Nick ou Britt? (Nicholas Alexander Chavez Fanfic) - FINALIZADA

.quatro.

- NICHOLAS-

Eu não sabia o nome da amiga de Brittany, mas era extremamente curioso o fato dela trabalhar no mesmo lugar que eu. Claire Demonte, minha nova chefe, estava apresentando o novo grupo que havia sido contratado depois de uma demissão em massa que tinha acontecido no escritório porque os funcionamos resolveram se pegar.

Claire falava bastante, mas eu não conseguia prestar atenção. Eu estava olhando fixamente para a amiga de Brittany, que parecia ter visto um fantasma. Meu Deus, aquilo ia ser muito divertido. Ela me odiava com todas as forças e eu não sabia muito bem por quê. Eu e Brittany éramos adultos e eu não estava forçando ela a nada. Tudo o que a gente tinha feito foi consensual e Brittany parecia muito satisfeita no fim. Se ela queria repetir ou não, não era problema da amiga dela.

Eu realmente tinha ido até a casa de Brittany para conversar com ela e avisar eu ia me afastar, no entanto, eu não estava preparado para ser recebido por ela só de toalha. O que eu ia fazer? Ela ficava passando a mão na minha coxa e passando a mão no meu peito enquanto eu tentava explicar que não estava interessado. Transar com ela não foi uma boa maneira de passar a mensagem, eu sei, mas meu corpo estava literalmente doendo enquanto eu tentava resistir. Não teve como. Brittany aplicou todos os golpes baixos que existem no mundo da sedução.

A amiga dela me olhava de longe na sala, parecendo querer me queimar vivo com o poder da mente. Que gracinha. Ela não podia achar que os olhos grandes e verdes dela iam me deixar com medo. Eu tentava não sorrir para ela, mas era difícil. Ela era muito engraçada.

Vi quando Claire me apresentou, avisando que eu me juntaria ao grupo de redatores e já teria uma primeira matéria na edição seguinte da revista. Seria algo pequeno, mas era para testar minha capacidade de me fundir ao grupo. Eu fiquei ao lado de Claire, ouvindo-a falar e falar sobre a matéria que eu havia escrito quando apliquei para aquela vaga de emprego. Claire parecia me amar, mas não porque eu era o redator mais incrível do mundo. Na verdade, eu havia pesquisado sobre a vida dela e descoberto que Claire tinha uma paixão muito grande por ópera. Por isso, quando precisei escrever uma matéria sobre qualquer assunto, escolhi ópera.

- Nicholas com certeza vai ser uma boa adição ao grupo - disse ela, sorrindo para mim - e eu mal posso esperar para ver toda a sua paixão na revista.

Fingi ficar envergonhado, olhando para a amiga de Brittany no fim da sala. Ela devia estar odiando a vida. E provavelmente estava mesmo, porque quando eu a olhei, a garota estava dando o dedo pra mim e mexendo os lábios para dizer "babaca cretino". Eu nunca tinha ficado tão feliz por conseguir um emprego.

Claire anunciou que todos estavam convidados para uma comemoração no fim do dia. Ia ser um happy hour em um bar perto do escritório e seria uma oportunidade para todos conhecerem os novos membros da equipe. A amiga de Brittany revirou os olhos e saiu da sala de reuniões assim que todos se levantaram para aplaudir. Qual seria o nome dela?

Cumprimentei os que vieram conversar comigo, mas só havia uma garota com quem eu queria conversar. Assim que consegui sair da sala de reuniões, caminhei até a mesa da amiga de Brittany, que olhava frustrada para a tela do laptop dela.

- Hey, Seu Pior Pesadelo Babaca - falei, vendo-a olhar para mim com cara de quem estava com dor - quem diria que o destino ia nos juntar de novo?

- Sai daqui - falou ela, com uma voz ríspida - eu não quero falar com você.

- Por que não? A gente nem se conhece... você não tem motivos pra me odiar.

- Não tenho? - perguntou ela, mudando a expressão de dor para uma de pura revolta - você já esqueceu que foi na minha casa ontem encher o saco da minha amiga que tá se esforçando muito pra te esquecer? Você não tem responsabilidade afetiva nenhuma?

- Até onde eu lembro, eu fui lá pra conversar com a sua amiga e avisar que eu não queria mais nada. Na verdade, eu fui lá pra deixar isso mais claro, já que eu já tinha dito que não queria mais nada - contei, sentando na ponta da mesa dela - eu não posso fazer nada se sua amiga me recebeu pelada no quarto.

