Para Park ChanYeol, o trabalho estava cada vez mais intenso. Além das reuniões e projetos, ele precisava manter as aparências e equilibrar expectativas – não só as da empresa, mas principalmente as de seu pai, o presidente. ChanYeol sabia que seu pai esperava nada menos que perfeição e, em momentos de pausa, ele se pegava refletindo sobre o peso dessa cobrança.
Seu pai nunca aceitara bem falhas, e, definitivamente, nunca aceitaria uma relação homoafetiva para o filho. Esse era um dos motivos que o fazia manter uma fachada de profissionalismo irrestrito e ter um controle excessivo sobre sua vida pessoal. Mas a presença de Byun Baekhyun, seu novo secretário, estava aos poucos desconstruindo essa barreira que ele tanto se esforçava para manter.
Naquela manhã, ChanYeol chegou mais cedo, esperando uma breve tranquilidade para revisar alguns contratos e planejar uma nova estratégia que certamente agradaria ao pai. Mas, para sua surpresa, encontrou Baekhyun já na sala, ajustando documentos com a atenção de sempre.
— Você chegou cedo hoje, Byun, comentou, tentando soar casual, enquanto uma onda de curiosidade e, em menor grau, algo mais profundo o atingia.
— Bem, imaginei que precisaríamos resolver os detalhes do contrato do cliente japonês. Achei melhor adiantar algumas coisas para que o senhor possa revisar com calma, respondeu Baekhyun com um leve sorriso.
(“Ele é profissional demais. Se meu pai estivesse aqui, ficaria impressionado com a dedicação dele.”) ChanYeol pensou, um tanto admirado. Por um instante, sentiu um peso sobre os ombros, sabendo que qualquer desvio de conduta – qualquer passo fora do esperado – seria um problema. O pai jamais aceitaria um relacionamento com outro homem, muito menos com alguém da própria empresa.
Eles passaram boa parte da manhã lado a lado, revisando contratos e discutindo pequenas alterações. A convivência era formal, mas ChanYeol sentia uma linha tênue e palpável entre a disciplina e algo mais envolvente. Sentia que os olhares rápidos de Baekhyun, quando ele pensava que não estava sendo visto, mostravam um interesse discreto, mas inegável. E isso, para ChanYeol, era ao mesmo tempo excitante e um problema em potencial.
Durante uma pausa, ele quebrou o silêncio.
— Você é realmente dedicado, Byun. Não vejo muitos funcionários com sua motivação logo cedo, comentou, a voz intencionalmente baixa.
Baekhyun riu, uma risada curta, mas que parecia se prolongar no ar. — Obrigado, senhor Park. Faço o meu melhor para… agradá-lo. O olhar de Baekhyun era direto, e ChanYeol quase sentiu seu pulso acelerar.
— Eu não duvido disso, respondeu, virando-se para esconder um sorriso.
(“Concentre-se, Park. Seu pai estaria desapontado com esse tipo de distração. Ele quer resultados, não flertes.”) Mas, por mais que tentasse, Baekhyun continuava a dominar seus pensamentos.
Mais tarde, perto da hora do almoço, ChanYeol sugeriu algo inusitado.
— Byun, vamos sair para comer algo. Precisamos espairecer um pouco antes de voltar para a pilha de relatórios.
Baekhyun hesitou por um segundo, surpreso com o convite, mas logo concordou. — Claro, acho que isso é necessário.
Eles foram a um restaurante discreto perto do escritório. A conversa transitou entre tópicos leves e profissionais, e ChanYeol percebeu o quanto era fácil relaxar ao lado de Baekhyun. Mas, por trás do sorriso, ele se lembrava da voz grave do pai, e de todos os ensinamentos sobre como deveria ser o herdeiro da empresa: forte, impassível, sem distrações emocionais.
(“Esse sorriso dele… Está tornando tudo isso muito mais complicado do que deveria ser.”)
Voltaram ao escritório, e ao longo da tarde, ele percebeu que Baekhyun estava mais próximo do que o usual, a ponto de sentir sua respiração durante a revisão de um projeto no computador.
— Até amanhã, senhor Park. Tente não perder o foco sem minha ajuda, Baekhyun disse com um toque de provocação antes de sair.
ChanYeol sorriu, mas seu sorriso sumiu ao se ver novamente sozinho. Sabia que, além de manter a empresa sob controle, o verdadeiro desafio seria se manter fiel às expectativas do presidente – mesmo que isso significasse sufocar um sentimento que ele começava a perceber.
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My boss (Chanbaek)
RomancePark Chanyeol, um herdeiro de sucesso, está prestes a assumir a posição de vice-presidente na renomada "Park & Company". No meio dos corredores dessa poderosa empresa, Byun Baekhyun, um trabalhador dedicado e determinado, se prepara para se tornar o...