muda nada! Você tem 16 anos! - Meu pai disse.

Eu apenas queria subir para meu quarto.

—Você é muito desnecessário. - Subi as escadas, e me tranquei.

Eu tenho toda certeza que se fosse um amigo dele, ele faria o mesmo.

Eu sou uma decepção, ou é ele que não me ama?

Eu sou o problema?

Eu sou o erro?

Eu sou a culpada?

Eu.

𝐃𝐚𝐝𝐝𝐲 𝐈𝐬𝐬𝐮𝐞𝐬 • Robby KeeneOnde histórias criam vida. Descubra agora