CAPÍTULO – 2
Namjoon
Estava organizando uma nova remessa de livros quando meu telefone vibrou. Olhei para a tela e vi que era minha irmã. Suspirei antes de atender.
— Oi, Min-Ji. — Minha voz saiu mais neutra do que eu pretendia.
— Namjoon... — Ela parecia hesitante, o que já era um sinal de que a conversa não seria fácil. — Podemos conversar?
Já sabia do que se tratava. De novo, o dilema do hotel, e de novo, eu teria que ouvir o quanto ela se sentia incapaz. Queria ser mais compreensivo, mas minha paciência estava se esgotando com essa história.
— Você sabe que sim. — Respondi, tentando manter a calma. — Onde você está?
— Aqui no café, na frente da livraria.
Coloquei o livro que segurava na prateleira mais próxima e fui até a porta. Lá estava ela, encostada no poste ao lado da entrada, os ombros caídos e um olhar perdido no horizonte. Min-Ji sempre foi assim, sensível demais, mas ao mesmo tempo determinada quando se tratava de suas paixões. A arquitetura a movia, dava vida ao que ela fazia, mas o hotel... o hotel era outra história.
— O que houve agora? — Perguntei sem rodeios, fechando a porta da livraria atrás de mim.
Ela mordeu o lábio, um hábito antigo quando estava nervosa.
— Papai insiste, Namjoon. Ele não entende que eu não quero essa responsabilidade. Eu não sou você.
Aquela frase sempre me irritava. Como se a minha recusa de assumir o hotel fosse uma desculpa para ela também não aceitar.
— Min-Ji, você é mais qualificada do que eu jamais seria. — Falei, cruzando os braços. — Você só não quer enxergar isso. Está com medo de quê? De falhar? Todos nós falhamos em algum momento, é assim que se aprende.
Ela suspirou profundamente, o olhar fixo no chão. Ficamos em silêncio por alguns instantes, e o som dos carros passando na rua parecia mais alto naquele momento de tensão.
— E se eu falhar de verdade, Namjoon? E se o hotel afundar nas minhas mãos? Eu nunca vou me perdoar.
— Você nunca vai saber se não tentar. — Minha resposta foi seca, mas era a verdade. Eu não tinha paciência para esse tipo de insegurança. — O papai te vê como a sucessora dele porque ele acredita no seu potencial. Talvez seja hora de você acreditar também.
Min-Ji me olhou, os olhos brilhando com uma mistura de angústia e raiva, mas também de compreensão. Sabia que eu estava certo, mas aceitar isso era outra história.
— Eu não sou você, Namjoon. Não posso simplesmente desligar minhas emoções e ser calculista o tempo todo. — A voz dela quase se quebrou.
Soltei um suspiro, cruzando os braços mais apertadamente contra o peito. Não era sobre ser como eu. Era sobre ser ela mesma, com suas próprias habilidades e sua própria forma de lidar com as coisas. Eu não disse mais nada. Apenas esperei que ela processasse tudo o que estava sentindo.
Depois de um tempo, Min-Ji se endireitou e me olhou nos olhos.
— Eu vou tentar falar com ele de novo. Talvez... talvez eu precise disso mais do que imagino.
Assenti silenciosamente. Era o máximo que podia fazer.
Min-Ji se afastou do poste, os ombros agora um pouco mais erguidos, mas ainda visivelmente hesitante. Eu sabia que esse conflito interno dela não era algo que se resolveria com uma única conversa, mas, pelo menos, ela parecia disposta a dar mais um passo.
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Eu AMO você, mas eu [não] preciso de VOCÊ?
Romance"Amor" - uma palavra tão pequena, mas que carrega um peso imenso. Ao ler essa palavra, sentes uma onda de emoções conflitantes? Para muitos, o amor é um laço indestrutível, um motivo que leva a ações impensáveis. É o que faz pessoas comuns realizare...