Todas as vezes que via uma mulher se humilhando por um homem, eu julgava, sem pensar duas vezes. Era fácil, da minha posição segura de garota solteira que nunca se apaixonou, me ver distante de algo assim, como se fosse incapaz de me permitir cair nessa armadilha. Mas agora eu estava exatamente onde sempre jurei que jamais estaria. A sensação era como estar presa, mas o que me prendia era algo dentro de mim que eu não conseguia controlar.
Desde que pedi tempo ao Roberto, passei os dias todos pensando nele. A imagem do seu rosto, da forma como ele me olhou quando saiu da cozinha, me assombrava. Aquele olhar misturado de raiva e mágoa me consumia. Eu sabia que ele errou, mas uma parte de mim insistia em culpar minha própria burrice em não ter avisado que sairia com o Gabriel, minha incapacidade de responder ao seu “eu te amo” no meio da transa. Ele expôs seus sentimentos, e eu fiquei em silêncio.
Eu queria fingir que ele não existia, que podia apagar o que sentia com a mesma facilidade que apagava mensagens no celular. Mas isso era uma mentira. No fundo, tudo o que eu queria era sentir ele perto de mim de novo, sentir o calor, a presença e, de preferência, ele me invadindo com aquele pau gostoso, me preenchendo de um jeito que só ele sabia fazer.
Tempo. Fui eu quem pediu. O que diabos eu estava pensando? Não queria tempo, não mesmo. Queria o Roberto comigo, agora. Passei dias me distraindo, ou melhor, tentando me distrair, mas tudo voltava para ele. Era como uma obsessão, algo que eu não conseguia escapar, não importava o que tentasse fazer.
À tarde, quando ouvi o som do carro dele entrando na garagem, meu coração deu um salto. Tentei me acalmar, respirar fundo, mas era inútil. O nervosismo me dominou. Eu queria que ele subisse, que viesse até o meu quarto, que me tirasse dessa angústia. Mas nada aconteceu assim como todos os outros dias. Escutei o som de seus passos indo até o quarto dele, a porta se fechando com um estalo seco que parecia cortar o ar.
Rosane ainda não havia aparecido como sempre. Desde que terminou com Roberto, parecia que estava finalmente se encontrando, recuperando o tempo perdido com Bárbara. Não sei como ela vai disfarçar quando nossa mãe chegar na semana que vem.
Após alguns minutos, andando de um lado para o outro no quarto, decidi que não ficaria esperando. Coloquei uma camisola de seda preta, uma das poucas peças que tinha trazido comigo. O tecido caía suave pelo meu corpo, e eu mesma fiz um pequeno corte na lateral, deixando a coxa à mostra. Roberto podia ser o capitão do BOPE, podia ser firme e inabalável, mas ainda era homem. Eu sabia que podia usar essa fraqueza, fazer com que ele entendesse meu lado.
Sai do meu quarto e caminhei até o dele. Bati na porta, uma batida leve, hesitante, mas não obtive resposta. Coloquei a mão na maçaneta e, com um leve empurrão, entrei. O quarto estava vazio, mas o som do chuveiro ligado indicava que ele estava no banheiro. A presença dele parecia preencher o ambiente, cada objeto, cada detalhe. A cama arrumada de maneira rígida, quase militar, o cheiro amadeirado do perfume que ele sempre usava impregnando o ar.
Me aproximei da cama e, ali, vi o celular dele na mesinha de cabeceira. O aparelho brilhou com uma notificação, o nome “Layla” surgindo na tela. Franzi o cenho, tentando lembrar quem era, me perguntando o que ela queria com ele.
A curiosidade me venceu, e antes que pudesse pensar duas vezes, peguei o celular. Deslizei o dedo pela tela, desbloqueando-a, e abri a mensagem dela. Uma imagem de visualização única apareceu, e eu, sem hesitar, toquei para ver. O que apareceu me pegou de surpresa: uma foto explícita, vulgar. Era o tipo de coisa que fazia meu estômago revirar, não apenas pelo conteúdo, mas pelo que aquilo significava. Era uma boceta imensa, carnuda, que parecia se oferecer como um prato servido. O clitóris dela era quase um pequeno pênis. Meus olhos se arregalaram; eu nunca tinha visto nada assim.
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Conexão Obscena
Teen FictionQuando Marina, a cunhada de Nascimento, vem passar um tempo na casa deles para se preparar para um concurso, ele a vê apenas como uma responsabilidade extra em sua já tumultuada vida. No entanto, a proximidade diária e as conversas inesperadas revel...