A brisa entrava por entre as gretas da janela enquanto era acompanhado do som da chuva de outubro, a cor palida e seca das folhas davam destaque por toda rua.
Arqueei minhas costas enquanto olhava para janela, ao sentir sua metida meus lábios se entre abriram, minha voz escapou de forma que até mesmo Salvatore parou um pouco.
— Está pensativa hoje, olhando para janela, não estou te comendo bem ou não estou te tratando...— A pausa veio acompanhada do estralo do seu tapa em minha nádega que me fez arrepiar.
O ar tinha parado em meus pulmões, minha cabeça abaixou de forma que eu ficasse sem reação, quando finalmente retomei o fôlego, apenas me veio seu nome em mente.
— Salvatore, devagar! — Falei ainda empinada de quatro para ele.
Ele voltou a meter, mais forte do que antes, o barulho da sua corrente balançando acompanhava cada metida que me fazia estremecer.
Esse homem vai acabar comigo.
— Já te comi em tantos lugares com força, não venha pedir para te comer devagar na cama. — Salvatore estendeu sua mão para pegar algo, logo senti algo quente queimar e escorrer por minha pele, aquilo só me deixava mais excitada.
Quando olhei de relance vi ele derramando a cera da vela derretida em mim, e antes que eu pudesse reagir, sua corrente que antes fazia sons agora estava silenciosa.
— Deixe-me mostrar o quão orgulhoso estou de você ser minha, Mia. — Ele colocou sua corrente em mim, puxou-me para trás fazendo com que eu senta-se em seu colo, seus movimentos eram delicados e profundos, meu corpo estremecia e meus seios estavam duros como jamais antes.
Gemidos, arfadas, falta de fôlego, esse homem trouxe tudo isso a tona de mim, ele sabe como me deixar indefesa e excitada.
Ele passou a mão pela corrente e todo meu pescoço enquanto sussurrava em meu ouvido, ele mordeu minha orelha pressionando minha cintura com a mão esquerda para que entrasse ainda mais.
— Já estamos na quinta rodada só hoje, vai me fazer gozar de novo? — Disse enquanto ele sorriu de canto mostrando parte dos seus caninos.
— Quem sabe senhorita D'yavola.— Sussurrou em meu ouvido enquanto me fodia.
Algum tempo depois, finalmente pude tomar meu banho e descansar.
De manhã já era Halloween, meu corpo estava totalmente relaxado, quando passei meu braço na cama procurando Salvatore e notei que ele não estava, abri meus olhos e levantei minha cabeça, olhei para todos os lados até que vi sua carta.
"Comprei algo gostoso para você comer além da minha porra, está no balcão"
Com carinho
Seu homem
Mordi meus lábios suavemente enquanto uma risadinha escapava de mim.
— É senhor Leone, não vale um real. — Falei me levantando enquanto vestia sua blusa de botões ao lado da cama. Fui até a cozinha e olhei para o balcão, lá estava meu café da manhã favorito, Macchiato, ao lado estava algumas frutas.
Me sentei e tomei meu café enquanto olhava meu telefone.
*ZIMP ZIMP*
— Número desconhecido? — Olhei para o telefone.
A notificação dizia-se.
"Cos'è quello che è, é bonita e charmosa e tem até vinte minutos para se arrumar e me encontrar"
Digitei rápido a resposta como nunca havia feito antes.
" O que é o que é, que vai te quebrar os dentes e te arrebenta se você não se revelar. "
Logo a mensagem foi respondida.
"Não me deixe esperando, você vai gostar"
Uma localização foi enviada.
— Senta e espera, até parece que eu vou. — Balbucie.
Após meu café, levantei e fui até minhas coisas, peguei minha toalha e tomei um bom banho, vesti um vestido branco e finalmente sai na rua.
Estava tudo decorado, enquanto andava percebi que um carro preto me seguia.
Entrei em um beco longo que virava, logo me vi sem saída, não demorou muito para que eu ouvisse passos.
— Todo dia é isso. — Me virei.
— Você é a Mia? — O homem disse olhando algo que parecia uma foto em suas mãos.
— Depende. — Disse de frente para eles agora.
— Estão armados? — Os homem olharam entre si e riram.
— Até os dentes, você pensa que...— Antes que ele completasse, dei um tiro em sua testa, quando os outros dois sacaram a arma para atirar, acertei a mão de um.
Ao ver a arma apontada para mim, me escondo atrás da lixeira enquanto o homem atirava sem parar e gritava meu nome.
— Reforços, a vadia morre hoje! — Ele disse enquanto ouvi sons de correria.
Meu coração gelou, olhei para os lados e para baixo, quando vi a tampa de bueiro, empurrei ela entrando, logo fechei e sai pelo esgoto.
— Absurdo, sou descente dos Syn Sveta! Isso é uma humilhação. — Esbravejei.
— Se eu estivesse com uma arma boa vocês iam ver só. — Falei e logo sai correndo pelo esgoto, após um tempo, abri uma tampa, sai suja no meio da avenida enquanto todos me encaravam.
Peguei meu celular e sai andando.
— Alô, Paulo? Dois filhos da puta em um carro preto tentaram me matar, resolva essa merda! — Desliguei enquanto olhava as ruas, depois de tanto andar, cheguei a casa dos Leone.
Após passar pelo portão, adentrei na casa.
— Mia! — Gritaram Giulia e Giorgia.
Sorri.