Seu Pior Pesadelo Babaca riu.

- Não pode fazer nada!? Nossa, como você é nojento. Você podia ter dito "não, eu vim aqui pra dizer que não quero mais, Brittany. Não quero. Eu tô indo embora. Tchau. Me esquece" - disse ela, empurrando o ar com as mãos como quem empurrava uma pessoa. Tentei não rir, mas ela era muito engraçada - ao invés disso você vem com essa desculpa de que "minha amiga tava pelada" e faz merda.

Ela começou a digitar algo no laptop, me ignorando.

- Deixa eu te perguntar, Seu Pior - falei, cruzando os braços - você tá puta assim com a sua amiga também ou só comigo? Porque o fato dela estar pelada não foi uma desculpa. Ela realmente tava pelada. - A amiga de Brittany não olhava para mim, digitando sem parar. - Eu tentei. Te juro que tentei.

- Que nojo. - Ela olhou para mim. - Para de fazer esses discurso de "a carne é fraca", pelo amor de Deus. Eu vou vomitar.

- Mas é!

- Isso é desculpa, cretino. Você podia ter ido embora se quisesse. Você resolveu ficar - disse ela, olhando novamente para o laptop e digitando.

Ela estava certa. Eu realmente podia ter ido embora, mas tinha ficado porque queria transar com Brittany. Eu sabia que transar com ela dificultaria as coisas, mas minha cabeça de cima pareceu não pensar na noite anterior. Eu teria ido embora de boa se Brittany não tivesse insistido, mas como ela me provocou sem piedade, eu resolvi ficar. Claro que eu não pensei nas consequências, mas eu era um idiota. Mulheres às vezes me deixavam meio idiota.

- Qual é o seu nome? - perguntei.

- Não te interessa - respondeu, escrevendo sem parar - você nunca vai saber.

- Barbara! - chamou Claire, aproximando-se de nós dois.

- Barbara... - repeti, vendo-a fechar o laptop com raiva - bonito nome.

- Barbara, que bom que já conheceu o Nicholas. Pode ser que ele precise da sua ajuda em algum momento. Nick, posso conversar com você? - perguntou ela, me chamando para irmos até a sala de reunião novamente - Nick, semana que vem preciso que você vá até uma escola pública no norte da cidade para entrevistar os pais que não estão conseguindo matricular os filhos. Pode ser? - perguntou ela. Psicologia da comunicação? Que porra! Eu odiava aquele assunto - quero uma entrevista dramática com os pais pra chamar a atenção do governo - explicou, fechando a porta atrás de mim assim que entramos na sala - você pode dar uma olhada nas reportagens antigas que o Alex escreveu sobre o assunto e ver as perguntas que ele fazia. Já conheceu o Alex?

- Claire... - comecei, sem saber como falar o que eu queria - tem certeza que eu sou a melhor pessoa pra escrever sobre esse assunto?

- Absoluta. Sua sensibilidade ao usar as palavras é algo sublime. Quero muito ver como você se sai entrevistando pessoas com algum tipo de dor no coração. Quero ver como você vai lidar com o assunto.

- Mer-muito obrigado - falei, engolindo em seco ao ouvir minha fala me trair. Droga! Eu precisava me acalmar. Respirei fundo, mexendo no meu cabelo - eu acho que preciso me apaixonar por um assunto pra escrever com tanta emoção. Existe outro tema? Outra coisa que eu possa escrever?

Claire revirou os olhos.

- Não. Esse é o tema, Nicholas. - Ela olhou para mim por alguns segundos, vendo a angústia em meus olhos. De repente, Claire pareceu pensar. - A não ser que a Barbara concorde em viajar com você até a cidade vizinha para cobrir a Guerra das Laranjas. Ela viajou no final de semana passado e sempre pede para a gente intercalar os fins de semana de viagem, mas você pode ver se ela tem interesse. A Barbara geralmente usa os fins de semana que fica aqui para estudar, então não sei se ela vai querer ir, mas se ela aceitar fotografar a Guerra das Laranjas, vocês podem ir juntos e escrever uma matéria sobre o evento.

- Eu amo a Guerra das Laranjas - falei, sem fazer ideia do que era.

Claire sorriu para mim, sabendo que eu estava mentindo para fugir da matéria na escola. E se eu precisava que Barbara - Seu Pior Pesadelo Babaca - fosse comigo para fotografar a Guerra das Laranjas, eu sabia exatamente o que oferecer para ela aceitar meu convite.