Leatherface - Sob a Máscara da Escuridão

Capítulo 5: Sombras que Dançam

A noite estava especialmente quieta, como se o mundo inteiro tivesse entrado em um estado de calmaria, uma trégua silenciosa após os eventos recentes. Ela havia voltado à casa, sabendo que ele estaria lá, esperando-a. Havia algo diferente dentro dela – um sentimento profundo, que ia além de gratidão ou admiração. Era uma conexão que jamais conseguiria explicar, uma atração que parecia tanto do corpo quanto da alma.

Ao atravessar a sala, seus olhos se encontraram. Ele estava parado, observando-a em silêncio, como sempre fazia, mas seu olhar estava mais suave, quase terno. A máscara, que antes parecia tão ameaçadora, agora era uma extensão dele, uma camada de mistério que ela queria desvendar aos poucos, como quem descobre as sombras mais profundas de uma alma.

Ela se aproximou dele, sem desviar o olhar, cada passo trazendo-a mais perto do que buscava desde o primeiro encontro. Ele não se mexeu, mas sua postura estava relaxada, como se a aceitasse ali, tão próxima quanto ela quisesse estar. Quando chegou bem perto, ergueu a mão, hesitando por um segundo antes de tocar levemente o tecido áspero que cobria o peito dele. Seu coração batia forte, e ela sabia que ele podia sentir isso.

Ele a observava, cada movimento dela refletido em seu olhar intenso. Ela não sabia o que a atraía tanto, mas sentia que aquele toque silencioso, aquele entendimento sem palavras, era o que fazia dela parte dele. A mão dele finalmente se ergueu, tocando-a de volta, deslizando devagar de seu ombro até segurar delicadamente sua nuca, o toque firme, mas cuidadoso.

Os olhos dela buscaram os dele, como se tentassem ver o homem por trás da máscara, entender a alma que se escondia sob a sombra. Ela aproximou o rosto, a respiração deles se misturando no espaço estreito entre eles, e, sem saber ao certo quem iniciou, deixou que seus lábios tocassem a máscara fria. Foi um beijo tímido e suave, como uma promessa entre dois mundos distintos que se entrelaçavam na escuridão.

Ele não recuou. Em vez disso, a segurou com mais firmeza, puxando-a para mais perto, como se, mesmo em silêncio, quisesse dizê-la que ela era a única que compreendia a escuridão que ele carregava. Ela sentiu que, naquele instante, tudo o que tinha vivido a levara até aquele momento, àquela figura ameaçadora e silenciosa que agora parecia tão familiar.

E enquanto permaneciam ali, em um abraço mudo sob as sombras que os rodeavam, ela soube que, por mais sombrio e confuso que fosse o futuro, ele a protegeria. A escuridão deles, por mais distorcida e assustadora que pudesse parecer, era também o que os unia.