𝐃𝐚𝐝𝐝𝐲 𝐈𝐬𝐬𝐮𝐞𝐬 • Robby Keene

13 𓆙

É finalmente o dia do torneio.

Lembra quando eu faleu que queria o terceiro lugar? Esquece. Vencedora ou nada.

Vai ser a primeira vez que meu pai vai me ver lutar, e eu juro, eu prometo, vou impressionar cada um desse lugar.

Meu pai não queria vir, mas é o aniversário de 50 anos.

Estamos esperando o apresentador chamar nosso dojô.

O Sensei nos organizou, e entramos.

—Cobra Kai! Cobra Kai! Cobra Kai! - Gritamos enquanto entramos.

Robby está ali, do outro lado.
Por que a minha irmã?

Não importa. Preciso manter o foco.

Eu estou meio que escondida no meio dos Cobras, espero que meu pai me veja só quando eu entrar.

Miguel lutou por primeiro, depois Aysha, depois falcão.

—Caterina LaRusso contra Marcus Barnes! - O apresentador disse.
Barnes?

Virei rápido para procurar meu pai, e ele está lá.  Me olhando com uma cara nada boa. Fechei os olhos e inspirei. Me coloquei na posição.
Sem compaixão, atacar primeiro.

Me distraí por uns segundos, quando percebi, já estava caída.

1 a 0.

Não posso perder!
Não tem chances disso acontecer!

Tentei um ataque com um chute, mas fui derrubada.

2 a 0.

Olhei para meu pai, ele estava com um olhar de desprezo, e fazendo um sinal negativo. Virei para trás, Johnny. Me olhando com orgulho e carinho, indicando para mim ir.

Olhei para Marcus, lembrei do meu pai. Seu olhar, todos os momentos que ele preferiu minha irmã, quando eu fui trocada, quando Kyler mexeu com Sam, quando me defendi e sai como errada.
Quando Robby fez Miguel chorar, quando falcão chorou pelo Bullying.

Toda a raiva que eu tinha dentro de mim, acumulada, queria sair. Mas ela vai, vai sair hoje, e agora. Me coloquei na posição, esperando poder atacar.

Dei uma última olhada para meu pai, que já havia perdido as esperanças. Johnny, gritava que eu iria conseguir. Miguel, agarrava as suas próprias mãos, torcendo por mim. Robby, me olhava com atenção. Falcão me olhava enquanto sorria.

Começou.
Marcus correu até mim, tentou chutar minhas costas, mas eu defendi com o braço. Dei uma rasteira, mas ele se equilibrou. Como? Não faço ideia.
Ele foi para me socar no rosto, segurei sua mão, e o virei de costas para mim. Dei um chutei atrás do joelho, e assim que ele caiu, um soco no tronco.

2 a 1.

Meus amigos aplaudiam, Johnny tinha um sorriso no rosto, meu pai...Que se dane.

Voltei para minha posição.
Marcus ficou me esperando atacar. Então, dei um chutei giratório nas pernas dele, Que caiu, e eu soquei seu tronco.

2 a 2

O sensei do Marcus pediu um tempo então eu fui até o Johnny, que me apoiava. Enquanto meu pai, chegoy lá e me puxou pelo braço.

—Você é louca? - Ele falou.

—O que? - Eu falei.

—Você entrou pro Cobra Kai! E agora está lutando de uma maneira totalmente errada! Você vai machucar alguém! - Meu pai disse.

—Eu finalmente consegui aprender a lutar. Eu finalmente me vejo um pouco mais livre de você, não se mete no meu caminho! Até agora, você só foi pedra nele. - Falei, e Johnny se aproximou, ele passou a mão pelo meu ombro.

—Eu sou o seu pai! Você vai vir comigo, chega de luta - Ele disse e tentou me puxar, mas Johnny se colocou na minha frente.

—Tá tudo bem. - Eu falei para Johnny, e voltei ficara cara a cara com meu pai.

—Que humilhante da sua parte. Fazendo tudo isso por eu não seguir o mesmo caminho que você. - Falei.

—Você sempre esteve por perto, mas nunca foi presente. Me dar bens materiais, nunca vai apagar o estrago que a sua ausência causou para mim. Para meus irmãos, você sempre esteve por perto. Enquanto a mim? É louco saber que eu cresci sem ter uma figura paterna que me representasse. Você errou comigo, e mesmo que eu me force a te perdoar, eu não consigo. Um dia isso vai acontecer, mas não hoje. Ele foi um pai, melhor do que você foi. - Falei. Eu não segurei as lágrimas que escorriam pelo meu rosto depois de desabafar.

Tudo que eu mantive preso por anos, eu soltei. Com os olhos vermelhos, eu voltei para o tatame.

—Ela não está em condições de lutar! - Escutei falcão dizer.

Eu realmente não estou bem. Talvez a raiva tenha tomado controle sobre mim.

—Ela consegue, eu sei que consegue. - Johnny disse.

Agora, é um momento difícil, empate. O próximo ponto define quem vai para a semi.

Começou.

Marcus me acertou um soco no rosto, fora da área. Eu estava caída, me levantei rápido e ataquei. Dei um chutei no peito, o derrubei e soquei seu tronco. Ganhei.

Fui até os Cobras.

—Você tá bem? - Falcão perguntou.

—Sim. - Falei. É óbvio que não!

Eu estou tremendo, minha visão está turva, mas eu preciso ganhar.