Pt.21

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Eu e Júnior estávamos descendo e indo em direção ao salão principal. Olhei a ruiva que estava com Sebastian mais cedo tirando algo de dentro da bolsa e colocando numa taça, fiquei em alerta caso ela desse aquilo pra alguém, certamente seria veneno. Sentei na cadeira e esperei até que a ruiva aparecesse. Ela apareceu e andou até o outro lado do salão com a taça na mão, ofereceu para Sebastian, mas ele recusou. Ela insistiu e ele pegou, eu levantei e acelerei os passos indo em direção a Sebastian, empurrando a taça que estava na sua mão e a derrubando no chão. Todos me olharam e eu fiquei ali paralisada pensando em algo. Peguei a taça que estava no chão e vi havia um pedaço do remédio, mostrei para todos e os mesmo ficaram olhando para a ruiva com desgosto. O mais velho, chamou os seguranças e pediu para que retirassem a ruiva do local, logo ficamos rodeados por seguranças, e os mesmo pegaram a ruiva pelo braço a chutando fora do evento. Sebastian me agradeceu, mas eu apenas dei as costas e fui para meu acento.

O clima ficou tenso e todos perguntavam uns aos outros quem é a ruiva e porquê dela querer matar Sebastian. Fiquei ali até que desse horário de ir embora, eu já estava exausta e o salto já machucava meu pé, estava vermelho. Fiquei esperando Júnior cumprimentar seus parentes para que fossemos embora, demorou um bocado mas depois já estávamos indo em direção ao carro.

_Sebastian_

Aos poucos as pessoas estavam indo embora, o salão que estava lotado começou a esvaziar aos pouco. Meu pai me chamou em um canto pra conversar e perguntou sobre minha mulher. Menti falando que ela estava doente e que estava com vergonha de vir, meu pai já me conhecendo sabia que eu estava mentindo e também sabia que eu tinha vendido Kate, Júnior havia lhe contado mais cedo, filho da-.

- Eu vou recuperá-la papai, prometo que daqui a pouco estaremos juntos. - digo confiante

- Meu filho, eu espero mesmo. Seu velho aqui está ansioso para ver pernas minúsculas pela casa. Aliás, como está sua mãe, aposto que magnífica como sempre. - papai riu

- Bem Jorge, ela está bem. - revirei os olhos - Não sei pra que se separaram, ficam mandando recado pelos filho, que coisa feia.

- Ela também fala sobre mim? - Diz Jorge com o peito estufado e empolgado - Espero que tenha sido coisas boas.

- Sim, é. Tenho que ir pai, está tarde. Tchau Jorge - aperto sua mao e o abraço, me sentindo aconchegado

Jorge, meu pai, havia se separado da minha mãe que está morando comigo agora, Ana. Sim, ela era minha mãe. Nunca deixei ela trabalhar para mim, sempre teve tudo de bom e do melhor, mas insistia em cuidar da casa como fazia quando eu e Júnior eramos pequenos. Quando cheguei em casa, Ana estava sentada em frente a TV vendo as notícias, ela estava com uma cara triste e quando me olhou ficou com cara de brava.

- Fiz algo Ana? - pergunto desabotoando a camiseta

- Sim fez, tirou de mim a minha única companhia, já que meu filho nunca tem tempo pra ficar comigo. - ela responde olhando pra TV

- Sabe que são negócios não é mãe? Eu não escolhe isso, aliás, Kate não gostava de mim mesmo.

- Não foi o que ela me disse.

- E o que ela disse? - perguntei irônico

- Que você facilmente seria o esposo dela se não tivesse sido tão cruel quando vocês se conheceram.

Fiquei em choque, Kate ainda quando fui rude com ela sentiu amor? Menina maluca. Eu não sentia nada por ela já que apenas seu corpo importava, mas a partir do momento em que ela foi embora eu esquecia de tudo de ruim que eu pensava sobre ela. Eu odiava ela quando estava perto pois ela me irritava, mas parece que longe ela me irrita por não estar perto.

Eu subi pro meu quarto e tomei um longo banho, deitei na cama e fui me aprofundar nos meus pensamentos. Kate estava na minha cabeça, eu estava pra enlouquecer com essa guria. Pensei em desistir de ir buscá-la, mas algo no peito gritou para que eu fosse buscá-la, como se ela realmente estivesse me chamando. Aquela noite eu quase não consegui dormir, estava pensando em como eu iria recuperar minha mulher.

Lembrei no dia em que trouxe ela pra cá, a mesma disse que preferiria estar em qualquer lugar menos comigo, idiota. Lembrei também do dia em que coloquei as mãos em seu corpo, era tudo tão desenhado e perfeito, como se estivesse pronta pra mim. Sentia minha calça apertar em pensar naquela noite, e em pensar que outra pessoa passaria a mão no que era meu. Comecei a dar socos na parede e percebi o quão burro fui de deixar ela ir. Desci as escadas da minha casa e fui tomar um copo d'água pois eu estava muito nervoso, meus olhos ardiam e minha mão estava ralada.

Fiquei sentado na bancada pensando em como eu iria pegar Kate. Só fui conseguir pregar o olho quando deu as 4h da manhã, eu estava exausto e com dor de cabeça, e resolvi que no outro dia eu não iria pro trabalho.

_Katrina _

4 dias depois...

Aquela era minha quinta noite naquele local, eu estava "acostumada" com os homens me abusando e com o cheiro de cigarro que estava impreguinado no meu corpo, eu me sentia cada vez mais fraca, a comida era em pouca quantidade e a água era direto da torneira, e quente. Aquilo parecia o inferno, preferiria a morte. Sebastian não iria me buscar, acabando com minhas esperanças de voltar pra casa. Ele não se importava comigo, me arrependo amargamente de ter me aproximado dele. "E se eu não tivesse aceitado seu convite pra jantar?", pensei. Sebastian tinha aparentado ser um moço bom, mas a forma que ele agiu quando eu não o obedeci me fez ter gatilhos.

Eu estava sentada no canto do quarto, Dumont entrou e jogou uma sacola encima de mim.

- Vista isso, vamos para o casino. Tem homens querendo comprar algumas mulheres, vou levá-la já que você me dá bastante dinheiro. - ele acaricia meu rosto e dá um tapa - Os clientes nunca reclamaram em te foder... sempre obediente, boa menina...

Eu olhava pra Dumont fria e com um olhar predador. Meu ódio por esse homem estava crescendo era cada vez que eu o via. Eu não poderia fazer nada a não ser obedecer, eu tinha vontade de fugir, mas o medo de ser encontrada novamente era maior.

The masked killerOnde histórias criam vida. Descubra agora