02.

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Rosalie Bell.

Uma semana depois do ocorrido, eu não imaginei que estaria tão bem.

Faço um coque alto, tentando recuperar o fôlego. Meu corpo estava quente, e o suor escorria pela nuca e costas. O moletom já havia sido jogado de lado, e agora eu estava apenas com um top branco colado à pele e meu short de pijama estampado 'hello kitty'.
Parecia que eu tinha corrido uma maratona, mas era só mais uma noite de danças com a minha melhor amiga.

Nada melhor do que terminar a noite com a melhor companhia e a melhor música.

— Meu Deus, eu desisto! — Blair exclamou dramaticamente, afundando no sofá com um suspiro longo, quase teatral, enquanto jogava o controle no chão com um gesto exagerado.
— Como você consegue ser tão boa?

Um sorriso de triunfo involuntário surgiu nos meus lábios. Desde que a conheço, Blair sempre perde para mim em qualquer jogo, e isso nunca deixava de ser motivo de diversão. A verdade era que, nas raras vezes em que ela vencia, era porque eu deixava de propósito. Desabando no sofá ao lado dela, peguei o controle com a mesma tranquilidade de sempre.

— Acho que é só um talento natural. — pisquei para ela, saboreando o momento. — Ou talvez, eu só tenha mais prática no Just Dance. Quem sabe? — dei de ombros com uma falsa modéstia.

— Qual tal uma revanche? Vai que a sorte muda...

Blair ergueu a cabeça do encosto, os olhos brilhando. Ela deu uma risada, um som leve que encheu a sala como música.

— Pode ser. — disse, se ajeitando no sofá. — Mas só se você prometer não fazer aqueles movimentos ninja que ninguém consegue acompanhar. — Ela me olhou, tentando parecer séria, mas logo desmoronou em risos. — Não quero me sentir ainda mais descoordenada!

Minha risada ecoou junto com a dela, o tipo de riso que só vem quando você está completamente à vontade. Estendi a mão, puxando-a suavemente para fora do sofá, sentindo a familiaridade reconfortante de sua presença.

— Ah, não se faça de vítima — provoquei, ainda rindo, com um brilho travesso nos olhos. — Quero ver você tentando me vencer pela milésima vez. Quem sabe um dia, Blair, quem sabe um dia...

Ela se levantou, a energia retornando ao corpo enquanto pegava o controle com uma determinação renovada. O som suave da música ambiente preenchia o espaço ao redor, e naquele momento, tudo parecia perfeito.

Coloquei a mesma música de novo.
Queria ver se Blair conseguiria me acompanhar dessa vez, mesmo sabendo que isso era quase que impossível. Meus movimentos eram rápidos e brincalhões, uma mistura de fluidez e descontrole. Meu cabelo voava de um lado para o outro, e minha franja teimava em cair sobre meu rosto, dificultando a minha visão. Eu provavelmente parecia uma maluca, mas me divertia tanto que pouco importava.

Blair, por outro lado, continuava desajeitada , seus movimentos tão fora de sincronia que aquilo deixava a dança mais icônica. Cada vez que ela tentava me imitar, acabava parecendo um robô quebrado, e a gente ria ainda mais.
Se pudesse eu venderia o Michael, ou até o doaria, só para ter Blair como minha irmã. Era o tipo de pessoa que fazia tudo por mim, minha confidente.

A música muda e logo "Love Story" de Taylor Swift preenche o ambiente, elevando ainda mais o nosso âmbito. Blair e eu começando a dançar, rindo e girando pela sala como se fôssemos as estrelas da nossa própria festa.

No meio desse caos, escutei uma risadinha e o som de palmas batendo lentamente. Suspirei, afastando os cabelos do rosto com uma mão e revirando os olhos. Era só falar do diabo, que ele aparece.

Mascarado Pelo Destino. Onde histórias criam vida. Descubra agora