— Meninas, cadê o irmão de vocês? — Falei acariciando o cabelo de ambas, estavam sorridentes e felizes.
— Está ocupado em Bolonha. — Disse Giulha saltitante.
Observei ambas logo falando novamente.
— Ele vai demorar né. — Falei olhando de canto pensativa.
— Não fique tão preocupada Mia, ele sempre volta. — Concluiu Giorgia.
Meu celular começou a vibrar, peguei vendo o nome na chamada, era Paulo.
Sua voz saia em tom estridente, ele pronunciava várias coisas.
— Escuta aqui, você tá em território dos Leone, quer que eu faça o que? Sou chefe da casa dos Syn, me ajuda né, Mia. — Reviro os olhos.
— Você quer que sua esposa saiba que você saiu na última noite para matar? — Falei.
Houve um breve silêncio do outro lado da linha, e logo um som, sorri de canto.
— O rastreador mostrou as coordenadas que você passou, irei pedir meu consigliere para avaliar pessoalmente, assim chama menos atenção. — Um sorriso imenso surgiu no meu rosto, desliguei.
— Meninas, tenho que ir. — Disse enquanto ambas me olharam com uma expressão caída.
— Mas já? — Disse Giulia, a mais carinhosa das gêmeas.
Acenei com a cabeça que sim, elas me abraçaram e pude sentir o quão quente era o abraço delas, caloroso como o de Salvatore.
Após me despedir, sai da casa dos Leone.
— Onde será que ele se meteu. — Meus pensamentos estavam a mil, não era a primeira vez que eu estava longe do meu território, mas eu estava confusa pois ainda não havia me acostumado de pisar na casa dos Leone sem ser ameaçada.
Meus pés caminharam pela rua enquanto pensava, olhando para meus sapatos, estavam completamente sujos do esgoto. Ainda me pergunto como não questionaram a sujeira que estou.
Um carro cinza parou do meu lado, nele estava o consigliere de Salvatore.
— Mia? o que aconteceu? — Meus olhos focaram bem no rapaz.
— Emboscada. — Disse enquanto ele raspou a garganta pensando.
— Salvatore mandou eu vim te buscar, mas não imaginava que houvesse acontecido algo. — Ele disse com uma mâo no queixo e outra no volante.
— Me enviaram mensagem falando pra encontrar eles devem ter.. — O rapaz riu antes que eu pudesse completar, meus olhos ficaram estreitos e mais sérios.
— Qual é a graça? — Falei apertando meu punho, ele percebeu e logo disse.
— A mensagem foi de Salvatore, ele queria fazer uma surpresa, mas percebeu que não iria então decidiu pedir para te buscar. — Meus olhos brilharam e minha boca se abriu.
— Eu não sabia disso. — Falei olhando para baixo agora. Movi meu corpo para janela do carro.
— Pode me levar para nossa casa antes? eu não quero encontrar ele assim. — Ele percebeu a situação que eu me encontrava, fez sinal para que eu me afastasse do carro, assim fiz, ele abriu a porta do lado de dentro e me convidou para sentar ao lado dele, assim fiz.
Ele me levou até em casa, já que sabia a localização pois Salvatore vivia por lá. Observei atenta ainda receosa sobre o que havia ocorrido, ele pegou o telefone e conversava com Salvatore por chamada nele, não estava no viva voz, mas era o suficiente para ouvir a voz de Salvatore que saia com uma entoação de raiva fora do comum, era claro que ele estava irritado com a tentativa de assassinato.
— Diga a ele que estou bem, eu sei me defender. — Enrico fez sinal de sim com a cabeça e falou, a voz de Salvatore havia sumido e logo a ligação foi encerrada.
Quando finalmente cheguei em casa, Enrico ficou do lado de fora esperando.
Tomei um banho e vesti um vestido branco acompanhado de um batom vermelho escuro, meu cabelo estava preso e estava com um scarpin branco no pé.
Quando sai Enrico abriu a porta do carro para mim, me sentei e logo ele começou a dirigir.
A cidade decorada e o ar de calma davam a sensação de leveza no ar, me deixava tranquila.
Quando finalmente cheguei na localização, Salvatore me esperava ao lado de fora, desci do carro e ele veio em mim com uma fita vermelha.
— Lá vêm você. — Disse sorrindo.
— Você vai gostar. — Ele se aproximou colocando e logo pegou em minha mão me guiando com cuidado.
Meu corpo estava totalmente dependendo dele, enquanto ele me guiava, meu coração desparrava cada vez mais, até que quando ele finalmente tirou a fita.
— S-salvatore. — Gaguejei enquanto meus olhos estavam arregalados e deslumbrados. Havia uma parede repleta de fotos nossas, tinha um enome bolo onde sua cobertura era vermelho como sangue, no chão havia pétalas brancas como a neve, o cheiro do lugar estava incrível.
O tempero da comida entrava pelas narinas, havia vários pratos.
Salvatore coçou a cabeça.
— Não sabia se iria gostar, então.. — Sua fala foi interrompida quando meus lábios colaram o seu, ele abraçou minha cintura com ambos os braços enquanto minha respiração acelerava, quando finalmente o soltei, seu sorriso sutil foi o suficiente para que eu me alegra-se.
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Convívio com o diabo [Halloween ep]
FanfictionEsse capítulo é da história convívio com o diabo, mas não é canônica. Como a brasa ardente do fogo, Mia está aproveitando o começo do dia com aquele que a incendeia. É dia de Halloween, o que será que essa data está preparando para ela?